À semelhança de ácido que corrói a superfície na qual se encontra,
a mágoa desgasta, a pouco e pouco, as peças delicadas das engrenagens orgânicas
do homem, destrambelhando-lhe os equipamentos muito delicados da organização
psíquica.
A mágoa é conselheira impiedosa e artesã de males cujos efeitos são
imprevisíveis.
Penetra no âmago do ser e envenena-o, impedindo-lhe o recebimento
dos socorros do otimismo, da esperança e da boa vontade em relação aos fatores
que o maceram.
Instalando-se, arma a sua vítima de impiedade e rancor, levando-a a
atitudes desesperadas, desde que lhe satisfaça a programação vil.
Exala amargura e desconforto, expulsando as pessoas que intentam
contribuir para a mudança de estado, graças às altas cargas vibratórias negativas,
que exteriorizam mau humor e azedume.
Quem acumula mágoas, coleciona lixo mental.
Reage às tentativas de alojamento da mágoa nos teus sentimentos.
Não estás, no mundo, por acaso, antes, com finalidades adredemente
estabelecidas que deves atender.
Acompanha a marcha do Sol, e enriquece-te de luz, não mergulhando
na sombra dos ressentimentos destrutivos.
Sorri ante o infortúnio, agradecendo a oportunidade de superá-lo
através dos valores éticos e educativos que já possuis, poupando-te à
consumpção de que é portadora a mágoa.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de
Ângelis. LEAL. Capítulo 22.
Síndrome alarmante, de desequilibro, a presença da mágoa faculta a
fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a
agasalha.
A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o
metal em que se origina.
Normalmente se instala nos redutos do amor-próprio ferido e
paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por
vitimar o hospedeiro.
De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração
singela e nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os tecidos
delicados do sentimento, desdobrar-se em modalidades várias, para
sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos da emotividade, engedrando
cânceres morais irreversíveis. Ao seu lado, instala-se, quase sempre, a
aversão, que estimulam o ódio, etapa grave do processo destrutivo.
A mágoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite
verdadeiros dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que
se fizeram as causadoras conscientes ou não do seu nascimento.
Borra sórdida, entorpece os canais por onde transita a esperança,
impedindo-lhe o ministério consolador.
Hábil, disfarça-se, utilizando-se de argumentos bem urdidos para
negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento. Muitas distonias
orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que, gerando altas cargas tóxicas
sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no mecanismo psíquico com
lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório, digestivo, nervoso...
O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Sua idéias,
suas aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em cujas
fontes se nutre.
Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa
consegue isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros
externos, procedentes de outras pessoas.
Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que conspiram contra
a tua paz. O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.
Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é
justo que te afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.
Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage,
mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando
ofensores.
Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das
viciações mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que, infelizmente, se
alastram pela Terra de hoje, pestilenciais, danosos, aniquiladores.
Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são
decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do
sofrimento desnecessário.
Se já registras a modulação da fé raciocinada nos programas da
renovação interior, apura aspirações e não te aflijas. Instado às paisagens
inferiores, ascendo na direção do bem. Malsinado pela incompreensão, desculpa.
Ferido nos melhores brios, perdoa.
Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não
terás outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa
estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província infeliz.
"Quando estiveres orando, se tiverdes alguma coisa contra
alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas
ofensas". - Marcos: 11-25.
"Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama
geralmente o homem em todas as posições sociais. Isto, meus caros filhos, prova
melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do
Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo". - Cap.V - Item 20.
Franco, Divaldo P.. Da obra: Florações Evangélicas.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.\
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