Os elementais são seres singulares, multiformes, invisíveis, sempre presentes em todas as atividades da Natureza, além do plano físico. São veículos da vontade criadora, potencializadores das forças, leis e processos naturais. Sua existência é constatada por muitos e ignorada pela maioria. Em síntese, podemos dizer que eles são os executores das manifestações do instinto entre os animais, levando-os a agir desta ou daquela maneira, sendo essa, uma de suas mais úteis e interessantes tarefas.
Os povos antigos se referiram a eles no passado, e milhares os viram
e ainda os vêem, quando são videntes, ou quando exteriorizados dos corpos
físicos (emancipação da alma); e farta é a literatura espiritualista que os
noticia; e no próprio Espiritismo, há referências sobre eles, que são, aliás,
figuras vivas e familiares aos médiuns videntes e de desdobramento. Sobre
referências no Espiritismo vamos encontrar nas questões 536 a 540 do O Livro
dos Espíritos, "a ação dos Espíritos sobre os fenômenos da Natureza".
A ação dos elementais.
No livro O Centro Espírita, de J.Herculano Pires, pg. 105, capítulo
12, que fala sobre o fim do mundo, há um trecho onde Herculano Pires afirma:
“... os fisiólogos gregos sabiam disso, e quando Tales de Mileto se
referia aos deuses que enchiam o mundo, em todas as suas dimensões, afirmava o
princípio espírita de que a estrutura planetária, em seus mínimos detalhes, é
controlada pelos Espíritos incumbidos da manutenção da Terra, desde os simples
elementais (ainda em evolução para a condição humana), até os Espíritos
Superiores, próximos da Angelitude, que supervisionam e orientam as atividades
telúricas”.
Encontramos ainda, no Livro Atualidade do Pensamento Espírita, pelo
Espírito de Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco, (edição
1999) a pergunta de número 63:
"O Espiritismo ensina que os Espíritos governam o clima da
Terra utilizando para isso Entidades - os elementais da Teosofia - as quais,
segundo algumas fontes, habitam os bosques, os campos naturais e as florestas
virgens. Haverá alguma relação entre desmatamento, seca e elementais? Em caso
afirmativo, para onde vão esses Espíritos quando se dá o desmatamento?"
R. : "Todo desrespeito à vida é crime que se comete contra si
mesmo. Aquele que é direcionado à Natureza constitui um gravame terrível, que
se transforma em motivo de sofrimento, enfermidade e angústia, para quantos se
levantam para destruir, particularmente dominados pela perversidade, pelo
egoísmo, pelo vandalismo, pelos interesses pecuniários ...
Naturalmente, essas Entidades, que são orientadas pelos Espíritos
Superiores, como ainda não dispõem de discernimento, porque não adquiriram a
faculdade de pensar, são encaminhadas a outras experiências evolutivas, de
forma que não se lhes interrompa o processo de desenvolvimento".
Os elementais encontram-se em toda parte: na superfície da terra,
na atmosfera, nas águas, nas profundidades da subcrosta, junto ao elemento
ígneo. Invisíveis aos olhares humanos, executam infatigável e obscuramente um
trabalho imenso, nos mais variados aspectos, nos reinos da Natureza, junto aos
minerais, aos vegetais, aos animais e aos homens.
A forma desses seres é muito variada, mas quase sempre aproximada
da forma humana. O rosto é pouco visível, ofuscado quase sempre pelo resplendor
energético colorido que o envolve. Os Centros de Força que, no ser humano são
separados, nos elementais se juntam, se confundem, se somam, formando um núcleo
global refulgente, do qual fluem inúmeras correntes e ondulações de energias
coloridas tomando formas de asas, braços, cabeças...
Os elementais naturais formam agrupamentos inumeráveis
compreendendo seres de vida própria, porém essencialmente instintiva que vão
desde os micróbios, de duração brevíssima, até os chamados Espíritos da
Natureza, que são agrupados nos Reinos, sob os nomes de Gnomos (elementais da
terra), Silfos (elementais do ar), Ondinas (elementais das águas) e Salamandras
(elementais do fogo) e todos eles interessam aos trabalhos mediúnicos do
Espiritismo.
As Ondinas cuidam dos mares -
das águas e fenômenos naturais ligados as águas.
As Salamandras a tudo que se
relacione com fenômenos naturais ligados ao fogo.
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
- O Centro Espírita - J.Herculano Pires
- Mediunidade - Edgard Armond-
- Atualidade - Divaldo P.Franco
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"Nada há encoberto que não venha a ser revelado; nem oculto,
que não venha a ser conhecido" - Jesus (Mateus, 10:26).
Com esta pesquisa pretendemos fornecer algumas referências e
subsídios sobre o assunto, que acreditamos serem úteis para novas pesquisas
sobre o tema-título, ficando a critério de cada um ler, estudar, aprofundar e
incorporar pela razão a aceitação ou não da existência real dos chamados
espíritos elementais.
1. Na Codificação - Obras Básicas O termo "elemental" não
existe, nesta forma e com este nome especifico, dentro da Codificação
Kardequiana. Assim como, também, muitos termos não foram usados nas Obras Básicas,
mas que com o tempo foram sendo revelados e utilizados pelos Espíritos em obras
complementares e incorporados ao vocabulário espírita corrente, termos como:
"ovóides", "umbral", "vampirismo", "colônias
espirituais", "zoantropia", "licantropia", "aura",
etc. O termo em si não existia, mas a idéia sim, porém com outros nomes, o que
é o mais importante. Como dizem os Espíritos: "As palavras pouco importam.
Compete-vos a vós formular a vossa linguagem de maneira a vos
entender-vos" ("O Livro dos Espíritos" (LE), questão 28). Ou
ainda: "estais sempre inclinados a tomar as palavras na sua significação
literal" (LE, q. 54). Todavia, o termo "elemental" pode ser
encontrado e citado por outros autores espíritas.
O termo em si (elemental) é muito utilizado pela Teosofia, doutrina
fundada pela russa Helena Blavatsky. Mas a idéia de que existem Espíritos, que
obedecendo à chamada Lei de Progresso num estado contínuo de evolução, saindo
do reino animal e ainda não tendo chegado ao reino hominal, estão num estado
intermediário, chamado "elemental" ou "período ante-humano”, ou
"estágio subumano”, pode ser encontrada no Espiritismo, não possuindo
nenhuma conotação de cunho místico, ligado ao ocultismo, ou similares. Na
verdade eles são os "espíritos servidores da natureza”, os executores dos
fenômenos naturais. Ou ainda, são os "espíritos dos elementos da
natureza”, que é de onde deriva o termo elemental.
Na questão 25, do LE, assevera Kardec: "Os Espíritos (..)
constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de
fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram
explicação racional senão no Espiritismo”.
Nas questões de 536 a 540 do LE ("Ação dos Espíritos nos
fenômenos da Natureza”), os Espíritos que ditaram as respostas às perguntas de
Allan Kardec, falam da existência de Espíritos que presidem (ou não) os
fenômenos da Natureza, dizendo que não são seres à parte da criação. Esses
Espíritos podem ser superiores ou inferiores. Uns mandam (os superiores) e
outros executam (os inferiores): "Primeiramente executam. Mais tarde
quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento,
ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. Depois, poderão dirigir as
do mundo moral" (q. 540, LE).
N a "Revista Espírita”, editada por Allan Kardec, março de
1860, tradução da Edicel, pg. 98, há uma comunicação espontânea de um Espírito,
que assina como Hettani, o gênio das flores, que diz presidir a formação das
mesmas e que, segundo ele, ainda não havia encarnado. Após a comunicação,
Kardec questiona ao Espírito São Luís, um dos Espíritos que, junto com Santo
Agostinho e outros, responderam às muitas questões das obras da Codificação,
sobre a veracidade desta comunicação. Parte do diálogo:
1 - (São Luís) "(. . .) - Não deveis duvidar de que o
Espírito, por toda a Criação, preside ao trabalho que Deus lhe confia. (. . .)
2 - O Espírito [comunicante] não preside, de maneira particular, à formação das
flores. O Espírito elementar, antes de passar à série animal, dirige sua ação
fluídica para a criação vegetal. (...) Não age senão sob a direção de
inteligências mais elevadas (..). Foi um desses que se comunicou [executor] (.
. .). 5 - P. - Este Espírito que nos falou esteve encarnado? R. - Esteve.”
Como vemos, São Luís não usa o termo "elemental", mas sim
"elementar". Mas, a ideia é a mesma: Espíritos que atuam sobre os
elementos da Natureza, orientados por outros Espíritos superiores a eles.
Em "Obras Póstumas”, na parte, § 3°, "Criação”, n° 18,
Kardec confirma: "Os Espíritos são os agentes da potência divina;
constituem a força inteligente da Natureza e concorrem para a execução dos
desígnios do Criador (..)”.
Encontramos também no LE, no capo XI, "Dos Três Reinos”,
subcapítulo "Os Animais e os Homens”, questões de 592 a 610, importantes
considerações sobre o processo evolutivo envolvendo os diversos reinos da
Natureza. Existe uma Lei de Progresso que rege todo o desenvolvimento do ser espiritual
em contato com a matéria. Vejamos:
"604 - (. . .) Deus criou seres intelectuais perpetuamente
destinados à inferioridade (...)?
R: Tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda não podeis
apreender. (. . .) na Natureza tudo se harmoniza mediante lei gerais (. .
.)"
Vemos ainda em "A Gênese", cap. 6, item 19: "O
Espírito não chega a receber a iluminação divina (. ..) sem haver passado pela
série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora
lentamente a obra da sua individualização". E ainda no cap.11, item 23,
discorre:
"(...) o princípio inteligente, distinto do princípio
material, se individualiza e elabora, passando pelo diversos graus da animalidade.
É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas
primeiras faculdades. (...) Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem,
como há filiação corporal. (...) Por haver passado pela fileira da animalidade,
o homem não deixaria de ser homem”.
2. Nas Obras Complementares
Na obra "Evolução em dois Mundos”, de André Luiz, FEB, 2a
parte, capo XVIII, pg. 212, encontramos:
"P. - Ainda, na atualidade, os Instrutores Espirituais
intervêm na melhoria das formas evolutivas inferiores nas quais o princípio
inteligente estagia? R. Sim, porque todos os campos da Natureza contam com
agentes da Sabedoria Divina para a formação e expansão dos valores
evolutivos".
Vemos um exemplo desses Espíritos que executam, conforme citado
anteriormente no item das Obras Básicas, no livro "Nosso Lar", de
André Luiz, que transcreveremos em parte. André Luiz se encontrava em seu lar
terreno, um ano após sua estadia na colônia espiritual "N osso Lar".
Queria ajudar Ernesto que se achava enfermo. Mentalmente chamou Narcisa,
enfermeira de Nosso Lar. Esta, vindo a seu encontro, disse:
'Vamos à Natureza!' (...) Chegando ao local (. . .) Narcisa chamou
alguém, com expressões que eu não podia compreender. Daí a momentos, oito entidades
atendiam-lhe ao apelo. Imensamente surpreendido, vi-a indagar da existência de
mangueiras e eucaliptos. Devidamente informada pelos amigos, que me eram
totalmente estranhos, a enfermeira explicou: '- São servidores comuns do reino
vegetal, os irmãos que nos atenderam . "
Vemos pela narrativa que estes espíritos da Natureza não eram
superiores, nem espíritos humanos, pois André Luiz os teria reconhecido.
Entretanto afirmou que lhe "eram totalmente estranhos" e
que Narcisa os chamou "com expressões que eu não podia compreender".
Mas, define essas entidades como "servidores do reino vegetal”. Em outra
obra, "Libertação”, p. 60, Ed. FEB, André Luiz nos fala mais dessas
entidades agora situadas em zona bem inferior do mundo espiritual:
"Estamos numa colônia purgatorial de vasta expressão. Quem não
cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerada inteligência
subumana. Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da
natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância,
por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de
tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta.
Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a idéia simples do
homem primitivo da floresta" .
O escritor espírita, Herculano Pires, no livro "O Centro
Espírita", p. 105, Ed. LAKE, nos traz as seguintes considerações sobre o
assunto:
"Porque o mundo não é um objeto físico e mecânico, mas um ato
de consciência. Suas leis essenciais não são as das matérias, mas as leis
morais e espirituais. Os filósofos gregos sabiam disso, e quando Tales se
referia aos deuses que enchiam o mundo em todas as suas dimensões, afirmava o
princípio espírita de que a estrutura planetária, em seus mínimos detalhes, é
controlada pelos Espíritos incumbidos da manutenção da Terra, desde os simples
elementais (ainda em evolução para a condição humana) até os espíritos
superiores, próximos da angelitude, que supervisionam e orientam as atividades
telúricas".
Ainda Herculano Pires em outra obra, "Vampirismo", Ed.
Paidéia, 1987, pg. 14/15, confirma:
"Cada plano da Natureza tem suas exigências especificas, que
precisamos respeitar. Existem também os Espíritos da Natureza, que trabalham no
plano físico. Essas entidades semimateriais, de corpos perispiríticos, estão em
ascensão evolutiva para o plano hominal. São os chamados elementares da
concepção teosófica, derivada das doutrinas espiritualistas da Índia. As
funções dessas entidades na Natureza são de grande responsabilidade”.
Herculano aqui já utiliza o mesmo termo (elementar) também usado
anteriormente pelo espírito São Luís, mas fazendo referência ao mesmo
elemental da concepção teosófica.
Encontramos ainda no livro, "Atualidade do Pensamento
Espírita”, pelo Espírito Vianna de Carvalho, psicografia do médium Divaldo
Pereira Franco, pergunta de número 63:
"P: O Espiritismo ensina que os Espíritos governam o clima da
Terra utilizando para isso entidades - os elementais da Teosófica -, os quais,
segundo algumas fontes, habitam os bosques, os campos naturais e as florestas
virgens. Haverá alguma relação entre desmatamento, seca e elementais? Em caso
afirmativo, aonde vão esses Espíritos quando se dá o desmatamento?
R: Todo desrespeito à vida é crime que se comete contra si mesmo.
Aquele que é direcionado à Natureza constitui um gravame terrível, que se
transforma em motivo de sofrimento, enfermidade e angústia, para quantos se
levantam para destruir, particularmente dominados pela perversidade, pelo
egoísmo, pelo vandalismo, pelos interesses pecuniários ...
Naturalmente, essas entidades, que são orientadas pelos Espíritos
Superiores, como ainda não dispõem de discernimento, porque não adquiriram a
faculdade de pensar, são encaminhadas a outras experiências evolutivas, de
forma que não se lhes interrompa o processo de desenvolvimento”.
Encontramos ainda oportuna entrevista fornecida pelo médium e
expositor espírita Divaldo Franco à "Revista Espírita Allan Kardec”, do
Estado de Goiás, ano V, n° 17, agosto a outubro/92, pg. 08/09. Este exemplar
traz ainda extensa reportagem sobre o assunto e que pode ser encontrada na
página da Internet da revista. Vejamos apenas algumas perguntas e respostas:
"P. Divaldo, existem os chamados Espíritos elementais ou
Espíritos da Natureza? R. Sim, existem os Espíritos que contribuem em favor do
desenvolvimento dos recursos da Natureza. Em todas as épocas eles foram
conhecidos, identificando-se através de nomenclatura variada, fazendo parte da
mitologia dos povos, alguns deles, "deuses”, que se faziam temer ou amar.
P. Qual o estágio evolutivo desses Espíritos? R. Alguns são de
elevada categoria e comandam os menos evoluídos, que se lhes submetem
docilmente, laborando em favor do progresso pessoal e geral, na condição de
auxiliares daqueles que presidem aos fenômenos da Natureza.
P. Esses Espíritos apresentam-se com forma definidas, como por
exemplo fadas, duendes, gnomos, silfos, elfos, sátiros, etc? R. Alguns deles,
senão a grande maioria dos menos evoluídos, que ainda não tiveram reencarnações
na Terra, apresentam-se, não raro, com formas especiais, de pequena dimensão, o
que deu origem aos diversos nomes nas sociedades mitológicas do passado.
Acreditamos, pessoalmente, por experiências mediúnicas, que alguns vivem o
período intermediário entre as formas primitivas e hominais, preparando-se para
futuras reencarnações humanas.
P. Que tarefas executam? R. Inumeráveis. Protegem os vegetais, os
animais, os homens. Contribuem para acontecimentos diversos: tempestades,
chuvas, maremotos, terremotos ... Interferindo nos fenômenos
"normais" da Natureza sob o comando dos Engenheiros Espirituais que
operam em nome de Deus que "não exerce ação direta sob a matéria ...” (q.
536b do LE).
Vemos, pelos depoimentos acima, as referências que pudemos colher
sobre esses seres ainda pouco estudados e muito desconhecidos.
Uma pesquisa mais detalhada poderá, posteriormente, fazer surgir
maiores informações e esclarecimentos sobre o tema, que pode e deve ser mais
aprofundado revelando, assim, um conhecimento maior sobre o mundo espiritual ao
nosso redor e a imensa criação divina. Ficamos, por enquanto, por aqui.
Revista Internacional de Espiritismo
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SERES ELEMENTAIS OU
ELEMENTARES OU ESPÍRITOS DA NATUREZA
A existência dos elementais, segundo os antigos anciãos e sábios do
passado, explicava a dinâmica do universo. Como seres reais, eram
responsabilizados pelas mudanças climáticas e correntes marítimas, pela
precipitação da chuva ou pelo fato de haver fogo, entre muitos outros fenômenos
da natureza. Apesar de ser uma explicação mitológica, própria da maneira pela
qual se estruturava o conhecimento na época, eles não estavam enganados. Tanto
assim que, apesar de a investigação científica não haver diagnosticado a
existência concreta desses seres através de seus métodos, as explicações dadas
a tais fenômenos não excluem a ação dos elementais. Pelo contrário.
Os sábios da Antiguidade acreditavam que o mundo era formado por
quatro elementos básicos: terra, água, ar e fogo. Não obstante, com o
transcorrer do tempo, a ciência viesse a contribuir com maiores informações a
respeito da constituição da matéria, não tornou o conhecimento antigo obsoleto.
A medicina milenar da China, por exemplo, que já começa a ser endossada pelas
pesquisas científicas atuais, igualmente identifica os quatro elementos. Sob o
ponto de vista da magia, os quatro elementos ainda permanecem, sem entrar em
conflito com as explicações científicas modernas. Os magistas e ocultistas
estabeleceram uma classificação dos elementais sob o ponto de vista desses
elementos, considerando-os como forças da natureza ou tipos de energia.
Então os elementais não possuem consciência de si mesmos? São
apenas energia? Não. Os seres elementais, irmãos nossos na criação divina, têm
uma espécie de consciência instintiva. Podemos dizer que sua consciência está
em elaboração. Apesar disso, eles se agrupam em famílias, assim como os
elementos de uma tabela periódica.
Os elementais são entidades espirituais relacionadas com os
elementos da natureza. Lá, em meio aos elementos, desempenham tarefas muito
importantes. Na verdade, não seria exagero dizer inclusive que são essenciais à
totalidade da vida no mundo. Através dos elementais e de sua ação direta nos
elementos é que chegam às mãos do homem as ervas, flores e frutos, bem como o
oxigênio, a água e tudo o mais que a ciência denomina como sendo forças ou
produtos naturais. Na natureza, esses seres se agrupam segundo suas afinidades.
Seriam então esses agrupamentos aquilo que se chama de família?
Isso mesmo! Essas famílias elementais, como as denominamos, estão profundamente
ligadas a este ou aquele elemento: fogo, terra, água e ar, conforme a
especialidade, a natureza e a procedência de cada uma delas.
Os elementais já estiveram encarnados na Terra ou em outros mundos?
Encarnações humanas, ainda não. Eles procedem de uma larga experiência
evolutiva nos chamados reinos inferiores e, como princípios inteligentes, estão
a caminho de uma humanização no futuro, que somente Deus conhece. Hoje, eles
desempenham um papel muito importante junto à natureza como um todo, inclusive
auxiliando os encarnados nas reuniões mediúnicas e os desencarnados sob cuja
ordem servem.
Como podem auxiliar em reuniões mediúnicas? Como expliquei,
podem-se classificar as famílias dos elementais de acordo com os respectivos
elementos. Junto ao ar, por exemplo, temos a atuação dos silfos ou das
sílfides, que se apresentam em estatura pequena, dotados de intensa percepção
psíquica. Eles diferem de outros espíritos da natureza por não se apresentarem
sempre com a mesma forma definida, permanente. São constituídos de uma
substância etérea, absorvida dos elementos da atmosfera terrestre. Muitas vezes
apresentam-se como sendo feitos de luz e lembram pirilampos ou raios. Também
conseguem se manifestar, em conjunto, com um aspecto que remete aos efeitos da
aurora boreal ou do arco-íris.
Disso se depreende, então, que os silfos são os mais evoluídos entre
todas as famílias de elementais? Eu diria apenas que os silfos são, entre todos
os elementais, os que mais se assemelham às concepções que os homens geralmente
fazem a respeito de anjos ou fadas. Correspondem às forças criadoras do ar, que
são uma fonte de energia vital poderosa.
Então eles vivem unicamente na atmosfera? Nem todos. Muitos
elementais da família dos silfos possuem uma inteligência avançada e, devido ao
grau de sua consciência, oferecem sua contribuição para criar as correntes
atmosféricas, tão preciosas para a vida na Terra. Especializaram-se na
purificação do ar terrestre e coordenam agrupamentos inteiros de outros
elementais. Quanto à sua contribuição nos trabalhos práticos da mediunidade,
pode-se ressaltar que os silfos auxiliam na criação e manutenção de
formas-pensamento, bem como na estruturação de imagens mentais. Nos trabalhos
de ectoplasmia, são auxiliares diretos, quando há a necessidade de reeducação
de espíritos endurecidos.
E os outros elementais? Duas classes de elementais que merecem
atenção são as ondinas e as ninfas, ambas relacionadas ao elemento água.
Geralmente são entidades que desenvolvem um sentimento de amor muito intenso.
Vivem no mar, nos lagos e lagoas, nos rios e cachoeiras e, na umbanda, são
associadas ao orixá Oxum. As ondinas estão ligadas mais especificamente aos
riachos, às fontes e nascentes, bem como ao orvalho, que se manifesta próximo a
esses locais. Não podemos deixar de mencionar também sua relação com a chuva,
pois trabalham de maneira mais intensa com a água doce. As ninfas, elementais
que se parecem com as ondinas, apresentam-se com a forma espiritual envolvida
numa aura azul e irradiam intensa luminosidade.
Sendo assim, qual é a diferença entre as ondinas e as ninfas, já
que ambas são elementais das águas? A diferença básica entre elas é suavidade e
a doçura das ninfas, que voam sobre as águas, deslizando harmoniosamente, como
se estivessem desempenhando uma coreografia aquática. Para completar, temos
ainda as sereias, personagens mitológicos que ilustraram por séculos as
histórias dos marinheiros. Na realidade, sereias e tritões são elementais
ligados diretamente às profundezas das águas salgadas. Possuem conotação
feminina e masculina, respectivamente. Nas atividades mediúnicas, são
utilizados para a limpeza de ambientes, da aura das pessoas e de regiões
astrais poluídas por espíritos do mal.
