quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Estudo: Esclarecimentos de Ramatís - A Obsessão, suas Causas e Efeitos
A Obsessão, suas Causas e Efeitos
Parte II
PERGUNTA: - Gostaríamos de receber mais algumas explicações sobre a
verdadeira natureza do cérebro perispiritual, pois estamos acostumados com a
idéia de que é bastante possuir-se um cérebro sadio para também se gozar de
faculdades mentais perfeitas. Estamos equivocados? .
RAMATÍS: - É evidente que já haveis
compreendido, através dos estudos espiríticos, que o corpo físico é o
"efeito" e não a "causa" da vida psíquica; em rude exemplo,
podeis compará-lo a um encorpado "mata-borrão", capaz de absorver todas
as substâncias exaladas pelo psiquismo do espírito encarnado. Do mesmo modo, a
natureza das manifestações do corpo carnal depende fundamentalmente das funções
do perispírito, pois este é realmente o verdadeiro molde ou o plasmador da
configuração do organismo físico.
Em verdade, o perispírito suporta
simultaneamente a carga da vida humana em dois planos diferentes: o físico e o
astral, embora ambos estejam profundamente interpenetrados, tanto em sua origem
como na produção de seus fenômenos. É veículo preexistente ao nascimento e que,
pelo fato de sobreviver à morte do corpo físico, é dotado de um energismo e
produção vital muito intensos, que se disciplinam sob o seu inteligente
automatismo milenário. É o equipo mais completo e valioso do ser humano, significando
a sua veste indestrutível e o seu arquivo inalterável, onde se conserva toda a
memória da alma, acumulada no pretérito.
As células nervosas do corpo físico, além
de suas propriedades e manifestações objetivas, são núcleos sobrecarregados de
eletricidade inteligentemente armazenada pelo perispírito. Os neurônios não
servem unicamente para atender o curso das sensações exteriores, mas são também
responsáveis pelas mensagens que os neurônios perispirituais lhes transmitem,
como fruto das impressões internas enviadas pela consciência do espírito. Se
são complexos os elementos físicos classificados pela ciência e que no cérebro
carnal funcionam à semelhança de interruptores, fusíveis, condutores,
condensadores e osciladores constituídos pelos "plexos", agrupamentos
de gânglios nervosos e filamentos neurocerebrais na área do sistema nervoso,
muito mais importante e complexos são eles quando se referem ao cérebro do
perispírito. Este significa admirável estação radiofônica, submissa ao serviço
da mente, e ativada por indestrutível potencial de energias, ondas e emissões
da mais alta freqüência vibratória, o que presentemente ainda é inacessível
mesmo à mais avançada instrumentação científica.
É central elétrica, funcionando entre o
plano invisível e o material, atendendo às mensagens que são captadas no campo
da vida física, e expedindo as sugestões provindas do mundo interior do
espírito. Daí os múltiplos problemas complexos e dolorosos que oferecem os
infindáveis casos de obsessões e fascinações pois, durante a execrável função
obsessiva e a troca de poderosas energias magnéticas subvertidas, fica lesado o
maravilhoso patrimônio do cérebro perispiritual, tornando-se infeliz depósito
de venenos produzidos pela mente satanizada e o odioso desejo de vingança.
É por isso que nas instituições astrais,
devotadas ao serviço de desobsessão, estuda-se o assunto desde a mais diminuta
interferência mental, que varia potencialmente em cada obsessor quando atua
sobre a região cérebro-nervosa de suas vítimas. Na realidade, o cérebro do
obsessor casa-se ao cérebro da vítima sob o efeito da mais degradante simbiose,
e por isso o tempo de cura varia para cada caso, tanto quanto tenha sido a
intensidade vibratória da influência maligna produzida pelo entrelaçamento obsessivo
dos perispíritos do algoz e do obsidiado.
PERGUNTA: - Como nos informastes que os espíritos devotados às tarefas
de desobsessão devem conhecer satisfatoriamente os segredos da psicologia
humana, perguntamos: Não basta o conhecimento técnico do perispírito, para se
dispensar a necessidade de pesquisas do fator psicológico?
RAMATÍS: - Se até os próprios espíritos
malfeitores, do astral inferior, criam cursos de psicologia humana para se
tornarem exímios identificadores das vulnerabilidades dos encarnados, seria
bastante incoerente que os benfeitores espirituais desprezassem tal recurso,
optando só pela técnica e pelo cientificismo das relações do perispírito com o
corpo físico. Trata-se de valioso e apurado estudo, imprescindível ao trabalho
desobsessivo, para melhor se apurarem os sintomas psicológicos negativos, afins
às manifestações da preguiça, cupidez, vaidade, orgulho, avareza, luxúria,
ciúme, crueldade ou hipocrisia, que ainda se conjugam perigosamente ao cabedal
de vícios, que completa a escravidão do ser humano ao pelourinho de sua própria
desgraça.
Servindo-se desse potencial de forças
negativas do homem encarnado, os perseguidores das sombras operam com êxito e
formam elos favoráveis para servirem de algemas lançadas do mundo invisível
sobre o mundo carnal. Normalmente, o homem obsidiado é a criatura que amplia os
seus defeitos ou um vício de origem que já dormitava potencialmente na sua
intimidade psíquica e que eclode voluptuosamente sob o convite e desejos
subvertidos do comando mefistofélico dos espíritos obsessores.
O vocábulo "obsidiado" encerra
uma definição de sentido mais amplo, pois também define aquele que já se
encontra dominado por um desejo veemente, uma idéia fixa, ou é vítima de impulsos
violentos e incontroláveis. O estado obsessivo pode ser proveniente da angústia
implacável do homem para obter a todo custo um cargo público, um posto de
destaque nas esferas sociais ou artísticas, da cupidez insofreável pelo
prestígio político, a cegueira pela fortuna fácil ou a escravidão a uma paixão
indomável. O desgoverno psíquico, a teimosia incessante para se possuir algo a
qualquer preço, também cria o estado obsessivo, diferindo apenas da obsessão
espiritual pelo fato de que são os objetos, as ambições ou as sensações
mundanas ou desagradáveis que então são tomadas como entidades obsessoras, até
que, por fim, se forma o alicerce tão desejado, pua a eficiente e solerte
investida dos perseguidores e gozadores das sombras.
PERGUNTA: - Podeis nos dar algum esclarecimento mais objetivo, do
assunto?
RAMATÍS: - Que é o fumante inveterado
senão o obsidiado pelo fumo; o alcoólatra pelo álcool e o transviado pelos
entorpecentes? Há mulheres que exaurem as rendas copiosas dos seus esposos,
para o culto exagerado e obsidiante do luxo e da vaidade pessoal; certos homens
extinguem a própria fortuna obsidiados pelo amor-próprio ou pelo desejo de
ganhar alguma ação judicial impetrada por qualquer banalidade ofensiva às suas
convicções de honra e tradição de família! Criaturas fortes, sadias e libertas
de preocupações aceitam o jugo obsessivo da preguiça, esquecidas de empreender
movimentos que dinamizem a alma no socorro à infelicidade alheia; homens
sensuais cercam-se de bens, mas colocam a fortuna à disposição do prazer
genésico, esquecidos de que, se só atendem às exigências do corpo, atrofiam a
vitalidade psíquica.
Que é tudo isso, senão várias formas de
auto-obsessão, que oferecem ótimos ensejos para que os malfeitores das trevas
operem com êxito sobre infelizes que já perderam a sua liberdade e passam a
viver algemados às suas próprias criações mentais fascinantes!
PERGUNTA: - Não poderia ser dispensado, nos cursos de desobsessão
mantidos no Espaço, aquele estudo psicológico que dizeis ser tão necessário aos
espíritos que os freqüentam, considerando-se que todos eles devem ser capazes
de ler os pensamentos dos obsidiados e obsessores, conforme no-lo informam
certas obras de excelente origem mediúnica?
RAMATÍS: - Se assim fosse, também não
haveria necessidade de que os espíritos diabólicos, das sombras, freqüentassem
cursos, de psicologia humana, para rebuscarem as válvulas das debilidades
espirituais das futuras vítimas de suas torpezas e vampirismos. Inúmeras
contradições e sutilidades psíquicas, que escapam à percepção do espírito
encarnado, os astutos das trevas conseguem explorar tão sorrateiramente, que só
depois da sua desencarnação é que se consegue avaliar com indizível espanto o
seu trabalho. Trata-se de estados íntimos tão dissimulados no recesso do psiquismo
humano, que somente não os ignora o homem dotado de profundo senso de
autocrítica espiritual muito aguçada.
O homem terreno, devido à sua grande
ignorância espiritual, ainda é muito influenciado pelo meio em que habita, e ao
qual se apega com excessivo prejuízo para sua futura libertação. Ele vive no
cenário da Terra algo hipnotizado pelos seus interesses egocêntricos e paixões
violentas; encarcera-se nas grades das prisões econômicas, para cercar-se de
bens que terá de abandonar à beira do túmulo, ao mesmo tempo que fica algemado
ao sentimentalismo que o liga egoisticamente à parentela consangüínea. Raras
criaturas se decidem pelo reino do Cristo, tentando se libertar das formas do
mundo material e reconhecer que a verdadeira família é constituída por toda a
humanidade. E, como o homem terreno ainda possui em sua estrutura psíquica
fragmentos de todos os vícios e vulnerabilidades perigosas provindas da sua
herança animal, fragilmente reprimidas pelas leis sociais, torna-se um débil
instrumento que, habilmente explorador pode materializar na crosta a vontade
pervertida dos espíritos inferiores.
PERGUNTA: - Qual a idéia que poderíamos fazer desses
"cursos" de psicologia humana freqüentados pelos espíritos das
sombras?
RAMATÍS: - Os comandos das trevas realizam
estudos minuciosos sobre todas as tendências prejudiciais humanas, pesquisando
as vontades fracas e procurando os escravos dos preconceitos e convenções
mundanas, para depois vampirizá-los em sua vitalidade psíquica. Muitas vezes
eles organizam cuidadosos relatórios das prováveis vítimas a serem obsidiadas,
examinando todas as suas reações nos campos de sua manifestação física e
natureza moral de suas reflexões inferiores. Assim não lhes custa muito
descobrir um desejo mais vigoroso ou imprudente, que possa servir como um
"detonador psíquico" procurado para a concretização dos seus
objetivos sombrios. Esse desejo muitas vezes palpita como um ideal oculto no
âmago da futura vítima, podendo ser uma ansiedade permanente por algum objetivo
de auto-exaltação perigosa na esfera social, política ou no comando na vida,
disfarçando talvez uma vaidade exuberante ou um orgulho implacável.
É algo persistente que domina pouco a
pouco a criatura e supera todos os demais desejos e objetivos acidentais;
desenvolve-se sub-repticiamente, à revelia do seu próprio portador. Quantos
tiranos, caudilhos, magnatas desonestos e vultos atrabiliários da história
viram-se alçados rapidamente às posições mais perigosas ou prestigiosas do
mundo, apenas porque descobriram a sua força e o seu desejo vigoroso oculto no
subjetivismo da alma, e os atiçaram à medida que se formava o clima eletivo
para a sua eclosão definitiva!
PERGUNTA: - De que modo atuam os obsessores à procura desse desejo
fundamental em cada criatura vítima de sua atenção malévola?
RAMATÍS: - Os magos das sombras procuram
conhecer o tipo do predominante desejo de cada criatura e a probabilidade de
lhes servir como ponto de apoio para suas maquinações diabólicas ou desforras
cruéis; examinam e distinguem, pouco a pouco, todos os pensamentos que
inconscientemente podem ser produzidos por esse desejo oculto e ainda ignorado
da própria Vítima. Auscultam-na através de todos os seus empreendimentos e
relações, assim como lhe proporcionam toda sorte de oportunidades e contactos
com outras criaturas que possam atuar na mesma faixa vibratória e superexcitar
aquele desejo oculto, até conseguirem a sua eclosão no mundo exterior.
A vítima vai despertando lentamente ao
tomar conhecimento objetivo de sua excitação íntima que, embora vaga, é uma
força condutora tentando orientar-lhe os passos para algum ideal, realização ou
programa, absolutamente afim à sua índole. Muitas vezes o passado influi
vigorosamente na fixação do "desejo central", pois ainda vive na
intimidade do indivíduo o eco das glórias faustosas, a força ardente das
paixões calorosas ou então um certo gozo, que é um prolongamento da prepotência
e do .comando tirânico de outrora sobre os homens. Quando o espírito já
alimenta propósitos melhores na atual existência, mas ainda é alvo do interesse
das sombras - para que não repila com veemência o seu "desejo
central", que pode se chocar com a moral já condicionada aos seus projetos
- os obsessores buscam enfraquecer-lhe as defesas, criando ensejos de gozos e
facilidades, que de início não passam de atrações algo inofensivas e, quando
muito, leves pecadinhos comuns a toda a humanidade.
