Parte
I
PERGUNTA: - Não há exagero na afirmativa
de que as criaturas vítimas de alienação mental não passam, em sua maioria, de
obsidiadas por espíritos maus?
RAMATÍS:
- Uma das questões mais dolorosas e de difícil solução para os espíritos
benfeitores é justamente a referente à obsessão, pois não há número suficiente
de espíritos adestrados para solucionarem completamente esse problema tão
complexo. A humanidade terrícola, por sua vez, aumenta assustadoramente as
oportunidades delituosas, o que ainda auxilia a execranda atividade obsessora
das entidades trevosas, sobre a Crosta.
Não
há exagero em se afirmar que a maior porcentagem de alienações, no mundo
terreno, ainda é fruto das forças destrutivas e obsessoras, muitíssimo
favorecidas pelo descaso evangélico do próprio homem. Afora os casos naturais,
de lesões cerebrais, todas as alienações de ordem mental se originam
diretamente do desequilíbrio da própria alma. Toda alma desequilibrada se torna
um repasto fácil para os desencarnados viciosos e vingativos, que agem
ardilosamente do astral inferior.
Os
obsessores tanto agem por sua conta própria, exercendo suas vinganças e
explorando os incautos terrenos, como também desempenham encargos e
"missões" vingativas, em serviço alheio, aceitando a função execrável
de instrumentos de desforras de outros. Esses espíritos malfeitores revezam-se
em suas próprias crueldade, e vinganças, num trabalho recíproco, organizado e
incessante, que exercem do Além sobre os encarnados, contra os quais tramam as
mais hábeis artimanhas diabólicas, através da orientação técnica é
experimentação dos veteranos.
PERGUNTA: - Por que há falta de espíritos
capacitados para atenderem aos casos de obsessões? Porventura, seria preciso no
Astral algum curso especializado ou de preparo técnico para o êxito desse mister?
RAMATÌS:
- Se as próprias organizações diabólicas, do astral inferior, disciplinam a sua
ação nefasta e possuem cursos que ministram ensinamentos astuciosos, preparando
espíritos sagazes para o domínio e a exploração das criaturas débeis de vontade
e escravas das paixões animais, por que o serviço do bem, que ainda é mais
complexo e delicado, também não deveria possuir as suas instituições adequadas,
para melhor êxito de sua ação?
PERGUNTA: - Esses cursos supervisionados
pelos espíritos benfeitores são algo parecidos com os sistemas ou métodos
usados nas escolas terrenas? Podeis nos dar algum esclarecimento a respeito?
RAMATÌS:
- São cursos de estudos inteligentíssimos e incessantemente progressivos, baseados
no conhecimento avançado da anatomia e fisiologia do corpo humano e sobre as
mais sutis manifestações do sistema nervoso e endócrino, a fim de se conhecerem
todas as vulnerabilidades e os efeitos orgânicos que resultam nas vítimas das
obsessões. Os espíritos que se devotam à cura de obsidiados tanto precisam
conhecer a natureza das emissões magnéticas que podem beneficiar as vítimas das
obsessões, como também as energias venenosas produzidas por esse processo vil
durante o mórbido entrelaçamento entre o cérebro perispiritual e o cérebro
físico.
Esses
cursos, esquematizados por geniais cientistas siderais, requerem almas
corajosas e de vontade bastante desenvolvida, que aliem ainda a estas
qualidades excepcionais os mais elevados sentimentos de bondade, tolerância, e
pureza de intenções. Em face dessas exigências fundamentais, torna-se
dificílimo conseguir-se o número suficiente de equipes especializadas para
neutralizarem definitivamente a nefasta ação dos Espíritos vingativos sobre os
encarnados. É serviço de vulto, que já teria desanimado completamente outras
criaturas que não possuíssem o heroísmo e a perseverança das almas benfeitoras
das comunidades superiores. Quase nada se pode fazer quando tanto os
desencarnados como os próprios encarnados se enleiam perigosamente nas malhas
de suas paixões denegridas, permanecendo durante séculos a se vingarem
reciprocamente, manietados à mútua expiação obsessiva e atravessando existência
por existência nessa dolorosa e execrável flagelação. E assim o detestável círculo
vicioso prossegue; ora, os que assumem a figura de algozes. e vingadores
exploram suas vítimas, certos de sua desforra; ora, estas se compensam sugando
até a última gota as forças vitais e psíquicas dos seus desafetos do passado!
PERGUNTA: - Mas se houvesse número
suficiente de técnicos ou de servidores para atender aos casos de obsessões,
solucionar-se-ia imediatamente esse problema tão doloroso, no Além?
