A
Linha dos Baianos é, ao meu ver, uma das maiores provas de que a Umbanda é uma
religião extremamente brasileira. Isso porque, é impossível imaginar uma linha
de trabalho intitulada de baianos, na Atlântida, na África ou em outros
continentes que muitos defendem por aí. Outra questão que sempre gera dúvidas
nos umbandistas iniciantes ou simpatizantes é o por que de uma linha intitulada
Baianos? Será que existem também a linha dos gaúchos, cariocas, paulistas?
A
resposta é negativa. A opção da espiritualidade pela Bahia é lógica. Pois foi
esse Estado a porta de entrada dos Orixás e toda a cultura africana no Brasil.
Até nos dias atuais, ao falarmos da Bahia, logo imaginamos miçangas, Orixás,
candomblé, etc. Esse lugar mistico que recebeu os filhos da mãe África ficará
marcada para sempre. Dessa forma, a espiritualidade permitiu a organização de
linhas de trabalhos que se manifestariam nos terreiros sob a proteção de Nosso
Senhor do Bonfim, e que trariam todo o conhecimento da magia dos ancestrais. A
Linha de Baianos é muito conhecida e requisitada para o desmanche de trabalhos
de magia negra, para a realização de rituais de "abertura de
caminhos", para encaminhamento de kiumbas e espíritos sofredores, entre
outros. Apesar desse trabalho sério e respeitável, suas sessões são marcadas
pela alegria, pela risada, pela dança. Todavia, não devemos esquecer que,
apesar dessa forma de trabalho alegre, eles merecem o nosso respeito, assim
como qualquer outra entidade que se manifeste à serviço da Umbanda. Em seus
trabalhos, os baianos e baianas, utilizam-se de charutos e cigarros, como forma
de descarrego e energização do ambiente, bem como a bebida alcoólica,
geralmente a batida de coco, também utilizada como ponto energético entre o
guia e o médium. Utilizam-se também do coco fruta, para desmanche de trabalhos
e realização de magias, bem como a pólvora, para a limpeza e desobsessão.
Também há muitas perguntas se a entidade que se manifesta como Baiano ou
Baiana, de fato nasceu ou morou no Estado da Bahia? A resposta também é
negativa. Nem todos os Baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas
passadas. Isso porque ao adentrar a Lei de Umbanda o espírito perde sua
identidade e passa a integrar uma falange, uma Linha de trabalho, na qual
aprende suas técnicas e magias nas escolas de Aruanda. Assim, o nome que uma
entidade passa em um terreiro, não significa que esse era seu nome quando
encarnado, mas sim o nome da falange na qual integra.
As
falanges mais conhecidas da Linha de Baiano são:- Mané Baiano- Zé Baiano- Zé da
Estrada- Zé da Estrada e dos Trilhos- Zé do Côco- Zé do Côco de Pernambuco- Zé
Tenório- Zé Pereira- Zeca do Côco- Zézinho Bahiano- Chico Baiano- João Baiano-
Severino- Joaquim Baiano- Carcará- Pai Baiano- Juventino- Juvêncio- Baiana das
Rosas- Baiana das Miçangas- Rosa Baiana- Maria do Balaio- Maria do Rosário-
Etc..
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