quinta-feira, 25 de junho de 2015

Estudo: Dores da Alma - VÍCIO

Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)

8 – VÍCIO



- O vício pode ser um “erro de cálculo” na procura de paz e serenidade, porque todos queremos ser felizes e ninguém, conscientemente, busca de propósito viver com desprazer, aflição e infelicidade
- existem diversos casos de obesidade que surgiram no clima de lares onde a mãe é superexigente, perfeccionista e dominadora, forçando constantemente a criança a se alimentar, não levando em conta suas necessidades naturais. Pela insistência materna, ela desenvolve o hábito de comer exageradamente, prejudicando desenvolvimento do senso interior, que lhe dá a medida de quando começar e de quando parar de comer
- O vício aparece constantemente onde há uma inadaptação à vida social. Por incrível que pareça, o viciado é um “conservador”, pois não quer correr o risco de se lançar à vida, tornando-se, desse modo, um comodista por medo do mundo que, segundo ele, o ameaça
- Os vícios ou hábitos destrutivos são, em síntese, métodos defensivos que as pessoas assumiram nesta existência, ou outras encarnações, como uma forma inadequada de promover segurança e proteção
- As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, disseram-lhes que são verdadeiros
- Não podemos entender os vícios como uma problemática que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios. Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias
- Por serem carentes e sofridos, entregaram sua força de vontade ao poder dos tóxicos, procurando se esquecer de algo que, talvez, nem mesmo saibam : “eles próprios”, pois não aguentaram suportar seu mundo mental em desalinho
- Os dependentes são julgados por muitos como criaturas intencionalmente indolentes. Por outros, de forma precipitada, como “parasitas sociais”, desocupados, improdutivos e preguiçosos. Mas sem qualquer conotação ou justificativa de tirar-lhes a responsabilidade por seus feitos e decisões, não podemos nos esquecer de que o “peso do fardo” que carregam-lhes dá tamanha lassidão energética que passam a viver em constante “embriaguez na alma”, entre fluidos de abatimento, fadiga e tédio
- Não são inúteis deliberadamente, mas se utilizam, sem perceber, do desânimo que sentem como “estratégia psicológica” para fugirem à decisão de “arregaçar as mangas” e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na vida. Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no presente e dizem que vão viver de outra no futuro
- Os toxicômanos são criaturas de caráter oscilante, não desenvolveram o senso de autonomia, vivem envolvidos numa aura fluídica de indecisão e imobilização por consequência da própria reação emocional em desajuste. Protelam as coisas para um dia que, talvez, nunca chegará. Fixam-se ao consumo cada vez maior de produtos narcóticos, enquanto desenvolvem atitudes emocionais que os levam â subjulgação a pessoas e situações

- Aprendemos com as sociedades absolutistas do passado que a ociosidade era uma peça importante na vida. Na corte, as etiquetas, jogos, bailes e saraus eram as atividades mais comuns da nobreza

terça-feira, 23 de junho de 2015

EU NÃO SERIA NADA SE NÃO FOSSE OGUM


EU NÃO SERIA NADA
SE NÃO FOSSE OGUM
PARA ABRIR

A MINHA ESTRADA!!!
VALENTE GUERREIRO
AQUI CHEGOU
VENCEDOR DE DEMANDAS
MEU PROTETOR
EM SUA TRAJETÓRIA
MEU PAI LUTA CONTRA O MAL
FOI NOS CAMPOS DE BATALHA
QUE SE TORNOU GENERAL
SALVE OGUM DE RONDA
SALVE OGUM MEGÊ
SALVE SEU BEIRA-MAR
OGUM IARA E OGUM DILÊ

SALVE TODAS FALANGES
DESSE GLORIOSO GUERREIRO
QUE VENCE TODAS DEMANDAS
AQUI DENTRO DO TERREIRO!!!  