RAMATÍS:
- Ele não seria solucionado de modo tão rápido, porque muitas das vítimas e dos
algozes que se acham mútua e obsessivamente enredados pelos laços do ódio e da
vingança, ainda requerem alguns lustros para que então se efetue a sua
libertação espiritual. Embora a Lei Cármica - que disciplina todas as ações de
causa e efeito para a Ventura Espiritual - tenha uma técnica e seja um processo
inflexível na sua execução, são as próprias almas culposas que marcam realmente
o seu tempo de funcionamento, para a devida retificação psíquica. É de lei
sideral que, aquilo que for atado na Terra, também nesta deverá ser desatado!
Os
mentores e os técnicos espirituais não podem intervir e violentar drasticamente
esse círculo vicioso de mútua obsessão entre os terrícolas, ainda incapazes da
humildade e do perdão, e que o reforçam com a vaidade, o orgulho, o ódio, a
crueldade e a vingança, distanciados, como estão, da terapêutica evangélica
criada por Jesus. Considerando-se que o obsessor e o obsidiado são dois
enfermos que se digladiam mutuamente em terrível crise de amargura gerada pelo
ódio ou pela vingança, é óbvio que o tratamento mais eficaz exige que sejam
drenados os tóxicos que lhes corroem a intimidade psíquica, para que depois se
possa substituí-los pelo bálsamo abençoado que provém do amor e do perdão.
PERGUNTA: - Mas já temos comprovado
algumas curas de obsessões, graças a trabalhos realizados por falanges de
silvícolas e africanos, que empregam para esse fim um sistema vigoroso e
decididamente corretivo. Em alguns casos, devido apenas à realização de dois ou
três desses trabalhos, foram afastados obsessores renitentes que, havia alguns
anos, desafiavam os recursos comuns das doutrinações! O aproveitamento dessas
"tropas de choque", no Além, não poderia resolver a maior parte dos
casos de obsessões, reduzindo a vultuosidade de tão angustioso e complexo
problema?
RAMATÌS:
- É prematura qualquer intervenção compulsória no mecanismo dá obsessão, sem
que haja sido iniciada a reforma íntima, e espiritual, ou do obsessor ou do
obsidiado, pois isso seria o mesmo que tentar afastar as moscas de um prato com
mel que está ao seu alcance. A retirada obrigatória do espírito obsessor, de
junto de sua vítima, não resolve problemas obscuros, cujas raízes podem estar
fixadas há muitos séculos, num passado repleto de tropelias e crueldades
recíprocas! Esse processo mais se assemelha ao efeito da injeção calmante no
corpo físico, que pode contemporizar o efeito doloroso, mas não soluciona a
causa oculta da enfermidade. Em todas as comunidades do Além, que se dedicam às
tarefas benfeitoras de cura e tratamento desobsessivo, só se emprega uma
"técnica espiritual" o despertamento incondicional do Amor!
Seguindo
os passos e o exemplo de Jesus, que se entregou até em holocausto na cruz
torturante, também cuidamos de curar todos os sofrimentos cruciantes das almas
embrutecidas aplicando-lhes a mesma terapêutica do amor incondicional, que é
capaz de conquistar os corações mais empedernidos. O amor não se impõe pelo
palavreado rebuscado nem pelo gesto compungido; para ser profundo, há de ser
sentido e ofertado vivamente pela angústia de servir, pois não sendo assim
desintegra-se na crosta dos corações duros.
PERGUNTA: - Sob a vossa opinião pessoal
qual seria o processo mais eficiente para o tratamento da obsessão?
RAMATÍS:
- Os mentores espirituais de alta experimentação sideral acham que só existe
uma solução lógica e sensata para esse acontecimento confrangedor: converter
simultaneamente o obsessor e o obsidiado aos postulados amorosos do Cristo!
Como já disse, pouco adianta afastar espíritos perseguidores e impedi-los de se
aproximarem de suas vítimas, pois esse processo, violenta, mas não soluciona a
execução da lei de "causa e efeito"; a solução do problema fica em
suspenso e, sem ela, a "enfermidade" espiritual voltará da mesma forma
como voltam as moscas às feridas logo depois de enxotadas. Em breve, obsidiado
e obsessor envolver-se-ão novamente através dos velhos laços do ódio
insatisfeito e ainda superexcitados pelo desencarnado, enquanto o perseguido
também vibra contra o seu algoz das sombras. A cura requer o desatamento
espontâneo das algemas que os prendem há longo tempo, e isso só será possível
pela força do perdão e da humildade.
PERGUNTA: - Quais são os tipos de
instituições que conheceis no Espaço como responsáveis pelo aprendizado e
preparo de espíritos destinados a atender os casos de obsessões?
RAMATÍS:
- Os cursos especializados para se atenderem aos casos graves de obsessões e
fascinação dos encarnados funcionam quase sempre nos departamentos de auxílio
espiritual, localizados no seio das instituições reencarnatórias. Futuramente,
os psiquiatras da Terra poderão também aplicar grande parte dos tratamentos
espirituais ministrados no Espaço, quando se convencerem de que os principais
fundamentos da cura psíquica são os ensinamentos evangélicos de Jesus - na
realidade, o verdadeiro Médico da Alma! Os estabelecimentos de tratamento de
psicopatas, situados na Terra, falham consideravelmente nos seus tratamentos
clássicos, porque pretendem solucionar problemas emotivos - que se enraízam na
concha do coração e algemam as forças do espírito - usando dos recursos
draconianos da terapêutica indistinta à base de eletricidade ou de hormônios. É
certo que os choques elétricos ou as intervenções medicamentosas violentas
conseguem às vezes sustar a marcha da loucura ou manter algo desperto o
enfermo, pois o processo superativa temporariamente as células cansadas. Mas o
problema secular ou milenário da enfermidade espiritual há de continuar a
desafiar esses recursos, uma vez que apenas contemporiza mas não se soluciona a
situação. A aplicação de choques consegue proporcionar alguns momentos de razão
ao obsidiado ou protelar a crise fatal, devido ao despertamento súbito das
células cerebrais e à trepidação do sistema nervoso, que então se desoprime da
ação obsessiva do perseguidor oculto nas sombras do Além. Mas isso não
conseguirá impedir que, logo depois, ou ainda mesmo em futura encarnação, o
espírito enfermo passe a reproduzir novamente os mesmos sintomas ou efeitos
mórbidos. O asilo de doidos, na Terra, ainda desconhece que, acima da
terapêutica química ou técnica do mundo material, há um tratamento mais
eficiente e miraculoso, que é a transfusão do amor!
Por
isso, nos cursos de cura de obsessões, que funcionam nas comunidades astrais,
embora os alunos se devotem a avançado conhecimento psicológico espiritual e
cientificamente transcendental, primeiramente cuidam de todos os anelos
superiores do sentimento do espírito imortal, para que o êxito da cura das
enfermidades psíquicas seja melhor conseguida pela terapia elevada do Amor.
PERGUNTA: - É evidente que o mais
obstinado em manter esse círculo vicioso é sempre o obsessor livre no astral;
não é assim? Não lhe cumpria ceder em primeiro lugar, uma vez que está ciente
da imortalidade e das futuras consequências de seus atos?
RAMATÍS:
- Nem todos os obsessores têm consciência de suas tarefas nefandas ou vinganças
impiedosas; muitos deles não passam, também, de loucos ou desesperados, que se
agarram vigorosamente à vítima indefesa, como o parasita adere ao caule da
árvore em crescimento, atendendo ao sagrado direito de tentar a sua
sobrevivência. A esses espíritos é melhor que seja dado o tratamento do amor e
da ternura espiritual, aliviando as suas dores acerbas e as torturas psíquicas,
muito antes de se pretender enxotá-los de junto dos invigilantes encarnados que
os atraem continuamente pelos seus próprios vícios e ociosidade espiritual.
Algoz e vítima, ambos doentes, pedem a mesma medicação que o Sublime Jesus
receitou sem rebuços: "Faze aos outros o que queres que te façam!"
PERGUNTA: - Como poderíamos compreender
mais claramente esse roteiro de estudos, estabelecidos pelos cientistas
siderais no Além, para o serviço de cura de obsessões?
RAMATÍS:
- Os seus quadros didáticos, com as suas complexas experimentações, escapam
ainda à leitura comum, e exigiriam exaustivo compêndio para o vosso
conhecimento, e com isso ultrapassaríamos o tempo e os objetivos destas
singelas comunicações. Já há na Terra uma literatura mediúnica que fornece
elucidações a respeito e indica as preliminares mais eficientes para solução
desses problemas habilitando-vos incessante e progressivamente a conhecer como
devem ser encarados. Por isso, não desejamos parafrasear ou repetir aquilo que
já vos foi dito mediunicamente, com mais eficiência e clareza de exposição.
Os
espiritualistas encarnados que pretenderem lograr êxito na solução dos casos de
obsessão precisam conhecer melhor os principais sistemas orgânicos que
constituem o corpo físico, bem assim se especializar no conhecimento da
complexa fisiologia do perispírito. É necessário que se investiguem
atenciosamente todos os fenômenos que, durante as obsessões, provocam a
desarmonia entre o veículo físico e o perispírito. Na possessão completa, em
que o algoz e a vítima se entrelaçam através de inextricável rede fluídica, constituindo
a ponte ou elo responsável pela troca recíproca de sentimentos, emoções,
pensamentos e impulsos psicológicos, não basta localizar o acontecimento apenas
no quadro patológico da obsessão já conhecida, mas é preciso que sejam
identificadas perfeitamente as inúmeras sutilidades e diferenças psíquicas
pessoais, que variam sempre de caso para caso, embora aparentemente semelhantes
entre si.
