Como se a vida não lhe favorecesse com a bênção do tempo, e ignorado a
lição de que tudo acontece no momento certo, invigilante, o homem tenta viver
hoje o que só pode ser vivido amanhã. Nessa inquietação angustiosa ele não vive
o hoje nem o amanhã.
Jesus, psicólogo inigualável, conhecedor dos efeitos nocivos da ansiedade,
advertia: “não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã
cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.
Não quis Jesus ensinar que devêssemos ser negligentes com relação ao
futuro; no entanto, convidou-nos a vencer a inquietação, a preocupação
exagerada, ou seja, a ansiedade.
Não esqueçamos que os momentos de cada dia são valiosos; a natureza nos
ensina a não pular etapas, sem que soframos a penalidade através de resultados
indesejáveis.
O homem ansioso no desejo de antecipar o que imagina ser importante,
embora na maioria das vezes seja apenas ingênuo capricho, atrai também dores e
contrariedades sobre si.
Todo fruto colhido antes do tempo apresenta sabor desagradável. O lavrador
ao lançar a semente ao solo tem que se submeter ao sacrifício da espera;
somente assim, será beneficiado com o sucesso da colheita.
O benfeitor espiritual Emmanuel afirma que as ansiedades armam muitos
crimes e jamais edificam algo de útil na Terra, e que precede sempre a ação de
cair.
Não são poucos os que, não sabendo esperar dias melhores que poderiam
muito be ser conquistados com mudança de atitude e trabalho, ansiosos,
precipitam-se pela porta ilusória do suicídio.
É verdade que a ansiedade é natural e necessária, no entanto, quando
exorbita torna-se causa de muitas enfermidades e decisões impulsivas, requerendo
muitas vezes séculos para a devida reparação.
Em qualquer circunstância devemos trabalhar a mente para que mantenhamos a
serenidade. Dessa forma, não sofreremos antecipadamente por algo que poderá nem
acontecer.
Mesmo que a vida nos acene com acontecimentos desagradáveis, na área da
saúde, da afetividade, das relações familiares e profissionais, mantenhamos
acesa a chama da esperança, entregando a Deus as nossas aflições, recordando a
advertência do Mestre inesquecível: “tenho-vos dito isto para que tenhais paz;
no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
Somente Deus, que tem o poder de mudar o tempo, permitindo a tempestade,
também tem o poder de agir no tempo certo, permitindo que o sol surja com todo
o esplendor.
F. Altamir da Cunha
Extraído do Jornal Espiritismo Estudado – setembro/2011
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