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Estudo: Dores da Alma - PREOCUPAÇÃO

Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)

7- PREOCUPAÇÃO



- Se acreditarmos que nossa felicidade ou infelicidade venha de coisas externas, do acaso ou das mãos de outras pessoas, estaremos dificultando nosso crescimento e amadurecimento interior
- A Providência Divina agindo em nós faz com que saibamos exatamente o que precisamos escolher para nosso aprimoramento interior
- As almas estão vivenciando o útil e o necessário para o desenvolvimento de suas potencialidades naturais e divinas. Podemos orientar, amar, apoiar, ajudar, mas jamais achar que sabemos melhor como as coisas devem ser e como as criaturas devem se comportar
- É importante não confundirmos preocupação com prudência ou cautela. A previdência e o planejamento para que possamos atingir um futuro promissor, são desejos naturais dos homens de bom senso. Na realidade, preocupação quer dizer aflição e imobilização do presente por causa de um suposto fato que poderá acontecer, ou ainda uma suspeita de que uma decisão poderá causar ruína ou perda
- Os preocupados têm dificuldade de concentração no momento presente e, por isso, fazem com que a consciência se desvie do foco da experiência para a periferia, isto é, vivem entorpecidos no hoje por quererem controlar, com seus pensamentos e com sua imaginação, os fatos do amanhã
- Esse desvio da atenção é uma busca deliberada de distração do indivíduo, uma forma de impedir a si próprio de ver o que precisa perceber em seu mundo interior
- Quando dizemos que nos preocupamos com os outros, quase sempre estamos nos abstraindo :
(1) Das atitudes que não temos coragem de tomar
(2) Das responsabilidades que não queremos assumir
(3) Das carências afetivas que negamos a nós mesmos
(4) Dos atos incoerentes que praticamos e não admitidos
(5) Dos bloqueios mentais que possuímos e não aceitamos
- É incontestável que a preocupação jamais nos preservará das angústias do amanhã, apenas colocará obstáculos às nossas realizações do presente
- Confiemos na Paternidade Universal que rege a todos, visto que preocupação, em síntese, é desconfiança das Leis da Vida. Não nos compete determinar ou dirigir as decisões alheias, nem mesmo temos o direito de convencer ninguém ou censurar as opções de vida de quem quer que seja
- Tudo ocorre dentro de um perfeito sincronismo tempo/espaço. Não adianta nos preocuparmos com o nosso processo de aprendizado nem com o dos outros, pois, se alguém não está conseguindo caminhar convenientemente agora, é porque lhe falta algo a fazer, ou mesmo, coisas a aprender
- No Universo, tudo obedece a um ritmo natural; as raízes de nossa evolução corporal / espiritual estão arraigadas nas íntimas relações com a Natureza. Em nível mais profundo, somos parte dela
- Há um tempo para tudo. Também nós, os espíritos domiciliados ou não na Terra física, identificamos nossos ritmos internos através das sensações da dor e do prazer, a fim de avaliarmos o “grau de acerto” de nossos atos e decisões

- Tanto os astros da abóboda celeste, como os seres microscópicos do nosso planeta, todos são regidos por uma Divina Ordem, que mantém trajetórias e órbitas perfeitamente alinhadas, como também os ritmos e os propósitos coerentes com o grau de necessidade e progresso das criaturas e das demais criações

terça-feira, 16 de junho de 2015

Oxum me contou

Oxum me contou que toda lágrima derramada sob seu sagrado manto dourado se transforma em água pura e cristalina.
É preciso humildade para reconhecer nossos erros, silêncio para compreender as palavras amorosas de nossa Mãe, postura de um verdadeiro guerreiro e um coração tranquilo para aprender com a dor.
Todas as tristezas, humilhações e injustiças serão transformadas em abundância, em ouro espiritual, mas lembre-se que só o amor puro pode nos libertar de nossas maiores angustias e tristezas, purifique o seu coração e faça uma prece sincera, ela ecoará pelo universo e todo acalento chegará em você no momento certo.
A dor nos ensina, nos purifica, mostra que somos humanos, nos faz cair na realidade de nosso mundo e exige que prestemos mais atenção naqueles que sofrem ao nosso redor. Deixe que a lei suprema cuide de suas lágrimas e faça tudo o que puder para não ser o causador da tristeza do seu irmão. Somos parte do mesmo corpo, temos o mesmo sangue correndo por nossas veias, saímos do mesmo ventre, todos são os nossos irmãos.
Ora iê iê ô Salve Mamãe Oxum, nossa rainha das águas calmas e cristalinas, acolhe nossa prece, lava nossos olhos de toda ilusão e tristeza.



sábado, 13 de junho de 2015

13/06 - Salve Santo Antonio! Laroyê Exu!

