Salve Ogum!!!
Salve Jorge!!!
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus
inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não
me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem
sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo
amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e
divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino,
protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina
misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e
perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as
suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que
debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos
a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito
Santo.
São Jorge Rogai por Nós.
São Jorge – a história de um santo muito amado
A origem do nome
São Jorge nasceu no século III, na Capadócia – atual Turquia – de
origem romana. Seu nome original do santo é Georgius. Jorge vem de geos (terra)
e orge (cultivar) que significa, literalmente, cultivando a terra. Outras
origens de seu nome podem ser:
a junção dos termos gerar (“sagrado”) e gyon (areia), o que nos dá
“Areia Sagrada”; o termo gyon pode ainda assumir o significado de “luta”, o que
mudaria o significado anterior para “Lutador Sagrado”; por fim, o nome Jorge
viria da junção de outros três termos gero, gír e ys (Gerogírys) onde gero =
“peregrino”, gír = “cortado” e ys = “conselheiro”, pois Jorge foi peregrino por
seu desprezo ao mundo, foi cortado em seu martírio foi e conselheiro na prédica
do Reino de Deus.
A vida de São Jorge
O Concílio de Nicéia considerou a legenda de São Jorge apócrifa,
pois vários fatos relatados são discrepantes e impossíveis de serem confirmados
como verídicos. Assim nos relata Jacoppo em sua Legenda Áurea e, de fato, não
há muito como mudar essa situação, em virtude da carência de fontes.
Mas o importante é saber que São Jorge realmente existiu e foi um
grande exemplo de vida cristã, muito embora não seja mais possível resconstruir
todos os seus passos sobre a terra, como podemos fazer com certa facilidade com
outros grandes santos antigos, como São Cipriano e Santo Agostinho. Que falta
fazia um Power Point no século III, não é, meus amigos?
São Jorge era um tribuno romano. As fontes antigas dizem que ele
teria sido martirizado na cidade persa de Diáspolis, chamada anteriormente de
Lida, perto de outra cidade persa chamada Jope. Essa é a versão do calendário
de São Beda (em breve, aqui nO Catequista, mais detalhes sobre a vida desse
outro grande santo). Outras versões dizem que seu martírio ocorreu sob os
imperadores Dioclesiano (sem a participação dele) e Maximiano. Outros dizem
ainda que teria sido sob o Governador Daciano, nos tempos de Dioclesiano e
Maximiano.
A lenda do dragão
Essa é a parte que o povo gosta. Foi certa vez, em Silena, cidade
da província romana da Líbia, que um dragão chamado Kadafi …não, não, desculpem
essa é uma outra história. Mas vamos continuar na Líbia. Às margens de um lago
grande como um mar escondia-se uma enorme e pestilento dragão, que aterrorizava
a população local.
Para impedí-lo de procurar alimentos na cidade, os moradores
ofereciam em holocausto à fera um tributo de duas ovelhas por dia. Mas em pouco
tempo passou a faltar ovelhas e, para compensar o bicho, que deveria ser
chamado de Imposto de Renda, passaram a oferecer uma ovelha e um humano – um
rapaz ou uma moça. Só que, depois de algum tempo, também passou a faltar gente,
e o sorteio designou a filha do rei para ser entregue ao monstro.
Desesperado o rei implorou ao povo que não oferecesse ao dragão sua
filha, só que o povo manteve-se irredutível. O rei apenas conseguiu um prazo de
oito dias para prantear sua amada filha. Depois desse período, nada podendo
fazer, contra a turba enlouquecida, o rei entregou sua filha ao seu destino e
ela dirigiu-se ao lago onde habitava a fera.
Um certo Jorge passava casualmente pelo local e viu a jovem
princesa chorando às margens do lago. Ao longe, a galera, como não podia deixar
de ser, esperava para ver o bicho vir cobrar seu tributo (devia ter gente
vendendo pipoca e cachorro-quente). A jovem avisou ao Santo que ele deveria
sair correndo o mais rápido possível dali. São Jorge insistiu para que ela
explicasse o quê estava acontecendo, enquando isso, o monstro surgiu, vindo de
dentro do lago. O Guerreiro montou em seu cavalo, fez o sinal da cruz e,
recomendando-se a Deus, atingiu o monstro na cabeça com força, fazendo-o cair
no chão.
Em seguida, Jorge mandou que a princesa colocasse seu cinto no
pescoço do dragão, sem medo. Depois disso, o bicho começo a segui-la como segue
um cão manso, seu cinto servindo de coleira guia. Ambos então foram para a
cidade, e o povo entrou em pânico ao ver o cavaleiro, a dama e o dragão. São
Jorge tratou de acalmá-los, exortando as pessoas a aceitarem o Salvador através
do batismo. A cidade toda o fez. Fato consumado, em seguida, São Jorge matou o
dragão. Sem contar mulheres e crianças, 20 mil homens foram batizados.