Você pensou que tudo isso não passasse de lenda. Mas devo lhe
afirmar que, em sua grande maioria, as lendas e histórias consideradas como
folclore apenas encobrem uma realidade do mundo astral, com maior ou menor grau
de fidelidade. É que os homens ainda não estão preparados para conhecer ou
confrontar determinadas questões.
E as fadas? Bem, podemos dizer que as fadas sejam seres de
transição entre os elementos terra e ar. Note-se que, embora tenham como função
cuidar das flores e dos frutos, ligados à terra, elas se apresentam com asas.
Pequenas e ágeis, irradiam luz branca e, em virtude de sua extrema delicadeza,
realizam tarefas minuciosas junto à natureza. Seu trabalho também compreende a
interferência direta na cor e nos matizes de tudo quanto existe no planeta
Terra. Como tarefa espiritual, adoram auxiliar na limpeza de ambientes de
instituições religiosas, templos e casas espíritas. Especializaram-se em emitir
determinada substância capaz de manter por tempo indeterminado as formas
mentais de ordem superior. Do mesmo modo, auxiliam os espíritos superiores na
elaboração de ambientes extra-físicos com aparências belas e paradisíacas. E,
ainda, quando espíritos perversos são resgatados de seus antros e bases
sombrias, são as fadas, sob a supervisão de seres mais elevados, que auxiliam
na reconstrução desses ambientes. Transmutam a matéria astral impregnada de
fluidos tóxicos e daninhos em castelos de luz e esplendor.
Temos ainda as salamandras, que são elementais associados ao fogo.
Vivem ligados àquilo que os ocultistas denominaram éter e que os espíritas
conhecem como fluido cósmico universal. Sem a ação das salamandras o fogo
material definitivamente não existiria. Como o fogo foi, entre os quatro
elementos, o primeiro manipulado livremente pelo homem, e é parte de sua
história desde o início da escalada evolutiva, as salamandras acompanham o
progresso humano há eras. Devido a essa relação mais íntima e antiga com o
reino hominal, esses elementais adquiriram o poder de desencadear ou
transformar emoções, isto é, podem absorvê-las ou inspirá-las. São hábeis ao
desenvolver emoções muito semelhantes às humanas e, em virtude de sua ligação
estreita com o elemento fogo, possuem a capacidade de bloquear vibrações
negativas, possibilitando que o homem usufrua de um clima psíquico mais tranquilo.
Nas tarefas mediúnicas e em contato com o comando mental de médiuns
experientes, as salamandras são potentes transmutadores e condensadores de
energia. Auxiliam sobremaneira na queima de objetos e criações mentais
originadas ou associadas à magia negra. Os espíritos superiores as utilizam
tanto para a limpeza quanto para a destruição de bases e laboratórios das
trevas. Habitados por inteligências do mal, são locais-chave em processos
obsessivos complexos, onde, entre diversas coisas, são forjados aparelhos
parasitas e outros artefatos. Objetos que, do mesmo modo, são destruídos graças
à atuação das salamandras.
E os duendes e gnomos? Também existem ou são obras da imaginação
popular? Sem dúvida que existem! Os duendes e gnomos são elementais ligados às
florestas e, muitos deles, a lugares desertos. Possuem forma anã, que lembra o
aspecto humano. Gostam de transitar pelas matas e bosques, dando sinais de sua
presença através de cobras e aves, como o melro, a graúna e também o chamado
pai-do-mato. Excelentes colaboradores nas reuniões de tratamento espiritual,
são eles que trazem os elementos extraídos das plantas, o chamado bioplasma. Auxiliam
assim os espíritos superiores com elementos curativos, de fundamental
importância em reuniões de ectoplasmia e de fluidificação das águas.
Temos ainda os elementais que se relacionam à terra, os quais
chamamos de avissais. Geralmente estão associados a rochas, cavernas
subterrâneas e, vez ou outra, vêm à superfície. Atuam como transformadores,
convertendo elementos materiais em energia. Também são preciosos coadjuvantes
no trabalho dos bons espíritos, notadamente quando há a necessidade de criar roupas
e indumentárias para espíritos materializados. Como estão ligados à terra,
trazem uma cota de energia primária essencial para a re-constituição da
aparência perispiritual de entidades materializadas, inclusive quando perderam
a forma humana ou sentem-se com os membros e órgãos dilacerados.
Não podia imaginar que esses seres tivessem uma ação tão ampla e
intensa.
Os elementais são seres que ainda não passaram pela fase de
humanidade. Oriundos dos reinos inferiores da natureza e mais especificamente
do reino animal, ainda não ingressaram na espécie humana. Por essa razão trazem
um conteúdo instintivo e primário muito intenso. Para eles, o homem é um deus.
É habitual, e até natural, que obedeçam ao ser humano e, nesse processo,
ligam-se â ele intensamente. Portanto, meu filho, todo médium é responsável
pelo bom ou mau uso que faz dessas potências e seres da natureza.
Ondinas, sereias, gnomos e fadas são apenas denominações de um
vocabulário humano, que tão-somente disfarçam a verdadeira face da natureza
extrafísica, bem mais ampla que as percepções ordinárias dos simples mortais.
Em meio à vida física, às experiências cotidianas do ser humano, enxameiam
seres vivos, atuantes e conscientes. O universo todo está repleto de vida, e
todos os seres colaboram para o equilíbrio do mundo. A surpresa com a revelação
dessa realidade apenas exprime nossa profunda ignorância quanto aos
"mistérios" da criação.
As questões relativas aos seres elementais levantam, ainda, novo
questionamento. Os elementais — sejam gnomos, duendes, salamandras ou quaisquer
outros — são seres que advêm de um longo processo evolutivo e que estagiaram no
reino animal em sua fase imediatamente anterior de desenvolvimento. Portanto,
devem ter uma espécie de consciência fragmentária. Onde e em que momento está o
elo de ligação desses seres com a humanidade? Quer dizer, em que etapa da
cadeia cósmica de evolução esses seres se humanizarão e passarão a ser
espíritos, dotados de razão? Até hoje os cientistas da Terra procuram o chamado
"elo perdido". Estão atrás de provas concretas, materiais da união
entre o animal e o ser humano e buscam localizar o exato momento em que isso
teria ocorrido. Em vão. Os espíritos da natureza, seres que concluíram seu
processo evolutivo nos reinos inferiores à espécie humana, vivem na fase de
transição que denominamos elemental. Entretanto, o processo de humanização, ou,
mais precisamente, o instante sideral em que adquirem a luz da razão e passam a
ser espíritos humanos, apenas o Cristo conhece. Jesus, como representante
máximo do Pai no âmbito do planeta Terra, é o único que possui a ciência e o
poder de conceder a esses seres a luz da razão. E isso não se passa na Terra,
mas em mundos especiais, preparados para esse tipo de transição. Quando soar a
hora certa no calendário da eternidade, esses seres serão conduzidos aos mundos
de transição, adormecidos e, sob a interferência direta do Cristo, acordarão em
sua presença, possuidores da chama eterna da razão. A partir de então,
encaminhados aos mundos primitivos, vivenciarão suas primeiras encarnações
junto às humanidades desses orbes. Esse é o motivo que ocasiona o fracasso da
busca dos cientistas: procuram, na Terra, o elo de ligação, o elo perdido entre
o mundo animal e o humano. Não o encontrarão jamais. As evidências não estão no
planeta Terra, mas pertencem exclusivamente ao plano cósmico, administrado pelo
Cristo.
O plano da criação é verdadeiramente grandioso, e a compreensão
desses aspectos desperta em nós uma reverencia profunda ao autor da vida.
Fonte:
Livro: Aruanda
Médium: Robson Pinheiro
Espírito: Ângelo Inácio
Editora: Casa dos Espíritos Editora
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