Nosso Estudo terá base com as informações
trazidas pelo pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda,
Li-Mahi-An-Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda .
"O Código de Umbanda" – psicografada
por Rubens Saraceni.
PARTE 9
AS HIERARQUIAS DOS TRONOS DE DEUS
AS LINHAS DE LEI DE UMBANDA
Prezados irmãos na fé em Oxalá!
Vamos comentar a linha de Umbanda a partir de seus fundamentos ocultos,
pois só assim entenderão a abrangência do termo "lei" na vida de um
ser humano. Antes vamos esclarecer algumas lacunas existentes, senão o
conhecimento que transmitiremos ficará incompreensivo.
Divindade, todos sabem o que são. Por divindade entendemos um ser divino
portador de qualidades superiores e localizadas numa faixa vibratória exclusiva
do Divino Criador, onde Ele Se manifestará de forma já individualizada em Seus Tronos. Deus ,
quando Se nos mostra de forma individualizada, está atuando em nossas vidas
através das Suas hierarquias divinas formadas por divindades.
Portanto, divindades são seres superiores que manifestam as qualidades
de Deus.
Muitos já ouviram falar em deuses do fogo, deusas das águas, deus
do trovão, etc. Entendam esses "deuses e deusas" como divindades que são
"senhores" do fogo, da água, do trovão, etc. E por senhores, entendam
as divindades que guardam os mistérios desses elementos da natureza. Então
temos os orixás do fogo, da água, do ar, etc.
Essa categoria de orixás elementais não interfere em nossas vidas, pois
já nos afastamos do estágio elemental da evolução. Sim, nós já fomos seres
elementais. Mas esse estágio da evolução já foi vivido a tanto tempo, que dele
só guardamos lembranças vagas em nosso subconsciente.
Essas divindades ou orixás elementais são manifestadores
energéticos das qualidades de Deus, e nós os chamamos de orixás do fogo, da
água, do ar, etc.
Mas temos, nas hierarquias divinas, os Tronos (ou orixás)
Encantados, que são os que atuam mentalmente e por magnetismo energético, que é
tão forte que mantém à sua volta os seres que sustentam mentalmente.
Por isso são chamados de Orixás Encantados: possuem um magnetismo
tão forte que "encantam" os seres que amparam mentalmente e sustentam
energeticamente.
Depois, nas hierarquias divinas, temos os Orixás Naturais, que
atuam mentalmente, energeticamente e consciencialmente, pois têm como uma de
suas atribuições, despertar a consciência dos seres sobre si mesmos e sobre o
universo onde vivem e evoluem. Nós somos um exemplo, pois estamos despertando
nossa consciência e adquirindo a capacidade de raciocinarmos a partir de fatos
consumados, que nos fornecem os conhecimentos que precisamos para não
repetirmos os mesmos erros e aprimorarmos nossos conceitos sobre a vida.
Às divindades ou orixás que atuam a partir de nossa consciência,
nós os chamamos de "Orixás Naturais" porque tanto atuam sobre a
natureza física como sobre a energética, e também sobre a natureza íntima dos seres,
ou seja, sobre suas consciências.
Sim, todos possuem uma natureza íntima que, pouco a pouco, vai individualizando-o
e distinguindo-o entre seus semelhantes. Por isso eu sou quem sou e não sou
outro. Ao me reconhecer estou me individualizando e me diferenciando e me diferenciando
dos meus irmãos, que se são meus semelhantes, no entanto não são iguais a mim;
não tem os mesmos gostos, as mesmas vontades, desejos ou ambições de vida. Eu
aprecio as coisas religiosas. Meu irmão prefere as coisas esportivas e outro
prefere as coisas literárias.
Três seres, três cabeças e três naturezas
"individualizadas" e diferentes entre si, já que vibram anseios
diferentes dentro do mesmo universo onde vivemos e evoluímos.
É neste vasto campo natural que atuam as divindades ou Orixás Naturais:
sobre naturezas individualizadas, mas que estão vivendo lado a lado! Sim,
porque os orixás elementais atuam em naturezas bem definidas e isoladas: uns
atuam no elemento fogo e seus domínios são ígneos, outros atuam sobre o
elemento água e seus domínios são aquáticos.