Em homenagem a Maria e ao beato Jorge, o Rei mandou construir na cidade
uma enorme igreja, sob cujo altar surgiu uma fonte de água curativa para todos
os enfermos. O rei ofereceu a São Jorge muito dinheiro, mas o santo não aceitou
e mandou que o rei o distribuísse aos pobres. Ao rei, Jorge deixou ainda quatro
conselhos: cuidas das igrejas, honrar os padres, ouvir com atenção o ofício
divino e nunca esquecer os pobres. Em seguida, beijou o rei e foi embora.
As perseguições romanas
O governador Daciano, nos tempos de Dioclesiano, em apenas um mês,
martirizou 17 mil cristãos (falem mesmo da inquisição, papagaios de pirata!).
Esse massacre seria muito maior se não tivesse havido muitos abjurações, em que
cristãos amendrontados sacrificaram aos ídolos pagãos, como era a vontade do
Imperador.
São Jorge ficou consternado com o que via. Distribuiu tudo que
possuía, trocou suas vestes de tribuno pelas humildes vestes dos cristãos e
chamou os deuses romanos de demônios, o que enfureceu o Governador puxa-saco.
Jorge identificou-se a Daciano como vindo de nobre estirpe da Capadócia, que,
com a ajuda de Deus, havia submetido a Palestina, mas que deixaria tudo para
seguir ao Deus do Cristo.
Daciano mostrou toda a sua “civilidade” romana ao ouvir a
declaração de Jorge. Mandou-o suspender no potro (um instrumento de tortura
romano que recebeu esse nome por ser parecido com um cavalo) e que seus membro
fossem dilacerados com garfos de ferro. Para complementar, mandou ainda que
Jorge fosse queimado com tochas e suas feridas salgadas. Na noite seguinte, o
Senhor apareceu a São Jorge e o confortou de forma tal que os tormentos pelos
quais passou pareciam não ter acontecido, pois mesmo alquebrado, Jorge
permanecia fiel e sereno.
Um mágico foi convocado por Daciano, que julgava que os cristãos,
na verdade, eram embusteiros, como ele o era (mais ou menos um ancestral
debilóide de Richard Dawkins, que é outro debilóide). O mágico prometeu ao
governador que dobraria São Jorge ou perderia sua cabeça (literalmente).
Envenenou vinho e deu para São Jorge beber. Fazendo o sinal da cruz sobre a
bebida, o santo a tomou e nada lhe aconteceu. O mago se lançou aos pés de Jorge
e pediu para tornar-se cristão. Foi decapitado em seguida.
A “farra” de Daciano continuou. Jorge foi colocado na roda de
espadas, que quebrou e nada lhe ocorreu. Foi mergulhado em um caldeirão de
chumbo derretido e retirado de lá como quem sai de um banho quente.
Daciano viu que, pela porrada, não dava. Então, tentou comprar
Jorge e, com mansidão, procurou convertê-lo ao paganismo. Fingindo entrar no
seu jogo, Jorge concordou. A cidade então compareceu ao templo para ver o
impenitente abjurar. São Jorge então caiu de joelhos e pediu a Deus que
castigasse os pagãos. O templo, seus deuses e seus altares foram destruídos por
uma chuva de enxofre e os sacerdotes quedaram mortos.
A rainha Alexandrina, esposa de Daciano, vendo o sofrimento de
Jorge e as crueldades de seu marido, resolveu abraçar a cruz, o que lhe custou
a vida. Seu marido mandou pendurá-la pelos cabelos e surrá-la duramente.
Durante esse martírio, temeu Alexandrina o fato de não ter sido banhada nas
águas batismais. Jorge acalmou-lhe o coração e disse-lhe que seu sangue mártir
seria seu batismo. E assim foi.
A Morte de São Jorge
No dia seguinte à morte de Alexandrina, Jorge foi condenado pelo
governador a ser arrastado por toda a cidade e, ao final, ser decapitado.
Ele orou a Deus pedindo que todos aqueles que implorassem pedindo a
assistência divina, por onde ele passasse teriam seus pedidos atendidos. A voz
divina concedeu o seu pedido. Terminada a horrenda tortura, São Jorge teve a
cabeça decapitada. Era o ano de Nosso Senhor de 247.
Daciano não ficou sem castigo: nesse mesmo dia, o fogo do céu caiu
sobre ele e sobre sua guarda pessoal, matando-os instantaneamente.
São Jorge Guerreiro, rogai por nós!
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