sábado, 2 de abril de 2016

CORAÇÕES CEVADOS

"Cevastes os vossos corações, como num dia de matança". (Tiago, 5:5)

Pela prosperidade e aperfeiçoamento do mundo, trabalha o Sol, que é suprema expressão da Divindade Vital no firmamento terrestre. Colabora o verme na intimidade do solo, preparando ninho adequado as sementes. Contribui a aragem, permutando o pólen das flores.
Esforça-se a água, incessantemente, entretendo a vida física e purificando-a. Coopera o animal, ajudando as realizações humanas, suando e morrendo para que haja vida normal no domínio da inteligência superior.
Indefectível lei do trabalho rege o Universo. O movimento e a ordem, na constância dos benefícios, constituem-lhe as características essenciais. Há porém, milhões de pessoas que se sentem exoneradas da glória de servir.
Para semelhantes criaturas, em cujo cérebro a razão dorme embotada e vazia, trabalho significa degredo e humilhação, inferno e sofrimento. Perseguem as facilidades delituosas, com o mesmo instinto de novidade da mosca em busca de detritos.
Conseguida a solução de ordem inferior que buscavam, circunscrevem as horas e as possibilidades ao desenfreado apego de si mesmas, imitando o poço de águas estagnadas que se envena facilmente.
No fundo, são "corações cevados", de acordo com a feliz expressão do apóstolo. Criam teias densas de ódio e egoísmo, indiferença e vaidade, orgulho e indolência sobre si próprios, e gravitam para baixo. Descendo, descendo, pelas pesadas vibrações a que se acolhem rolam vagorosamente para o seio das vidas inferiores, onde é natural que encontrem a exigência de muitos, que se aproveitam deles, à maneira do homem comum que se vale dos animais gordos para a matança.


Fonte viva - Emmanuel

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