Quando
o espírito de rebeldia se te aproxime do coração, segredando frases como estas:
“não adianta fazer o bem” ou “não mereces sofrer”, aguça os ouvidos da própria
alma para que possas recolher as grandes vozes inarticuladas da vida.
No
alto, constelações que te habituaste a admirar, dizem-te ao pensamento: “antes
que o teu raciocínio nos visse a luz, já obedecíamos ao Supremo Senhor para
servir”, enquanto que a Terra te afirmará: “não és mais que um hóspede dos
milhões que carrego há milênios”. Em torno de ti, a árvore falará: “esforço-me
de janeiro a dezembro a fim de dar os meus frutos por alguns dias, em nome do
Criador; entretanto, além disso, preciso tolerar o rigor ou a diferença das
estações, aprendendo a memorizar”, e o animal te confessará: “vivo debaixo do
teu arbítrio e fazes de mim o que desejas, por séculos e séculos, porque devo
sofrer-te as ordens, sejam quais sejam, para que eu possa, um dia, sentir como
sentes e pensar como pensas”.
Medita
na tolerância maternal da Natureza que transforma o carvão em diamante, através
de décadas e décadas de silêncio e traça caminhos na pedra usando a
persistência da gota d’água. Contempla a peça de aço polido e reflete em que
ela jamais seria o que é sem os golpes de fogo, que lhe ajustaram os elementos
e, quando sacies a própria fome, dedica um instante de reconhecimento ao pão de
que te serves, recordando que nunca lhe terias a bênção se a humildade não lhe
caracterizasse a tarefa.
Não
interpretes a disciplina por tirania e nem acuses a obediência de escravidão.
Trabalha
e serve com alegria.
Oferece
à paz de todos os concursos que a harmonia te pede.
Rebeldia
é orgulho impondo cegueira ao coração.
Não
há progresso sem esforço, vitória sem luta, aperfeiçoamento sem sacrifício,
como não existe tranquilidade sem paciência.
Reflete
na Infinita Bondade que preside o Universo, a cercar-nos de amor, em todas as
direções, e reconheceremos que se transformações dolorosas, no campo da
existência muita vez nos transfiguram em crisálidas agoniadas de aflição, ao
impacto das provações necessárias, a dor é o instrumento invisível de que Deus
se utiliza para converter-nos, a pouco e pouco, em falenas de luz.
Do
livro "Encontro Marcado"
Espírito
deEmmanuel
Médium:
Francisco C. Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário