Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)
4 - CRITICA
- Por projeção
psicológica entende-se a atitude de perceber nos outros, com certa facilidade,
nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós
mesmos
- Os paranoicos
relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor dizendo,
desvirtuam a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o que
ocorre em sua volta
- Tudo o que
criticarmos, veementemente, no exterior encontraremos em nossa intimidade. Isso
nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho
onde nos vemos exata e realmente como somos
- Tudo o que,
realmente, estamos vivenciando no presente é aquilo que estamos precisando
neste momento. Todo conhecimento, informação, acontecimento ou aproximação de
que verdadeiramente precisamos, por certo, vivenciaremos
- Nossas
afirmações diante da vida retornarão sempre de maneira inequívoca. Carmas são
estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes, mas também sobre
nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões
- Atos ou
palavras, repetidas sucessivamente, voltarão ecoando sobre nós mesmos; São
“veredictos” resultantes de nossas apreciações e estimativas vivenciais
- Todas as
nossas suspeitas sistemáticas têm raízes na falta de confiança em nós mesmos, e
não nos outros, por isso :
(1) Se
criticamos o comportamento sexual alheio, podemos estar vivendo enormes
conflitos afetivos dentro do próprio lar
(2) Se tememos
a desconsideração, é possível termos desconsiderado alguma coisa muito
significativa dentro de nossa intimidade
(3) Se
desconfiarmos de que as pessoas querem nos controlar, provavelmente não estamos
na posse do comando de vida interior
(4) Se
condenarmos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos sendo leais com
nossas próprias vocações e ideais
- A crítica
nociva é característica de indivíduos que não realizam nada de importante, não
enfrentam desafios nem se arriscam a mudanças. Os verdadeiros realizadores
deste mundo não têm tempo para censuras e condenações, pois estão sempre muito
ocupados na concretização de suas tarefas
- A crítica
pode ser construtiva e útil. Cada um de nós pode, livremente. Optar entre o
papel de ironizar e o de realizar. Ela pode ser empregada como forma de
inocentar-nos da responsabilidade de nossa própria ineficiência e de atribuir
nossas frustrações e fracassos aos que, realmente, são criativos e originais
- Em muitas
ocasiões, em decorrência das emoções patológicas, é perfeitamente possível
pessoas
sentirem-se
humilhadas, vendo atitudes de arrogância e insulto onde não existem
- No mundo
interior das críticos implacáveis, pode existir uma intimidação, originalmente
adquirida na
Infância, em
virtude as autoridade e ameaça dos pais. Vozes do passado ecoam em suas mentes,
solicitando, insistentemente, que sejam “pontuais e infalíveis”, “exatos e bem
informados”, “super-responsáveis e controlados”
- As exigências
do pretérito criaram-lhe um padrão de comportamento mental, caracterizado por
constante cobrança e acusação, fazendo com que projetem tudo isso sobre os
outros. O medo de cometerem erros e o fato de desconfiarem de si mesmos,
conferem-lhes uma existência ambivalente, pois vivem, ao mesmo tempo, entre a
sensação de perseguição e a de superioridade
-
Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos, exteriorizando e
transferindo toda essa sensação de auto- acusação, condenando os outros
- Os críticos
são especialistas em detectar e resolver os problemas que não lhe dizem
respeito, mas, contrariamente, possuem uma grave dificuldade em aceitar a sua
própria problemática existencial
- A tendência
em julgar e criticar os outros, com intenção maldosa, recebe a denominação de
malícia. Em outras palavras, o indivíduo nessas condições vê os outros com os
olhos da “própria maldade”
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