Salve os compadres!!!
Sincretizados como Santo Antônio na Umbanda.




Oração a Santo Antônio.

Oh! Deus, que vos dignaste escolher a Santo Antônio como modelo de todas as virtudes para a benção de toda a humanidade, e tens convertido a muitas almas através de seus sermões e bom exemplo, concedei que por seus méritos e intercessão possa verdadeiramente converter-me, renunciar ao pecado e a todo desejo de pecar, e fazer-me cada vez mais e mais do vosso agrado pela pratica da verdadeira virtude.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Os Exus

Os Exus são talvez a falange de trabalho mais incompreendida da Umbanda. Eles são o que poderíamos chamar de “guerreiros de Deus” na Terra. Guardam profunda afinidade com os planos terrenos e por isso são excelentes guardiões, protetores e mensageiros, agindo como executores do trabalho da luz no domínio das sombras.




Muito se fala a respeito dos Exus, mas pouco se entende. Tendo isto em vista, vamos tentar colocar em palavras mais simples a respeito dos mesmos. Exus são espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram em encarnações anteriores cometidos vários crimes ou viveram de modo a prejudicar seriamente sua evolução espiritual, sendo assim estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda.

São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos, são servidores dos Orixás. Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens que lhe são passadas. Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações. Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Ciganos, Baianos, etc), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.

Exú é Mau?

Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar. Exú é neutro, quem faz o mal são os médiuns que utilizam os Exús para fazerem trabalhos que prejudiquem outras pessoas. Na verdade o mal ou o bem, como já afirmamos é produto da vontade e da evolução do próprio homem e Exu esta acima do bem e do mal, sentimentos esses pertencentes a evolução humana.
Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios. Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios. As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.
De um texto extraído do livro “ O Guardião da Meia- Noite” podemos ter uma idéia de quem é Exú:

“Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer. Não traio ninguém, mas não deixo de castigar um traidor. Não castigo um inocente, mas não perdoo um culpado. Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor. Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se. Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se. Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder. Não pego o poder do Senhor da Luz, mas não recuso o poder do Senhor das Trevas. Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar. Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer. Sirvo à Luz. Mas também sirvo às Trevas. No meu reino eu mando e sei me comportar. Não peço o impossível, mas dou o possível. Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram. Só respeito a Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais.”

Mas Então Quem É Exu?

Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral.
No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu. Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado. Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade. Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior. Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos. A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras. É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc. Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc. Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exu.

Algumas palavras sobre os exus:

-Tem palavra e a honram;
-Buscam evoluir;
-Por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques energéticos a que estão expostos;
-Afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução;
-Estas Entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais "Duras" que as demais Entidades; ·
-São caridosas e trabalham nas suas consultas, mais com os assuntos Terra a Terra;
-Sempre estão nos lugares mais perigosos para a Alma Humana.









quarta-feira, 10 de junho de 2015

A influência do médium na comunicação


 
Apresentamos nesta edição o tema n118 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.
Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Podemos considerar normal a influência do médium nas comunicações mediúnicas que receba?
2. Que é um médium passivo?
3. Em se tratando de mediunidade, a passividade absoluta é possível?
4. Que diferença essencial há entre o médium psicógrafo intuitivo e o médium psicógrafo mecânico?
5. Além da influência relacionada com a execução do fenômeno mediúnico, pode haver uma influência moral do médium no exercício das suas faculdades?
Texto para leitura 

O médium é passivo quando não mistura suas ideias com as do Espírito

1. Sendo a mediunidade, basicamente, um processo de comunicação que tem no médium o seu instrumento de intermediação, não é difícil entender que a mensagem comunicada sofrerá sempre uma maior ou menor influência do medianeiro. É isso que o Espiritismo nos ensina e o que a prática vem demonstrando. A alma do médium exerce, efetivamente, influência nas comunicações mediúnicas e pode até mesmo alterar-lhes o conteúdo e assimilá-las às suas próprias ideias e pendores.
2. Esse complexo aspecto da mediunidade pode levar alguns iniciantes mais afoitos à incredulidade. Devemos, contudo, entender que, pela sua própria característica, essa influência faz parte do seu funcionamento, uma vez que, por mais passivo que seja o médium, deverá ter sempre uma postura de vigilância durante o processo mediúnico para o adequado uso de sua faculdade, o que implica acompanhar toda a manifestação mediúnica de uma forma mais ou menos acentuada.
3. O conceito de passividade mediúnica é tratado por Kardec em “O Livro dos Médiuns”, no item 223, em que aprendemos que o médium é passivo quando não mistura suas próprias ideias com as do Espírito que se comunica. Entenda-se, porém, que o papel do médium nunca é inteiramente nulo e seu concurso é sempre indispensável, ainda que se trate de médiuns mecânicos. Em face disso, inexiste a passividade absoluta.
4. Nos processos de comunicação mediúnica inconsciente, em que o Espírito comunicante utiliza-se dos recursos do médium sem fazer a mensagem passar totalmente pelo seu pensamento, o grau de influência do medianeiro é bem mais reduzido, diferentemente do que ocorre quando se trata de comunicação consciente, em que a mensagem é transmitida via pensamento do médium. É por isso que, no tocante aos médiuns escreventes ou psicógrafos, o ensino espírita os classifica em três variedades bem distintas: médiuns mecânicos, intuitivos e semimecânicos.

Há grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração

5. No caso dos médiuns mecânicos, o Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Neste gênero de mediunidade, o médium não tem nenhum conhecimento do que a sua mão escreve, uma vez que o movimento dela independe da sua vontade e para quando o Espírito assim o deseja. Registre-se, porém, que mesmo nesses casos a influência do médium jamais é nula.
6. No caso dos médiuns intuitivos, o Espírito comunicante utiliza-se do Espírito do médium para transmitir a mensagem, identificando-se com ele e imprimindo-lhe sua vontade e suas ideias. Este gênero de mediunidade permite ao Espírito do médium tomar conhecimento prévio do que vai escrever.
7. Um fato curioso, no entanto, ocorre neste gênero de comunicação, porque, embora perceba a presença e o pensamento do Espírito comunicante, o médium sente, muitas vezes, dificuldade em distinguir o seu próprio pensamento do que lhe é sugerido. E quando a dúvida se instala de forma mais acentuada, a mensagem fica praticamente prejudicada. Neste gênero de mediunidade, a influência do medianeiro é, como foi dito anteriormente, muito mais acentuada.
8. Há grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração. A diferença consiste em que a primeira se restringe quase sempre a questões de atualidade, podendo o médium, por intuição, tratar de um assunto que lhe seja inteiramente estranho. A inspiração estende-se por um campo mais vasto e, geralmente, vem em auxílio das capacidades e das preocupações do encarnado.

O médium semimecânico sabe o que escreve à medida que as palavras se formam

9. No caso dos médiuns semimecânicos, também chamados de semi-intuitivos, verifica-se uma situação intermediária entre o mecânico e o intuitivo. O Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium e, ao mesmo tempo, lhe permite conhecer o que está escrevendo à medida que as palavras se formam. Neste gênero de mediunidade, a influência do médium é também intermediária, ou seja, não é tão acentuada como no caso dos médiuns intuitivos nem tão reduzida como no caso dos médiuns mecânicos.
10. Além desse tipo de influência relacionada com a execução da prática mediúnica, ocorre ainda uma influência maior do médium no tocante ao aspecto moral do exercício da faculdade mediúnica. Reconhecendo-se o fato de que toda atividade mediúnica assenta-se no princípio da afinidade, não é difícil compreender a relevância dessa influência.
11. Quanto mais elevado moralmente for o medianeiro, maior afinidade terá ele com Espíritos de maior envergadura moral e poderá, desse modo, receber comunicações de conteúdo mais elevado.
12. Eis aí o motivo da conhecida recomendação, contida no item 227 de “O Livro dos Médiuns”, para que cultivemos as virtudes que atraem os bons Espíritos, ou seja, a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo e o desprendimento das coisas materiais, e evitemos tudo quanto possa repeli-los, como o orgulho, o egoísmo, a inveja, a ciúme, a cupidez, o ódio, a sensualidade e todas as paixões que ligam o homem à matéria.

Respostas às questões propostas 

1. Podemos considerar normal a influência do médium nas comunicações mediúnicas que receba?
R.: Sim. Sendo a mediunidade, basicamente, um processo de comunicação que tem no médium o seu instrumento de intermediação, não é difícil entender que a mensagem comunicada sofrerá sempre uma maior ou menor influência do medianeiro.
2. Que é um médium passivo?
R.: O conceito de passividade mediúnica é tratado por Kardec em “O Livro dos Médiuns”, no item 223, em que aprendemos que o médium é passivo quando não mistura suas próprias ideias com as do Espírito que se comunica.
3. Em se tratando de mediunidade, a passividade absoluta é possível?
R.: Não. O papel do médium nunca é inteiramente nulo e seu concurso é sempre indispensável, ainda que se trate de médiuns mecânicos. É por isso que se diz que não existe, em se tratando de mediunidade, passividade absoluta.
4. Que diferença essencial há entre o médium psicógrafo intuitivo e o médium psicógrafo mecânico?
R.: No caso do médium psicógrafo intuitivo, o Espírito comunicante utiliza-se do Espírito do médium para transmitir a mensagem, identificando-se com ele e imprimindo-lhe sua vontade e suas ideias. Este gênero de mediunidade permite ao Espírito do médium tomar conhecimento prévio do que vai escrever, fato que não ocorre no caso dos médiuns mecânicos, em que o Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Neste gênero de mediunidade, o médium não tem nenhum conhecimento do que a sua mão escreve, uma vez que o movimento dela independe da sua vontade.
5. Além da influência relacionada com a execução do fenômeno mediúnico, pode haver uma influência moral do médium no exercício das suas faculdades?
R.: Sim. Além da influência relacionada com a execução da prática mediúnica, ocorre ainda uma influência maior do médium no tocante ao aspecto moral do exercício da faculdade mediúnica. Quanto mais elevado moralmente for o medianeiro, maior afinidade terá ele com Espíritos de maior envergadura moral e poderá, desse modo, receber comunicações de conteúdo mais elevado.  

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 223 e 227.
Obras Póstumas, de Allan Kardec, item 50, pp. 64 e 65.


http://www.oconsolador.com.br/ano3/118/esde.html

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Estudo: Dores da Alma - MEDO

Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)

6 - MEDO



- Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental e espiritual. Todavia, é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo.
- Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.
- Na oportunidade de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a oportunidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como “única verdade”, assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.
- O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.
- Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar.
- As sensações do medo sobrecarregam as energias dos chacras do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração.
- Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano. Teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual.
- “Sombra” é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade.
- Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial. Resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros.
- As coisas ignoradas geram mais medos do que as conhecidas. Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossas existências, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino.
- Desvendar, gradativamente, nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.
- Arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa “sombra”.
- Tomar consciência é uma expressão moderna que significa discernimento da vida exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos.
- O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros. Arrepender-se é o primeiro passo para melhorarmos e progredirmos espiritualmente.
- Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nosso “Sombra”. Os tiques são compulsões motoras para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros “tapumes energéticos” para conter sentimentos emergentes.
- Enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso.
- O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior.
- Uma das manifestações do medo mais problemáticas para as criaturas humanas é a denominada fobia social ou ”agorafobia”, ou seja, é o pavor de fazer o que quer que seja em público.
- O fóbico social receia ser julgado e avaliado pelos outros.
- Dentre as muitas dificuldades que envolvem a “agorafobia”, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância.
- O sentimento de inferioridade é o grande dificultador dos relacionamentos seguros e sadios, produzindo uma necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos mostrar-nos como somos e escondermos nossos erros, convencidos de que seremos desprestigiados perante nossos companheiros e amigos.
- Diversas matrizes do medo se fixaram na vida infantil. Os pais autoritários e rudes que estabeleceram um regime educacional duro e implacável, impondo normas ameaçadoras e punitivas, criaram na mente das crianças a necessidade de mentir e fantasiar constantemente. Dessa maneira, elas passaram a viver de forma que agradassem a todos numa enorme necessidade de aprovação e numa atmosfera de insegurança

Passe Espírita e Passe Umbandista



“A um médium é solicitado que conheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que estude um pouco, porque só assim, entenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.”
Por: Rubens Saraceni

A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros.
Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens...
Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros...
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes...
No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Edgard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”. A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias... foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital. Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950. Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e norteia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é necessário certa sensibilidade ou Don mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.
“Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.”
Por: Edgard Armond

O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual.
O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas.
“Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro-magnéticos... Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.”

Por: Rubens Saraceni

A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros.
Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado.
Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte.
No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se seqüências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda estalos que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim seqüências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para outras realidades.
Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são nossos Mestres.

Notas:
[1] Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P.79
[2] Edgard Armond. Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura. São Paulo: Ed. Aliança, 1997. P. 85
[3] Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P. 101


      
           Por Alexandre Cumino 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

A Utilização de Tambores em Rituais Religiosos




Tambores são tão ancestrais quanto o próprio homem. Os primeiros foram criados e manuseados ainda na Pré – História, com o objetivo de cultuar Deuses e como forma de agradecer a comida conseguida por meio da caça aos animais.
Milênios se passaram e centenas de representações religiosas ou espirituais foram criadas de acordo com a cultura e a cosmovisão de cada povo, de cada etnia, principalmente de acordo com os padrões sócio – econômicos de cada época. Imagens, cerimônias, mitologia, liturgias, símbolos, tambores, chocalhos e atabaques, são expressões da arte na religiosidade e na espiritualidade.
O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em troncos de arvores reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse sentimento de gratidão que passou a consagrar a morte de sua caça. Pode – se dizer que esse foi um dos princípios da manifestação religiosa do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor revela a arte de conectar – se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso coração ao coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os reinos da Natureza.
Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade. Acredita – se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de arvores tocados com as mãos ou galhos. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser utilizadas na fabricação de roupas e outros objetos, percebeu – se que ao esticar uma pele sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos dependem dos materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. São típicos nos cultos afro – brasileiros; na dança, nos pontos cantados, no transe.
Em sua fase mais primitiva, a manifestação religiosa do homem tinha como base principal o contato com as divindades – o transe.
A musica e a dança sempre foram os principais feradores dessa comunicação com os Deuses. Alguns historiadores e antropólogos do século vinte destacaram a idéia de que a maneira utilizada para se chegar aos conhecimentos místicos em religiões primitivas, esteve sempre associada ao êxtase ( o transe ) provocado pelo toque do tambor. Esse instrumento seria então o responsável pela comunicação entre o homem e as divindades – seres responsáveis pelo comando da Natureza em nosso planeta.
Mesmo nas religiões mais antigas, o toque dos tambores também foi utilizado não somente para o culto às divindades, mas também como forma de manter contato com os espíritos dos mortos.
Tão comum nas religiões primitivas, segundo a Bíblia, essa pratica foi “proibida por Deus” aos filhos de Israel. Isso acabou por gerar, ao passar do séculos, que a crença dos mais antigos – o fato do tambor constituir – se em instrumento sagrado, e que seu toque fosse utilizado como forma de contato entre os homens e o mundo invisível, pertencente às divindades e aos espíritos dos ancestrais, fosse uma simples superstição.
Por que o tambor foi excluído em narrativas da Bíblia com relação às cerimônias religiosas.
Foi proibido ao povo de Israel tudo aquilo que era praticado anteriormente à revelação das leis, como o uso de bebida forte, o adultério, a utilização de escravos, entre outras praticas. O tambor e as danças eram utilizados em cerimônias festivas. Mas, segundo relatos da Bíblia, quando Davi decidiu erguer um templo para Deus. Este determinou quais instrumentos poderiam ser utilizados: címbalo (dois meios globos de metal, percutidos um contra o outro), alaúde (antigo instrumento de cordas de origem oriental) e harpa. Apesar disso, Deus não proibiu a utilização do tambor em outras cerimônias e celebrações.
Há uma outra explicação de religiosos que, de certa forma não aceitam e até discriminam a utilização de tambores em cultos religiosos, a de que o som da percussão teria a capacidade de tirar do homem a consciência e o juízo, portanto, esse instrumento deveria estar fora do culto, que necessita da “lucidez da mente” para o conhecimento de Deus e de sua vontade revelada.