E assim armam perigosa equação do seu
senso psicológico comum, abrindo-lhe brechas cada vez maiores e que a criatura
subestima porque a sutileza e capacidade do invisível não a deixam aquilatar a
proporção de prejuízo ético e o aviltamento moral que pesa sobre os seus atos
hipnotizados. É o caso de certas criaturas que iniciam inocente jogatina no
lar, sem interesse utilitarista ou intenção subversiva, mas gradativamente se
condicionam ao vício, sem se aperceber disso. De um simples
"passatempo" inofensivo e enquadrado na moral das criaturas, nasce a paixão
viciosa pela ilusão das cartas, que pouco a pouco lhes rouba o senso do comando
consciente e produz a superexcitação da febre do jogo, capaz de levá-las aos
piores desatinos. Mas a queda pode ser de modo tão milimétrico e despercebido,
que as vítimas da paixão do jogo não avaliam a metragem que já percorreram na
descida de um abismo que já as separou da ética moral que lhes servia de
garantia espiritual e sensata no mundo. Muitas ainda se zangam se alguém as
adverte do extremismo perigoso em que já podem se encontrar, corroborando o
velho ditado de que "o pior cego é o que não quer ver".
Igual processo se efetua, sob a direção
dos espíritos malfeitores, sobre aquele que eles pretendem fascinar, para
conseguirem as suas realizações diabólicas; ativam-lhe o "desejo
central" inferior, que identificam no âmago do encarnado, dando-lhe força
e excitando-lhe a imaginação, num processo gradativo e incessante, que muito
lembra a marcha progressiva da hipnose. Então esse "desejo central"
vai aflorando à consciência desperta, da vítima, pintando-lhe quadros de
realizações agradáveis e possibilidades grandiosas e avivando-lhe o campo
emotivo sob perigoso narcisismo, até que o trabalho das trevas consiga alimentar
no terreno da alma a grande paixão oculta, que será doravante o motivo da
fanática sedução. Essa paixão será então o "centro hipnótico" ou o
"ponto hipnótico" maligno, que absorverá toda a atenção do obsidiado,
e enquanto isso os obsessores se apossam do seu sistema nervoso e coordenam o
seu campo intuitivo, para então levá-lo a servir-lhes de instrumento vivo de
suas maquinações perigosas. Em verdade, os trevosos nada mais fazem do que
explorar qualquer paixão, vício ou capciosidade oculta, da criatura, que na forma
de "desejo central" predominante seja o mais indicado para o cultivo
na forma de paixão incontrolável.
PERGUNTA: - Em face da complexidade do assunto, rogamos-vos mais
alguns esclarecimentos sobre a natureza desse "desejo central", que
serve de base tão sólida para o êxito das obsessões. Podeis atender-nos?
RAMATÍS: - Esse desejo corresponde a uma
força passional oculta, de forte exaltação psíquica, resultante de todas as
energias consequentes da experimentação milenária da consciência. É conquista
que funde num só campo de forças tudo o que a alma experimentou e absorveu no
trato energético com o mundo exterior. Figura no âmago da consciência como sua
finalidade mais importante, que supera todas os demais desejos e ações que não
vibram com esse "desejo central". Mas ele tanto pode ser o fruto de
más raízes, que a consciência espiritual lançou para o fundo do seu psiquismo,
como pode ser também um oceano de energias represadas que, ao romperem as suas
comportas, podem acender as mais sublimes luzes messiânicas a favor da
humanidade.
No subjetivismo do ser, esse desejo vai
fazendo a sua investida lenta mas tenaz, porque não é força estável, mas sim
energia inquieta à procura de expansão e domínio. Em alguns seres, a sua
ec1osão pode cessar quando atingidas as bordas da vaidade pessoal em
conseqüência .de posses econômicas ou posições sociais comuns à vida
epicurística, quiçá no orgulho pessoal dos cargos e gloríolas políticas, embora
sem. grandes expansões notórias. Em outros, porem, é força perigosa que, ao
eclodir, transforma as instituições clássicas do mundo e subverte as leis
tradicionais, impondo programas tirânicos, o fausto, ou a rapinagem que
sacrificam o gênero humano.
