PARTE 2/4
Texto extraído do Livro "Umbanda – Mitos e Realidades" de
Iassã Ayporê Pery.
6. É, mas uma vez
eu ouvi um médium dizer que se ele abandonasse as entidades o castigariam? Isso
é verdade?
Não, a entidade
não faria isso. Certamente era o médium que em suas limitações de conhecimento
entendia assim. Na verdade o que muito provavelmente aconteceria, se fosse em
um Terreiro sério e com entidades sérias, a Entidade faria era aconselhar e
alertar o médium quanto ao perigo que ele estaria sujeito ao abandonar a
Umbanda ou seu compromisso mediúnico.
Entidade
Protetora ou Guia, não bate ou castiga seu médium, ela respeita a sua opção e o
livre arbítrio que lhe foi outorgado por Deus. Ele não tem ingerência sobre
isso.
Como dito
anteriormente, o médium ao se afastar do seu compromisso mediúnico ou do
terreiro, não deixa de ser médium por isso, de acordo com o que faça da sua
vida a partir daí é o que vai justificar sua nova condição, se fizer coisas
boas continuará recebendo boas influências, mas se levar uma vida desregrada
receberá influências negativas ou ruins.
A Umbanda, tão
pouco seus guias e protetores, não têm função de nos punir e sim de orientar e
amparar.
7. O que é um
“guia de frente”?
É a entidade
que chefia a coroa do médium, é representante direto de seu Orixá Regente. É
responsável em comandar todas as entidades e guias que trabalhem na coroa do
médium ela traz as orientações e ordens diretas do Orixá Regente. São também
conhecidas como mentores. Em alguns terreiros pode ser também um Preto-velho ou
um Caboclo.
8. Pode duas ou
mais pessoas receber entidades com o mesmo nome?
Certamente que
sim. Aliás isso é bastante comum de acontecer da mesma maneira que encontramos
pessoas com o mesmo nome.
Podemos
observar várias entidades se identificando como: Caboclo Rompe Mato, por
exemplo, isso não quer dizer que é a mesma entidade ou o mesmo espírito, e sim
entidades que trabalham em um mesmo campo vibracional.
Na verdade se
paramos para pensar realmente, o nome é o menos deve importar, mas sim o grau
de comprometimento com a caridade.
9. Como é o
desenvolvimento de um médium Umbandista?
Embora esta
questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro,
como a maioria das questões sobre ritualística e fundamentos, vejamos alguns
pontos que devem ser observados.
a) É
fundamental uma avaliação minuciosa do médium com relação a Umbanda e suas
próprias aspirações. É de suma importância que ele esteja certo de que é isso
que deseja para si e para sua vida, que entenda que a Umbanda é uma religião
que o ajudará na sua evolução através da Caridade e não é para resolver seus
problemas.
b) A casa que
ele escolher para realizar este empreendimento deve estar o mais próximo do que
ele acredite, entenda e queira para si. É fundamental que seja uma casa séria e
comprometida com a caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.
c) As
diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atender as diversas
aspirações. Por isso antes de qualquer coisa ele deve freqüentar a assistência
assiduamente, observar, envolver-se e estudar até ter certeza que ali é o seu
lugar.
d) Cada casa
tem um critério para se fazer parte da corrente, procure saber qual é. Ao
entrar para a corrente deverá seguir rigorosamente as orientações do Dirigente
e da Entidade chefe ou das pessoas a sua ordem.
e) Entender que
nãos será umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração,
corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se seguindo as
orientações recebidas, que sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada.
f) Participar
de todas as seções que esteja, abertas aos médiuns novos, estudar e se dedicar
com afinco, buscando sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades.
Buscar constantemente a evolução espiritual e moral, para assim poder preparar
o seu corpo e mente para ser um bom instrumento para as Entidades Protetoras e
Guias.
Buscar tudo
isso irá facilitar a incorporação e o desenvolvimento de sua mediunidade, se
entregue de corpo e alma, sem medo. É essencial lembrar que é um momento de
adaptação, onde tanto médium quanto entidade estarão se afinizando. Não tenha
pressa, o tempo que você levará para incorporar, dar passes, dar consultas, só
dependerá de você mesmo, de sua dedicação empenho e preparo seguindo as orientações
que lhe forem passadas.
10. É verdade que
homens que trabalham com entidades femininas são Gays ou podem se tornar?
Não, não é
verdade. O que determina a preferência sexual de uma pessoa é ela mesma e não a
entidade, aliás ninguém tem ingerência sobre este assunto, isso é um pensamento
machista e preconceituoso, a Umbanda não coaduna com pensamentos retrógrados.
Ninguém vira ou se torna homossexual, ou ela é ou não é, isso é uma característica
dela e deve ser respeitado. O médium é um medianeiro, um aparelho para a
espiritualidade trabalhar pela expansão da caridade, assim sendo a entidade não
interfere na personalidade do médium, senão todos que incorporarem Ogum serão
guerreiros, e quem trabalha com todas as linhas sofre de personalidades múltiplas.
Então se for assim mulheres também não podem trabalhar com entidades masculinas
pois se tornarão lésbicas.
Temos que mudar
esta mentalidade e acabar com o preconceito dentro dos Terreiros. A Umbanda tem
lógica e coerência, o que deve realmente interessar não é a preferência sexual
do indivíduo, mas o quanto de caridade e amor a pessoa tem para fazer e dar, o
quão dedicado a espiritualidade ela o é, e o quão envolvido com o astral
superior ela esteja.
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