Os Tambores na África
Nas sociedades africanas, a tradição oral é o método pelo qual histórias e crenças religiosas são passadas de geração em geração, transmitindo elementos de uma cultura. Uma parte integrante da tradição oral africana é, sem duvida, a dança e o canto, e o mais importante instrumento musical africano é o tambor, em diferentes tamanhos e formas e para diferentes fins.
O tambor é utilizado para enviar e receber mensagens espirituais, e é essencial na preservação da tradição oral. Na religião africana de culto aos Orixás e Ancestrais, é considerado sagrado, e seu tocador é classificado como um comunicador oral. Aquele que toca o tambor é um orador e um comunicador de mensagens sagradas.
No ritual religioso, os tambores são o inicio de tudo, sempre representaram papel muito importante na cultura africana. Existe um antigo provérbio que diz: ” Quando os tambores são tocados, eles não mentem “.
O ‘ Djembe ‘ é possivelmente o mais influente e a base de todos os outros tambores africanos, e remota há pelo menos 500 anos d.C. é um tambor sagrado utilizado em cerimônias de cura, rituais de passagem, culto aos ancestrais e ainda em danças e socialmente.

Os Tambores Batá
A origem dos tambores Bata remonta há mais de 500 anos, e sua história sobreviveu juntamente com o povo Yorubá, que chegou à América como escravo, mostrando a profundidade dessa religião e cultura, das quais é parte importante. O tambor Bata faz parte da prática religiosa chamada de “Santeria”, desenvolvida em Cuba e nos EUA, com influencia principal da religião tradicional Yorubá, mas também de outros grupos étnicos, como os de língua Bantu, da região do Congo.
Os tambores Bata podem falar, e não no sentido metafórico, podem realmente ser usados para recitar preces religiosas, poesias, saudações e louvores. Em Cuba, são utilizados em todas as cerimônias relacionadas ao Orixás, e recebem o nome de ‘ Bata de Fundamento’. Sua fabricação e consagração requerem toda uma força espiritual, que é inserida dentro de seu cilindro de madeira. Ao ser consagrado, recebe o nome de ‘ Ayàn ‘.

Tambores em rituais Indígenas Brasileiros
Um dos mais importantes instrumentos sonoros das culturas indígenas do Brasil, por se relacionar com o lado prático, musical e religioso, é o tambor. Existem os tambores de madeira, tambores de tábua, tambores de tronco escavado, feitos e moldados a fogo.
Alguns tipos de tambores indígenas:
a.. Tambor Catuquinaru: Instrumento de sinalização.
b.. Tambor de Fenda: Feito de uma tora de madeira e escavado por meio de pedras incandescentes.
c.. Tambor de Carapaça: Feito de Carapaça de tartaruga.
d.. Tambor de Cerâmica: Consiste num vaso de barro, tendo abertura fechada com couro. É um velho elemento de civilização, talvez representando um dos mais antigos tambores do mundo.
e.. Tambor de Pele: Confeccionado com um cilindro de madeira, geralmente fechado de um lado só. A fixação da pela é feita com cipós, por meio de compressão.

Há muitos templos de Umbanda que * Os tambores feitos de tora de madeira tanto existem nas tribos brasileiras, quanto entre populações da África e Oceania. Também os tambores de cerâmica podem ser encontrados na África.

A Orquestra do Candomblé
A orquestra do Candomblé é constituída por atabaques, agogôs, cabaças e chocalhos. Os atabaques são três, em tamanhos diferentes: Rum (maior), Rumpi (médio) e Lê (menor). Existe também o Agbé ou piano de cuia, o Adjá e o Xeré, este último só é usado em festas para Xangô. Os tocadores tem um chefe denominado de Alabê. Os atabaques são considerados essenciais para invocação dos Deuses.

