Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)
16 -
INSEGURANÇA
- O inseguro
não confia no seu valor pessoal, desacredita suas habilidades e desconfia de
sua possibilidade de enfrentar as ocorrências da vida, o que o impulsiona a uma
fatal tendência de se apoiar nos outros
- O inseguro
apega-se na afeição do cônjuge, filhos, outros parentes e amigos e, assim,
acaba dependendo completamente dessas pessoas para viver. Em vez do amor, é a
insegurança a fonte principal que o une aos outros, por isso, controla e vigia
em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo
- Ele é
excessivamente cauteloso e vigilante, estando em constante sobreaviso e
desconfiança de tudo e de todos, por causa do medo das conseqüências futuras de
suas ações do presente
- Eles
desenvolvem muitas vezes, uma “devoção mórbida” em relação às causa e aos
ideais, ou se associam a um parceiro forte e dinâmico para compensar sua
necessidade de apoio, consideração e segurança
- Muitos ainda
buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição
de autoridade literária, como estratégia emocional, a fim de estimular em torno
de si uma atmosfera de “bem informado” e, portanto, grandiosos e seguros
- Na questão
255, do Livro dos Espíritos, Kardec ao indagar “quando um Espírito diz que
sofre, de que natureza é o seu sofrimento ?”, os Espíritos lhe respondeu:
“Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os
sofrimentos físicos”.
- “Angústias
morais” podem ser entendidas como a fragilidade em que se encontram as
criaturas inseguras, a sensação de mal-estar que sentem, por acreditarem que
estão constantemente sendo observadas e julgadas e também pela perpétua
situação mental de vulnerabilidade diante do mundo
- Carências
ilimitadas nascem da insegurança, sufocando e afastando relacionamentos
salutares. Inicialmente, fazemos um esforço hercúleo para nos entregar nas mãos
da pessoa eleita, e, com o passar do tempo, vamos ficando incomodados e
desestimulados com esse relacionamento, até que, finalmente, chegamos ao ápice
do desgaste, ficando raivosos e ressentidos com a pessoa de quem dependemos
- A intensa
motivação que invade os indivíduos para serem amados e queridos a qualquer
preço nasce das dúvidas íntimas sobre si mesmos, pois são pessoas que,
raramente, podem se realizar na vida sem se “pendurar” no que chamam de grande
amor
- A insegurança
transborda de tal modo que transforma a natural necessidade de amar em uma
necessidade patológica de satisfação, somente alcançada através da possessividade
do amor
- Crianças
crescem deixando parentes, companheiros ou professores decidirem por elas sem
levar em conta seus gostos e preferências. Essas crianças se tornarão, mais
tarde, homens sem segurança, firmeza e coragem de tomar atitudes perante a vida
- Indivíduos
passam a usar uma máscara de “bonzinho” como meio de seduzir, conquistar ou
conseguir disfarçar a enorme incerteza que carregam, mas, periodicamente,
mostram de modo claro sua insatisfação interior, explodindo em raiva inesperada
contra aqueles com quem convivem
- Essas
“estranhas bondades” são peculiares das pessoas que não desenvolveram a
confiança em suas ideias, intuições e vocações íntimas e nunca se afirmam em si
mesmas. Não admitem sua insegurança e, por isso, a agressividade acaba quase
sempre controlando suas reações, vivendo comportamentos irreais e simulados,
tentando agradar a todos e fazendo da mentira uma necessidade para viver,
pagando, porém, um preço fisiológico, ou seja, a somatização das raivas e
fragilidades que mantém fantasiadas em candura amabilidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário