A Epífise
Para se falar
em relação sexual e energia procriadora, faz-se necessário mencionar algumas
das informações trazidas até nós pelo Espírito ANDRÉ LUIZ, sobre as funções da
Epífise.
Ela reativa as
forças criadoras no ser humano aos 14 anos aproximadamente. Permanece no
período do desenvolvimento infantil em fase de reajustamento, absorvendo novos
ensinamentos e reflexos que são ministrados nesta fase da vida, que farão
frente ou somar-se-ão às colheitas das vidas passada, que ressurgirão, de
acordo com a vontade, sob fortes impulsos.
Por este motivo
é denominada a glândula da vida Espiritual.
A Epífise
funciona como um usina, fonte geradora de elementos psíquicos ou "UNIDADES
FORÇA" necessárias a fecundação das diversas formas da criação. Podendo
ser direcionada para fecundação dos mais nobres valores da divindade ou
utilizada para a orgia dos prazeres das criaturas terrestres.
Sexo e amor
Em nosso meio
ainda existem vários resquícios de tabu, no que concerne as conversações sobre
o sexo, todavia sendo uma das atribuições inerentes da vida, o espírita
estudioso não pode deixar de estudá-lo e também analisá-lo sob forma natural
para que seja bem compreendido e orientado, os tempos onde essa manifestação de
afeto e amor, no que diz respeito ao sexo verdadeiro, era “pecaminosa”, já
passaram e seguramente não deverão mais voltar, pois a maior idade espiritual
das mentes aqui reencarnadas já se faz presente. Tão vulgarmente pronunciadas
por mentes insanas, nos meios atuais.
O sexo não é
patrimônio exclusivo da humanidade terrestre, é tesouro Divino em todos os
mundos no Universo infinito. Permanece nas mãos das criaturas humanas, que
ainda estão distantes da compreensão e vivência das Leis Divinas, num quadro
triste de ignorância, perversão e desequilíbrio.
O sexo na
existência humana pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja
sexo.
O instinto
sexual é força poderosa de atração, unindo os corpos físicos, reencontrando as
almas, para resgates de débitos, dirigindo os homens para conquistas e
objetivos da Lei Suprema: O AMOR, A FELICIDADE E A HARMONIA. Mesmo com a
pobreza de valores íntimos, caminha o homem, embora lentamente, para o objetivo
maior do Criador que é o progresso e a perfeição. Não podemos confundir sexo e
amor, pois, enquanto o sexo é força instintiva ou inconsciente, o amor é
energia consciente e espontânea, todavia sexo sem amor é pobre e pequeno,
quando não promiscuo.
O homem em
experiências afetivas, costuma confundir energia instintiva sexual como sendo
"AMOR", que tem promovido quase todas as uniões de homens e mulheres
na terra.
Observamos,
constantemente, muitos lares desabados, porque só tinha energia instintiva
sexual e nenhum "AMOR". O amor na terra é ainda uma aspiração da
eternidade, encravada no egoísmo, nos interesses, na ilusão e na fome de
prazeres que fantasiamos como sendo a Celeste Virtude.
Desejo e
sentimento de posse não significa "AMOR".
Faz-se
necessário para um bom relacionamento, buscarmos o que nos ensina O EVANGELHO
DE JESUS CRISTO, que "Devemos amar sem nos preocupar em sermos
amados".
Para
alcançarmos o amor sublime, devemos cultivar a semente da humildade, da
bondade, da paciência, do perdão, da tolerância, da indulgência, da ternura, da
delicadeza, da renúncia e do entendimento.
Sem os tesouros
da fé sincera, essas plantas Divinas não germinarão no canteiro do coração.
Antes do tempo,
sucumbirão, alastrando a desarmonia, a delinqüência e os crimes, isto sem
falarmos na ampliação dos débitos e no adiamento dos resgates anteriores para reencarnações
futuras, quase sempre acrescidas de dores e sofrimentos para o nosso bem.
O médium atento
deve se preocupar com essas questões e acima de tudo tratá-las com
naturalidade, pois sendo o sexo um mecanismo de evolução, seu abuso poderá
contribuir para sua decadência moral.
Ainda se
questiona sobre o sexo e prática mediúnica, poderá o médium praticá-la em dias
de atividades ou não? – É possível conciliar as duas coisas? – Receberei
mensagens espirituais, se praticar o sexo no dia da atividade? – E aquelas
pessoas que trabalham em práticas mediúnicas todos os dias na casa espírita e
também são casadas, como ficam?
Bem em todas as
questões acima, deveremos tratar com bastante simplicidade e autenticidade,
pois, sendo o sexo algo natural e que faz parte de nossa escala evolutiva,
saber sublimá-lo, o médium nessas questões ao nosso ver poderá praticar sem
problemas o sexo regrado com AMOR, com seu ou sua cônjuge sem que isso
prejudique a prática mediúnica, pois o sexo conforme nos sabemos é uma troca de
energias entre seres que o praticam com respeito e AMOR, como isso poderá fazer
mal a algum médium.
Mas, muito se
fala de fadiga energética do médium quando pratica tal ato. A lógica nos mostra
que quando existe troca de energias, não existe fadiga, falamos aqui da troca
calorosa e sincera de energias, isso não se deve entender por sexo desvairado
com parceiros estranhos a cada momento como se fosse sexo regrado e sincero. É
necessário também expor que mesmo que seja uma só parceira, se a prática for
constante e desvairado ai sim, haverá fadiga. Compreendemos que seja uma
prática natural e tudo o que extrapola o natural e passa a ser exagerado, tem
muito a prejudicar.
Cabe-nos
formular aqui uma pergunta a respeito da prática mediúnica. Se o médium está
com muita vontade de ter relações afeto-sexual com sua cônjuge ou vice-versa, e
não pratica, todavia fica com isso na cabeça o tempo todo, não atrapalharia
ainda mais a prática de sua tarefa? - Achamos que sim, pois o pior de tudo é
manter o sexo na cabeça, a tarefa mediúnica exige concentração do médium, por
isso os pensamentos baixos seguramente obstam uma boa e salutar concentração.
Mas, e o chakra
genésico não ficaria “manchado”, como comumente se diz e isso não atrapalha a
prática mediúnica. – É como dissemos acima; se existe troca de energias
regradamente falando e com o sentimento maior inserido na prática, seguramente
não fará mal ao médium sua prática em dias de trabalho na casa espírita, mas
lembremos da sensatez.
Sexo - Excessos
e abusos
O sexo tem sido
tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na crosta, que o que
observamos na atualidade é a inversão dos valores Sublimes da Criação Divina,
transformado em rolo compressor para os interesses da indústria do sexo
desvairado.
É no momento a
utilidade mais divulgada e a mais procurada em nossos dias. O interesse é
despertar tanto no homem como na mulher a sensualidade, não se importando com
os danos que isto certamente vai causar.
O que interessa
são os lucros a se arrecadar, ao invés de cultivarmos os valores morais
sublimes que ainda não conseguimos enxergar.
A relação
sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres, se aproxima
demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais, sem
nenhuma obediência às Leis Divinas.
Neste plano de
baixas vibrações onde predomina ainda a semi brutalidade, muitas inteligências
admiráveis preferem demorar em baixas correntes evolutivas.
A união sexual
entre criaturas que já atingiram grandes elevações é muito diferente, traduz a
permuta sublime de energias perispirituais, simbolizando o alimento Divino para
a inteligência e para o coração e, força criadora não somente de filhos
carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida
eterna. A procriação é um serviço que pode ser realizado por aquele que ama,
sem ser o objetivo exclusivo das uniões.
É lamentável
que o homem tenha menos prezado tanto as faculdades criadoras do sexo,
desviando-as para os vértices de prazeres infinitos, no desejo incontido de
auto satisfazer-se até a prostração das próprias forças, porém todos pagarão
pelas faltas que cometerem a esse setor como também para qualquer outro setor
da vida.
Todo ato
criador está repleto de sagrados valores da Divindade e são estes valores tão
abençoados que por interesse de mentes enfermiças, conduzem impreterivelmente
para o abuso e orgias de prazeres.
Assim, homens e
mulheres raciocinando numa atmosfera mental caótica, permitem aos obsessores do
invisível colocar em prática seus interesses na desintegração familiar e
social, bem como, retardar o progresso Espiritual, mantendo a grande maioria
das criaturas, que se afinam com seus ideais, sobre controle e, com isto,
preservam os meios para saciar os seus desejos que não foram corrigidos
enquanto encarnado.
Como ninguém
foge aos imperativos da Lei de Deus, esses seres, que causaram desvario sexual,
resgatarão em reencarnações futuras à duras penas, podendo ser portadores de
doenças eminentemente cármicas, a epilepsia, a lepra, a paranóia, a
hidrocefalia, o mongolismo e outras moléstias, como também ter como obsessores
vários dos que foram prejudicados em caminhadas anteriores.
O médium deverá
ter bastante cautela com essa temática, para verdadeiramente colaborar ainda
mais com sua conduta mediúnica. Haja vista, já ser ele um necessitado que
reencarna agora com propósitos nobres de evolução e restabelecimento da
harmonia desarticulada no ontem. O sexo, verdadeiramente é, ainda uma
dificuldade da humanidade terrena hodierna, visto a ascensão espiritual já
alcançada dos que aqui vivem, ainda encontramos os instintos mais densificados
em alguns operando com profundidade.
Porém deve o
médium tratar com bastante normalidade e ter sempre em mente sua tarefa na
conduta de sua felicidade, não queremos dizer que deverá abster-se totalmente
da prática sexual com sua cônjuge, efetivamente não, porém com respeito e
moderação para que não caia na prática exagerada e desvirtuada.
O sexo não é um
“bicho de sete cabeças”, que deve ser tratado pelo médium como sendo um assunto
intocável, mas sim assunto do cotidiano que deverá ser tratado com respeito,
como vários outros órgãos do corpo, que colaboram com a manutenção e suporte da
vida material do espírito reencarnado.
Homossexualismo
Levando tal
comportamento para além das bases materialistas da grande massa heterossexual
existente sobre a terra e seus preconceitos moralistas em bases hipócritas, à
luz da reencarnação é perfeitamente compreensível.
Com o
desenvolvimento da humanidade cresce a quantidade de irmãos, homens e mulheres,
somando extensas comunidades em todos os países, clamando por respeito, atenção
e igualdade como criaturas humanas.
O Espírito em
suas várias encarnações através dos tempos e, confirmando que todos são iguais
perante Deus, poderá usar a vesti carnal que se fizer necessária, ora masculina
ora feminina, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade mais ou menos
pronunciada em quase todas as criaturas. Desta forma, a individualidade em
trânsito da experiência feminina para a masculina, demonstrará fatalmente traços
do sexo que estagiou por muitos séculos. Claramente compreensível que o
Espírito, atendendo aos impositivos regenerativos, poderá reencarnar com um
corpo diferente do que não correspondeu perante as aspirações divinas. O homem
que abusou das faculdades genésicas arruinando a existência de outras pessoas,
com a destruição de uniões construtivas, é forçado a buscar nova posição no
renascimento físico, em corpo morfologicamente oposto, aprendendo em regime de
prisão, à reajustar os próprios sentidos.
Poderá também
Espíritos cultos e sensíveis, séqüitos de realizar tarefas específicas para a
elevação de grupos humanos e conseqüentemente elevar-se também, rogar dos Bem
Feitores da vida maior que os assistem à utilização de vestimenta corpórea
oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem,
protegendo-se desta forma dos arrastamentos irreversíveis no mundo afetivo e
terem maiores êxitos nos objetivos almejados.
Observando as
tendências homossexuais dos companheiros que estão a caminho no campo de provas
e expiações é forçoso que lhes dê o amparo educativo e muito amor, direcionando
suas energias sexuais para o campo da criatividade, artes e etc...
Discriminar
irmãos nessas condições na casa espírita é verdadeiramente errado, analisemos,
pois, da mesma forma um homem (heterossexual) que desregra efusivamente do
sexo, terá mais dificuldades na prática de trabalhos na casa espírita do que
aquele que tem sua psicologia “invertida” no campo sexual e é regrado, não se
vinculando aos prazeres imediatistas. Caba a ele buscar direcionar bem suas
energias no trabalho caritativo e seguramente estará cumprindo bem o seu papel,
ainda que com dificuldades no campo mental versus morfologia corporal.
O espírita e a
questão sexual
Os homens
fizeram do sexo um motivo de escândalo. Tornaram o sexo uma coisa impura e
repelente. Mas o sexo é uma manifestação do poder criador, das forças
produtivas da Natureza. O espírita não pode encarar a questão sexual como
assunto proibido. O sexo é a própria dialética da Criação e existe em todos os
Reinos da Natureza.
O paganismo
chegou a fazer do sexo motivo de adoração. Os povos primitivos revelam grande
respeito e assumem atitude religiosa diante do sexo. Mas para esses povos,
ainda bem próximos da Natureza, o sexo não está sujeito aos desregramentos, aos
abusos e ao aviltamento do mundo civilizado. O cristianismo condenou o sexo e
fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão,
colocando-se um meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O espírita sabe
que o sexo é um grande campo de experiências para o espírito em evolução, e que
é através dele que a lei de reencarnação se processa, na vida terrena. Como,
pois, considerá-lo impuro e repelente?
Em O Livro dos
Espíritos, Kardec comenta: “Os Espíritos se encarnam homens ou mulheres, porque
não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição
social, lhe oferece provas e deveres especiais, e novas ocasiões de adquirir
experiências”. Como vemos, o sexo é considerado pelo Espiritismo no seu justo
lugar, como um meio de evolução espiritual. O espírita, por isso mesmo, não
pode continuar a encarar o sexo como o faz o comum dos homens. Não pode abusar
do sexo, nem desprezá-lo. Deve antes considerar o seu valor e a sua importância
no processo da evolução.
Ainda existe,
no meio espírita, muita prevenção contra os assuntos sexuais. Mas é necessário
que essa prevenção seja afastada, através de uma compreensão mais precisa do
problema. Não há motivo para fazer-se do sexo um assunto-tabu, mas também não
se deve exagerar nesse terreno, pois muitas criaturas se escandalizariam.
Devemos lembrar-nos de que, por milhares de anos, através de gerações e
gerações sucessivas, o sexo foi considerado, na civilização cristã em que
nascemos e vivemos, um campo de depravação, de perdição das criaturas. A
simples palavra sexo provoca em muita gente uma situação de ambivalência:
interesse oculto e repulsa instintiva. Por isso mesmo, a educação sexual deve
ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da
pedagogia espírita.
A maior
dificuldade para a questão sexual está no lar, na vida familiar. Os pais
espíritas não sabem, em geral, como preparar os seus filhos para a chamada
"revelação do sexo". O regime do silêncio continua a imperar em
nossos lares, criando maiores dificuldades para a solução do problema. A
simples proibição do assunto gera um clima de mistério em torno da questão
sexual, aumentando os motivos de desequilíbrio para os adolescentes. Os pais,
por sua vez, sofrem também de inibições decorrentes de um sistema errado de
educação, a que estiveram sujeitos.
Na família, a
atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras doiradas às
indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve, também, responder
de maneira crua. Seria uma imprudência querermos sair de um sistema de tabus
para uma situação de franqueza rude. Há muitas maneiras de fazer a criança
sentir que o problema sexual não é mais importante nem menos importante que os
demais. Cada mãe ou pai tem de descobrir a maneira mais conveniente ao seu meio
familiar. A regra mais certa é a resposta verdadeira, de maneira indireta. Se a
criança perguntar: "Como a gente nasce?", deve-se responder, por
exemplo: "Da mesma maneira que os gatinhos". Começando assim, a pouco
e pouco os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades,
sem embair os filhos com lendas e mentiras que criaram um ambiente de excitação
perigosa.
Nas escolas
espíritas, o problema deve ser colocado com o mesmo cuidado, pois a situação é
ainda mais melindrosa: as crianças de uma classe pertencem a diversas famílias,
com diferentes costumes. É perigosa a chamada "atitude científica",
geralmente seguida, nos ginásios, pelos professores de ciências. A frieza científica
não leva em consideração as sutilezas psicológicas. O ideal é que o assunto
seja discutido previamente em reuniões pedagógicas, entre os professores de
ciências, de psicologia, de moral, e o orientador pedagógico. Na verdade, o
problema é mais de pedagogia do que de ciências. O bom pedagogo saberá
conduzi-lo com o tato necessário, sem produzir choques perigosos e sem permitir
que o assunto caia novamente no plano do mistério.
Quanto aos
jovens, devem promover cursos e seminários a respeito, sempre com a assistência
de um professor experimentado, de moral ilibada e reconhecido bom-senso. Os
jovens têm grande necessidade de boa orientação sexual, pois estão na fase de
maior manifestações dessas exigências, e, se não forem bem orientados, poderão
cair em lamentáveis complicações. O jovem espírita, embora esclarecido pela
doutrina, não está menos sujeito a desequilíbrios sexuais. Sabemos que esses
desequilíbrios têm duas fontes principais: os abusos e vícios do passado, em
encarnações desregradas, e as influências de entidades perigosas, muitas vezes
ligadas aos jovens pelo passado delituoso. Por isso mesmo, o problema só pode
ser tratado de maneira elevada, com grande senso de responsabilidade. Os
médicos espíritas podem ser grandes auxiliares das Mocidades Espíritas nesse
setor.
Quanto aos
espíritas adultos, não estão menos livres do que os jovens. São vítimas de uma
educação defeituosa, de um ambiente moral dominado pela hipocrisia em matéria
sexual, e trazem às vezes agravadas por esse ambiente as heranças do passado.
Precisam acostumar-se, no meio espírita, a encarar o problema sexual de maneira
séria, evitando as atitudes negativas, que dão entrada às influências
perigosas. Encarando o sexo sem malícia, como uma função natural e uma
necessidade vital, o espírita ao mesmo tempo se corrige e modifica o ambiente
em que vive, afastando do mesmo os espíritos viciosos e maliciosos, que não
mais encontram pasto para os seus abusos. O melhor meio de afugentar esses
espíritos, e de encaminhá-los também a uma reforma íntima, é a criação de uma
atitude pessoal de respeito pelos problemas sexuais e o cultivo de um ambiente
de compreensão elevada no lar.
Essa mesma
atitude deve ser levada para os ambientes de trabalho, por mais contaminados
que eles se apresentem. O espírita não deve fugir espavorido diante das
conversas impróprias, pois com isso demonstraria incompreensão do problema e
provocaria maior interesse dos outros em perturbá-los. Mas não deve, também,
estimular essas conversas, com sua participação ativa. Sua atitude deve ser de
completa naturalidade, de quem conhece o problema e não se espanta com as
conversas de mau gosto, mas também de quem não acha motivos para alimentar
essas conversas e delas participar. Sempre que possível, e com senso de
oportunidade, ele deve procurar mudar os rumos da conversa, para assuntos mais
aproveitáveis, ou mesmo para os aspectos sérios do problema sério sexual.
A mente viciosa
se compraz nas conversas deletérias, nas imagens grotescas, nas expressões
desrespeitosas. Escandalizar-se diante dessas coisas, ou repeli-las com
violência, é sempre prejudicial e anticaridoso, pois essas pessoas são as que
mais necessitam de amparo e orientação. O mais certo é procurar um meio de
ajudá-las a se libertarem dessa viciação. E o meio mais eficaz é orientar a
conversação viciosa para aspectos graves, como as conseqüências dos vícios, as
situações dolorosas em que se encontram pessoas conhecidas, e a conveniência de
tratar-se o sexo com o respeito devido às forças criadoras da Natureza.
Nos casos dolorosos
de inversão sexual, o espírita vê-se geralmente em dificuldade. O mais certo é
apelar para o conhecimentos doutrinários e para o poder da prece. Ajudar o
irmão desequilibrado a lutar corajosamente para a sua própria recuperação,
procurando corrigir a mente viciosa e manter-se o mais possível em atitude de
quem espera e confia na ajuda dos Espíritos Superiores. Trabalhos mediúnicos
podem favorecer grandemente esses casos, quando realizados com médiuns sérios,
conscientes de sua responsabilidade e de reta moral. Não se dispondo de
elementos assim, de absoluta confiança, é melhor abster-se desses trabalhos,
insistindo na educação progressiva do irmão infeliz, através de preces,
leituras e estudos, conversações construtivas e passes espirituais, aplicados
de maneira metódica, em dias e horas certas. Se o irmão enfermo colaborar, com
sua boa vontade, os resultados positivos logo se farão sentir. Porque ninguém
está condenado ao vício e ao desequilíbrio, a não ser pela sua própria vontade
ou falta de vontade para reagir.
Nosso destino
está vinculado à maneira por que encaramos o sexo. Bastaria isso para nos
mostrar a importância do problema. Inútil querermos fugir a ele. O necessário é
modificarmos profundamente as velhas e viciosas atitudes que trazemos do passado
e que encontramos de novo na sociedade terrena, ainda pesadamente esmagada
pelas suas próprias imperfeições. Encaremos o sexo como uma manifestação do
poder criador, tratando-o com o devido respeito, e mudaremos a nós mesmos, os
outros e a sociedade em que vivemos. O espírita deve ser o elemento sempre apto
a promover essa mudança, e nunca um acomodado às situações viciosas que dominam
as criaturas e as escravizam, por toda parte, na terra e no espaço.
Em conclusão:
O problema
sexual deve ser encarado pelo espírita com naturalidade, em face da
naturalidade da função criadora; o sexo deve ser considerado como fonte de
força, vida e equilíbrio, devendo por isso mesmo ser respeitado e não aviltado;
entre o desregramento do pagão e o preconceito do cristão dogmático, o espírita
deve manter-se no equilíbrio da compreensão exata do valor do sexo; as fontes
da vida não podem ser desrespeitadas e afrontadas pela malícia e a impureza dos
homens.
Lembramos
ainda, que a mente é um corcel que por vezes segue desenfreado existência a
fora e que muitas vezes é o motivo de maior “poluição” de nossa trajetória
evolutiva. Praticar o sexo afinado e sincero com o esposo ou a esposa
referencia uma troca salutar e necessária de fluidos energéticos de parceiro a
parceiro e de forma nenhuma atrapalha atividade alguma em termos de desempenho
do trabalhador, mas cristalizar o sexo na cabeça, isso sim seguramente
atrapalha.
Tratemos em
nossas casas, cada caso sendo efetivamente um caso a se estudar para podermos
de uma melhor maneira orientar e não desferir idéias pré-concebidas e por vezes
descabidas para confessar muitas das vezes um puritanismo de nossa parte
inútil, tratemos com lucidez para podermos colaborar melhor, destruindo assim,
o “medo”, “tabu”, que existe sobre o sexo em nosso meio.
200. Têm sexos os Espíritos?
“Não como o
entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e
simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”
201. Em nossa existência, pode o Espírito que animou o
corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?
“Decerto; são
os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.”
O Livro dos Espíritos - Sexo nos Espíritos
Aluney Elferr
Albuquerque Silva