Dia de Nanã- Orixá da sabedoria da calma e evolução é
considerada a mais velha, como uma avó.
Elemento água e terra, ponto de força nos lagos.
Sincretismo com Santa Ana (Mãe de Maria – Avó de Jesus)
NANÃ-BURUQUÊ (Trono Feminino da Evolução)
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de
atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e
preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois
elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo
preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas
irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas.
E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação
completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.
Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha
da Evolução.
E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material
(encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito
que irá encarnar.
Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos
“terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos
“terra-água”.
Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental
telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência
aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”.
Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência
aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra
e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma
mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres.
Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar,
Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético,
já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde
está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo
carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo
sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das Passagens”
de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar
em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como
adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se
lembrará de nada do que já vivenciou.
É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é
quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida
carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos
seres.
E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos
do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma
encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa.
No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade
feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã,
paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através dos
sentidos e das energias.
E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado
com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão
ocultos.
E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma
linha da vida.
Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos
os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra” …
Nanã é passiva e atrai todos os seres que não estão aptos a
alcançar os estágios superiores.
Ela recolhe, esgota suas doenças (vícios) e no barro do fundo de
seu lago os assenta e os imobiliza até que decantem suas impurezas (emoções e
sentimentos viciados) quando então estarão maleáveis como o barro (lodo) e
prontos para serem recolhidos por Obaluaiyê que os remodelará e numa nova forma
(encarnação) crescerão novamente.
…Simbolicamente representamos Nanã com a meia-lua, ou lua
minguante pois é também a forma de uma bacia ou lago onde os seres pesados
afundarão e decantarão em seu fundo.
Por Rubens Sarraceni
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