Já os Orixás Encantados não atuam sobre os elementos fogo ou água,
e sim sobre as naturezas dos seres, mas de uma forma geral, pois os seres ainda
são inconscientes ou não individualizados. Os seres encantados são amparados
pelo que chamamos de "consciência coletiva". Essa consciência
coletiva é sustentada pelo orixá encantado que ampara, se aquático, seres da
água, ou seres ígneos se for um orixá do fogo.
Então temos que um orixá da água sustenta seres já individualizados
energeticamente, mas não mentalmente, pois a consciência do regente, totalmente
identificada com o elemento que o distingue, o torna tão atrativo
magneticamente que os seres que ele ampara sentem-se parte
dele.
Como exemplo podemos recorrer a uma samambaia, que é um fino caule sustentando
muitas folhas. E se, cada uma delas é uma folha, no entanto sem o caule elas
não vivem, e este, sem elas, deixa de ser visto como uma samambaia.
A simbiose mental entre o orixá encantado e os seres
"encantados" é tanta que através de um deles podemos ver o orixá que
o rege, o ampara e o sustenta. E retirá-lo do domínio do orixá é como arrancarmos
um fio de cabelo de nossa cabeça: doerá em nós e o fio morrerá! Ou como na
samambaia: a folha secará e o caule ficará desfigurado, pois um e outra se
confundem na formação da samambaia.
Isso é orixá encantado e seres encantados da natureza, seres individualizados
energeticamente, mas que ainda estão tão intimamente ligados consciencialmente,
que são indissociáveis. E esta ligação é mental, pois os seres vibram o que o
orixá vibra, e este sente todo e qualquer desequilíbrio vibratório em seus
"encantados".
Um ser encantado é capaz de manifestar todas as qualidades do orixá
encantado que o rege, pois ele é como a folha da samambaia: traz em si as
qualidades que a definem como samambaia! Assim, uma encantada de Yemanjá traz
em si as qualidades da Yemanjá encantada que a rege, que a torna em si mesma
uma Yemanjá. E manifesta todas as qualidades de sua regente justamente porque
está intimamente ligada a ela, e é em si mesma uma extensão da sua regente Yemanjá
encantada! Um ser encantado não consegue se ver individualmente, pois sente-se parte
do mental coletivo centralizado no orixá que o rege e o guia em todos os
sentidos.
Este é o estágio encantado da evolução dos seres. Já o estágio seguinte,
nós os chamamos de "estágio natural da evolução" porque é nele que os
seres individualizam-se e vão assumindo conscientemente o controle de suas
naturezas intimas, aprendendo a discernir as características que os tornam
diferentes de seus semelhantes. Então surgem os seres naturais, cada um com um
gosto ou predileção que o individualiza e o afiniza com outros orixás.
Se uma encantada de Yemanjá era regida só pelo elemento água, pois sua
natureza é aquática, uma natural de Yemanjá continua a ser regida pelo elemento
água, mas se ela sente uma predileção pelo elemento ar, então sua natureza
intima a direcionará para esse novo elemento e logo ela será diferenciada e
distinguida como uma "Yemanjá do ar".
E aí, no estágio natural da evolução, encontramos Yemanjás do ar,
da terra, dos minerais, dos cristais, etc.
A individualização permite ao ser uma conscientização contínua e proporciona
a ele um novo campo de atuação, pois se a encantada de Yemanjá só atuava no
elemento água, a natural de Yemanjá tanto atua água quanto no ar, ou na terra
ou nos minerais, etc. E, porque o ser adquiriu uma consciência de que pode
acrescentar outras qualidades às qualidades originais do elemento água, então
se guiará no novo elemento sustentado por dois orixás: um da água (Yemanjá) e
outro do ar (Iansã).
Isto que acabamos de descrever aplica-se a todos os Orixás Naturais
e os seres naturais regidos por eles.
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