Utilização dos Atabaques na Umbanda

Não se utilizam de atabaques em seus cultos. Se voltarmos ao inicio, quando a Umbanda foi anunciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não havia a utilização de tambores, apenas cânticos. O ritmo era mantido com o bater compassado dos pés no chão. Atualmente, a explicação para muitos templos manterem essa formação sem tambores nos rituais de Umbanda é a de que os atabaques e o seu som percutido levam o médium a um processo de transe anímico, ou seja, estimulam o atavismo, a lembrança ancestral, o afloramento do subconsciente do médium, o que pode dificultar a atuação das Entidades Espirituais. Até mesmo as palmas, em muitos locais são dispensadas.
Os atabaques utilizados nos templos de Umbanda servem como ponto de ligação e louvação aos Orixás e Guias de Umbanda. Dão ritmo aos cânticos e criam fortes vibrações para a chamada e descida das Entidades que estarão ali trabalhando. Da mesma forma, são utilizados no acompanhamento rítmico das cantigas de ” subida “, ao termino das sessões.
Há todo um preparo e consagração desses tambores para que sejam utilizados no rituais umbandistas, igualmente aos Ogans e Alabês, responsáveis pelos toques. O uso dos atabaques surgiu na Umbanda, acredita – se, por influencia dos cultos de origem africana, em especial o de origem Bantu ( Angola ), em que os tambores são percutidos com as mãos, diferentemente dos Candomblés de Nação Keto, que utilizam varetas, chamadas de ”Akidavis“.
Após a anunciação da Umbanda, a fundação da Tenda Nossa Senhora da Piedade e todas as outras determinadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, houve um período em que alguns lideres religiosos e intelectuais foram a África no intuito de pesquisar as origens da ancestralidade africana da Umbanda, em contraponto à chamada Umbanda Esotérica, que identificava as origens da Umbanda em antigas culturas orientais. Trouxeram para a Umbanda praticas utilizadas apenas em cultos de origem africana, como o toque dos atabaques.

A Formação da Corimba de Umbanda

A chamada ” Corimba ” é formada pelos Ogans, responsáveis pelos toques que chamarão e receberão as Entidades em Terra, que irão trabalhar na Gira de Umbanda, e pelos cantores, que puxam os pontos cantados – cânticos de descida e subida. É o conjunto musical da Umbanda, responsável pelo inicio e término dos trabalhos.
É pelo toque dos atabaques que se faz a conexão com o Mundo Espiritual, permitindo assim que os Guias realizem seus trabalhos nos templos de Umbanda, por meio dos médiuns ali presentes.
O Poder dos Tambores Indígenas
Na cultura dos índios americanos, os tambores são objetos sagrados, usados pelo Xamã ( líder espiritual ) na cerimônias de cura. Também servem para proteger o ambiente.
De acordo com os princípios do Xamanismo, cada pessoa tem um bicho de poder que o acompanha por toda a vida. Para descobrir qual é o animal de cada um, é feita uma jornada xamânica em que a pessoa relaxa ao som do tambor e visualiza a imagem do bicho. Feita a descoberta, o animal é então pintado no tambor.
Os nativos norte – americanos associam o toque do tambor às batidas do coração da Mãe – Terra e também ao som do útero. O tambor dá acesso à força vital através de seu ritmo. É a canoa que leva ao mundo espiritual, o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra. É usado para ativar e curar o nosso espírito, alinhando – se com a vibração do nosso coração e com a Mãe Terra. Cada tambor tem seu próprio som, sem igual. Usado em cerimônias, danças, canções e para celebrar.

Os Tambores Xamânicos
Os tambores xamânicos existem há pelo menos 40 mil anos em todas as cultuar tradicionais do planeta. Está associado à direção Sul, ao arquétipo do Curador, ao elemento Terra, às criaturas de Quatro Patas e com a qualidade da Cura. É utilizado para produzir diversos tipos de ritmos com finalidades diferenciadas, desde a musica para a celebração e a dança até o toque constante, que leva ao transe profundo ou ao frenesi coletivo.
Muitos Xamãs usam seu tambor para realizar diversos tipos de cura, como o resgate de uma alma perdida ou sair viajando por outras dimensões do ser em busca de visões e conhecimento. Durante as experiências são comuns as visões de Animais de Poder, Aliados Espirituais, ou outras visões de poder ou de cura.
O som do tambor facilita a conexão de qualquer pessoa com o seu mundo interior e com todos os ritmos de seu corpo, produzindo um estado de relaxamento, de equilíbrio e ampliação de consciência, proporcionando assim uma conexão e harmonização com os ritmos planetários e cósmicos.
Para os que praticam os Rituais Xamânicos – religião oriunda de povos asiáticos e árticos, pratica filosófica e de cura encontrada no mundo todo – , as batidas do tambor são como as batidas do coração da Mãe Terra.
O tambor representa a própria cultura xamânica, unificando – a e aproximando as comunidades. Costuma ser utilizado em diferentes ocasiões, como casamentos e funerais, e em todas as reuniões dos povos nativos, criando uma aura energética que possibilita a conexão com o Mundo Espiritual. Também são utilizados por curandeiros, em rituais de cura.


Fonte: Revista Espiritual de Umbanda