Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)
ÚLTIMO TÓPICO
ÚLTIMO TÓPICO
20 - INVEJA
- As atitudes de
rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a
própria “prepotência da competição”, que tem como origem todo um séquito de
antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados
- O invejoso é
inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e
detetive da vida alheia até a exaustão, sempre alerta e armado contra tudo e
todos, fazendo o gênero de superior, quando, em realidade, se sente
inferiorizado. Por isso, quase sempre, deixa transparecer um ar de sarcasmo e
ironia em seu olhar, pra ocultar dos outros seu precário contato com a
felicidade
- A emoção da
inveja não é uma necessidade aprendida, não foi adquirida por experiência nem
por força da socialização, mas uma reação instintiva e natural, comum a
qualquer criatura do reino animal
- A emoção da
inveja no adulto é produto das atitudes internas de indivíduos de idade
psicológica bem inferior à idade cronológica, os quais, são verdadeiras almas
de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que querem chamar a atenção dos
maiores no lar
- A necessidade
de poder e de prestígio desmedidos que encontramos em inúmeros homens públicos
nas áreas religiosas, política, profissional, esportiva, filantrópica, de lazer
e outras tantas, deriva de uma “aspiração de dominar” ou de um “sentimento de
onipotência”, com o que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de
inferioridade que desenvolveram na fase infantil
- Eis alguns
sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e
negados :
(1) Perseguições
gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiadas
(2) Inclinações
superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria
(3)
Insatisfação permanente, nunca se contentando com nada
(4)
manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes
(5) Elogios
afetados e amores declarados exageradamente
(6) Animação
competitiva que leva às raias da agressividade
- Muitos
indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de seus comportamentos
rotineiros, porque acreditam que, para assumir a responsabilidade da renovação
íntima, precisariam despender um enorme sacrifício
Para afastar
todo e qualquer anseio de transformação interior, utilizam-se de um processo
psicológico denominado “racionalização”, artifício criado para desviar a
atenção dos verdadeiros motivos das atitudes e ações
- Os indivíduos
que possuem o hábito da crítica destrutiva estão, em verdade, dissimulando
outras emoções, talvez a inveja ou mesmo o despeito
- A inveja é
definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são. E uma
forma de cobiça, um desgosto em face da constatação da felicidade e
superioridade de outrem
- Observar a
criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no
invejoso, por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva,
por consequência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e
difamar.
- Assim é a
estratégia do depreciador : “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros,
compensando, assim, meu complexo de inferioridade. A inveja nasce quase sempre
por nos compararmos constantemente com os outros
- É verdade,
porém, que possuímos algumas semelhanças e características comuns com outros
homens, mas, em essência, somos almas criadas em diferentes épocas pelas mãos
do Criador e, por isso, passamos por experiências distintas e trazemos na
própria intimidade missões peculiares
- A ausência do
amadurecimento espiritual faz com que rotulemos, de forma humilhante e
pretensiosa, os credos religiosos, a heterogeneidade das raças, os costumes de
determinados povos, as tendências sexuais diferentes, os movimentos sexuais
diferentes, os movimentos sociais inovadores, as decisões, o comportamento, o
sucesso dos outros e muitas coisas ainda.
- Tudo isso
ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a grandeza do processo
evolutivo agindo de forma diversificada sob as Leis da Natureza. O que devemos
fazer é aceitar-nos como somos, é respeitar diferenças e reconhecer nossos
valores
- A inveja é
uma ferramenta cômoda que usamos sempre que não queremos assumir a
responsabilidade por nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar supostas falhas
das pessoas, distraindo-nos a mente do necessário desenvolvimento de nossas
potencialidades interiores
- Em vez de esforçarmos
para crescer e progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência
e ociosidade
- A inveja e a
censura nascem da auto-rejeição que fazemos conosco, justamente por não
acreditarmos em nossos potenciais evolutivos e, por procurarmos fora de nós, as
explicações de como deveremos sentir, pensar, falar, fazer e agir
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