Cada
processo de obsessão apresenta um conjunto de manifestações individuais
distintas, porquanto cada alma é um mundo a parte, oferecendo reações
diferentes entre todos os espíritos. Daí, pois, a necessidade de se aliar ao
sentimento amoroso, fundamental, o conhecimento científico, embora na cura
espiritual o "saber" ou a "técnica no agir" sejam fatores
secundários ao "sentir", que encerra a técnica de amar e servir.
PERGUNTA: - A fim de que pudéssemos
comprovar o que afirmam algumas leituras mediúnicas, valendo-nos das indagações
que temos feito sobre o assunto, gostaríamos de saber se o estudo científico da
obsessão no mundo astral, apresenta melhor resultado quando feito por espíritos
que foram médicos na Terra. Podeis atender-nos?
RAMATÍS:
- Evidentemente, os melhores trabalhadores que no mundo astral se dedicam ao
tratamento da obsessão são justamente aqueles que ainda conseguem unir os seus
elevados sentimentos ao tirocínio médico sensato, que cultivaram com
devotamento na Terra. Em virtude dos seus conhecimentos avançados de anatomia e
fisiologia carnal, eles encontram maiores facilidades para estudar as "contrapartes"
etéricas do perispírito e das matizes astrais do corpo humano. O cérebro de
carne, que comanda as funções do organismo físico, não passa de uma cópia bem
acanhada do cérebro do perispírito, que é o verdadeiro responsável pelo
admirável mecanismo das operações mentais.
Embora
o "duplo", ou seja a cópia ou a duplicata perispiritual do cérebro
físico funcione em outro campo vibratório sutilíssimo, como o é o mundo astral
dos desencarnados, ele possui contornos e detalhes ainda mais perfeitos e
preciosos que os do cérebro do homem encarnado. Por isso, o médico ou o homem
que conhece satisfatoriamente a anatomia e fisiologia do corpo humano se
integra com mais facilidade nos cursos de anatomia perispiritual, tornando-se
mais competente para operar e servir no campo das obsessões.
O
cérebro do perispírito, embora estruturado com substância sutil, também se
apresenta com os dois hemisférios característicos e sulcados pelas
circunvoluções tradicionais configuradas pelos lobos, convenientemente
separados entre as cissuras da massa encefálica. Mesmo o seu mecanismo
orgânico, no plano "etéreo astral", guarda grande identidade com a
própria função dos centros motores, descrita nos compêndios humanos, no tocante
ao cérebro físico. Mas a supremacia excepcional do cérebro do perispírito
consiste em que, à semelhança de complexo aparelhamento elétrico, jamais
conhecido pelos olhos humanos, ele se transforma em verdadeira usina de força
radiante, controlando as mais complexas operações exercidas pelo espírito e
emitindo sinais luminosos, que variam tanto de zona para zona, como de lobo
para lobo.
São
bem grandes as diferenças do potencial radiante das criaturas humanas: enquanto
as almas mentalmente evoluídas emitem fulgurações luminosas nos lobos frontais,
as desprovidas do conhecimento espiritual se tingem de sombras em torno da
importante região frontal. Através de seu cérebro maravilhoso, talhado na
substância astral e muito mais complexo e eficiente do que a sua cópia física,
o espírito dirige e controla o seu perispírito, harmonizando o seu
funcionamento de acordo com a qualidade dos seus pensamentos. Quando estes são
elevados, realçam a luminosidade dos centros criadores mentais, mas, quando de
desregramento ou irritação, submergem a fronte diáfana na fuligem sombria das
energias animalizadas. O cérebro do perispírito lembra, também, o automatismo
do cérebro físico no seu comando de todas as operações instintivas, que se
subordinam às atividades do subconsciente e são produtos de esforço milenário
da evolução do homem.
Em
face da complexidade e pelo fato de sobreviver à dissolução do cérebro de
carne, é sempre o instrumento mais lesado em qualquer acontecimento psíquico
daninho, por cujo motivo exige que o estudem em cursos disciplinados no mundo
astral, a fim de que se possa dar solução inteligente e definitiva aos
processos obsessivos de que é vítima. Esses cursos assemelham-se um tanto aos
que são exigidos para os especialistas, nas instituições médicas da Terra, que
só aceitam membros credenciados em cursos especiais, variando apenas quanto à
exigência dos mais elevados sentimentos evangélicos, como base terapêutica
principal para cura de obsidiados e conversão de obsessores.
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