Mas na alma superior, o "desejo
central", embora ainda indefinido, expande-se como um potencial de
reservas abençoadas e produz as grandes renúncias e os iluminados guias da
humanidade. Francisco de Assis, quando sentiu aflorar-lhe a força íntima do seu
"desejo central", consumiu-se no desempenho do serviço amoroso aos infelizes;
Jesus, dominado pelo mesmo impulso oculto, transformou-se num vibrante
instrumento vivo de heroísmo e amor, cujo potencial energético exsudou-se em
torno da cruz do martírio, a favor da felicidade do homem. O "desejo
central" desses sublimes seres recebeu o alento das hierarquias angélicas,
enquanto que, nos grandes tiranos ou flagelados da humanidade, o alento, partiu
do poder das trevas.
PERGUNTA: - Ser-vos-ia possível dar-nos alguns exemplos objetivos do
que dizeis?
RAMATÍS: - Quais seriam os "desejos
centrais", que palpitavam no âmago do modesto jornalista chamado Benito
Mussolini e do apagado ajudante de cozinha denominado Adolfo Hitler, quando
ainda não passavam de criaturas desconhecidas do mundo? Embora ainda
ignorassem, no seu subjetivismo, a existência de um "desejo central"
predominante sobre os demais desejos e manifestações menores da alma,
indiscutivelmente esse desejo era o de conquistarem o mundo! E isso se comprova
facilmente pois, assim que se formou neles o clima psicológico favorável à sua
eclosão, foi justamente o "desejo central" de conquista e domínio do
mundo que os obsidiou definitivamente. Os espíritos diabólicos que procuravam
almas simpáticas a fim de levar à guerra o mundo terreno e mantê-lo submisso às
suas influências, fazendo dele um campo subversivo para a sua nutrição
desregrada, anotaram, protegeram e estimularam o perigoso "desejo
central" de Hitler, Mussolini e outros, conseguindo transformar essas
criaturas em turbulentos instrumentos da última hecatombe mundial.
É provável que, durante a sua mocidade,
os planos de prepotência desses homens não fossem além da invasão da
propriedade do vizinho, coisa já identificável no seu "desejo central",
mas os gênios das sombras puderam ampliar a área de ação desses súditos
simpáticos, conseguindo lançá-los à estratégia e à rapinagem sobre as terras
dos países vizinhos. À medida que os espíritos malfeitores iam criando neles o
clima favorável para a preponderância do seu "desejo central", também
solapavam a sua resistência moral condicionada no mundo, até poderem cegá-los
pela sua paixão de conquista, tornando-os êmulos dos grandes assaltantes da
História. Feito isso, foi-lhes fácil extinguir todos os seus últimos
escrúpulos, pois em breve invertiam os conceitos do Direito humano e das leis
pacíficas, substituindo-os por uma legislação à base de canhões e bombas
homicidas!
E quando a força oculta, que lhes
modelava todos os gestos e planos, veio completamente à tona, rompendo todas as
barreiras de ética e bondade, o modesto cabo do exército alemão se transformou
em "Führer" e o inquieto jornalista se travestiu de "Duce"!
Na realidade, era o próprio "desejo central" que adquiria
personalidade e viera se manifestar à luz do ambiente material. Os comandos das
sombras puderam exultar pela sua astuciosa realização e pelo êxito infernal
pois, exumado o "desejo central" subversivo daqueles marionetes
vivos, puderam produzir a brecha inicial e dar vazão à enxurrada sangrenta, que
também passou a ser alimentada por outras almas vibrando em simpatia com as
Trevas! Alcançados os fins de morte, desespero, miséria e luto, os "chefes
negros" do Além abandonaram os seus tolos "médiuns" belicosos à mercê
da justiça da Lei do Carma, tirando-lhes todo o apoio e deixando-os morrer
estúpida e ingloriamente, na colheita dos resultados do seu próprio
"desejo central" pervertido.
Há muito tempo, o "desejo
central", despertado violentamente num jovem militar da Macedônia, transformou-o
em Alexandre Magno; posteriormente, retornando o mesmo espírito à matéria, o
"desejo central" ainda o conduziu à figura de César, outro grande
general; enfim, pela última vez, reeditou-o como Napoleão Bonaparte, para que
se pudesse erigir na Terra um império de vaidade humana. No entanto, esse mesmo
"desejo central", operando de maneira inversa, primeiramente edificou
Samuel, o profeta puro; retornando, também, o mesmo espírito à Terra,
plasmou-se na figura suave de, João Evangelista, que mais uma vez voltou a
iluminar a superfície do orbe como Francisco de Assis que, invadindo os
corações humanos, também erigiu um império, porém de amor e de glórias
espirituais!
PERGUNTA: - Podeis nos explicar, mais objetivamente, o que se
compreende por um "centro hipnótico" ou "ponto hipnótico",
ao qual tendes aludido, alhures, como sendo a base principal do êxito para o
mais fácil comando dos obsessores sobre os obsidiados?
RAMATÍS: - Verificamos que vos equivocais
na pergunta, pois não é o "centro hipnótico" que serve
fundamentalmente aos obsessores para comandarem as suas vítimas. Os obsessores
aproveitam a ocasião em que suas vítimas criam um "centro hipnótico",
ficando, por isso hipnotizadas pela vaidade, por um perigoso vício, uma
tentação ou pecado, deixando campo aberto para serem obsidiadas facilmente, e
então tratam de agir, não no "centro hipnótico" que elas criaram, mas
sim no espírito da vítima escolhida.
É como se uma mulher se postasse por
longo tempo à janela de sua casa, entretida em palestra com alguém ou com as
futilidades da rua, e os gatos, penetrando na cozinha, roubassem os peixinhos
que ela ia preparar para o jantar...
Na hipnose comum, o hipnotizador procura
conduzir o "sujet" a fixar toda a sua atenção num objeto, num ponto,
num acontecimento ou mesmo numa evocação subjetiva, procurando distraí-lo ao
máximo, a fim de poder criar o "ponto hipnótico" ou mesmo o
"centro hipnótico", que deve se tornar o tema convergente da mente do
hipnotizado. Pouco a pouco o paciente se entrega ao sono hipnótico,
influenciado pela incessante sugestão do seu hipnotizador ou por qualquer odor
característico, ruído monótono ou música sonolenta, ou mesmo por se submeter voluntariamente
à sua ação e vontade. - O hipnotizador algema-lhe a consciência objetiva e a
segrega no cárcere construído pela incisiva sugestão mental, mas deixa em
liberdade o comando motor e psíquico das. atividades subconscientes do corpo,
que reside na zona instintiva sediada na região cerebral.
Então se apossa da região provisoriamente
desabitada, do seu "sujet", a qual Freud classificou habilmente como
sendo o "porão da individualidade". Através dessa região submissa,
atua a vontade do hipnotizador que, então, desata o seu mecanismo
"psicofísico", produzindo-se os fenômenos térmicos, as reações
instintivas, os choros e risos, à simples mudança de novas sugestões mentais,
cenas estas muito comuns nos teatros terrenos e que servem para estupefação do
público ainda ignorante da realidade espiritual. Como todos os acontecimentos
ocorridos com a criatura, no pretérito, encontram-se normalmente registrados em
sua "memória etérica", constituindo a bagagem do passado, os
hipnotizadores conseguem que se reproduzam as rixas, os prazeres e as atitudes
e reações emotivas que seus pacientes tiveram na infância longínqua e que,
reproduzidos através de um corpo adulto, tornam-se caricaturas ridículas que
divertem o público festivo.
No entanto, assim que o paciente desperta
o seu espírito retoma a posse da região do "córtex cerebral" motor,
na zona intermediária do cérebro, ajusta-se ao comando dos seus centros
sensoriais e se focaliza outra vez na habitual figura comum ao meio presente.
Na verdade, o seu espírito não se afastou do comando cerebral; apenas
"distraiu-se", atraído pelo seu "centro hipnótico", tal
qual a mulher do nosso exemplo que, por se distrair demais à janela, não notou
o roubo na cozinha... Eis a função importante do "centro hipnótico"
ou "ponto hipnótico", que serve para distrair e desviar a atenção do
dono do corpo físico, enquanto o hipnotizador serve-se, à vontade, d,o equipo
neurocerebral com o seu cortejo passado e os automatismos instintivos.
Assinar:
Postagens (Atom)