No mercado da vida, observamos os talentos da Providência Dïvina
fulgurando na experiência humana, dentro das mais variadas expressões. Talentos
da riqueza material, da intelectualidade brilhante, da beleza física, dos
sonhos juvenis, dos louros mundanos, do brilho social e doméstico, do poder e
da popularidade.
Alinham-se, à maneira de jóias grandes e pequenas, agradáveis e
preciosas, estabelecendo concorrência avançada entre aqueles que as procuram.
Há, porém, um talento de luz acessível a todos. Brilha entre
ricos e pobres, cultos e incultos. Aparece em toda parte. Salienta-se em todos
os ângulos da luta. Destaca-se em todos os climas e sugere engrandecimento em
todos os lugares.
E o talento da oportunidade, sempre valioso e sempre o mesmo, na
corrente viva e incessante das horas.
É o desejo de doar um pensamento mais nobre ao círculo da
maledicência, de fortalecer com um sorriso o ânimo abatido do companheiro
desesperado, de alinhavar uma frase amiga que enterneça os maus a se sentirem
menos duros e que auxilie aos bons a se revelarem sempre melhores, de prestar
um serviço insignificante ao vizinho, plantando o pomar da gratidão e da
amizade, de cultivar algum trato anônimo de solo, onde o arvoredo de amanhâ
fale sem palavras de nossas elevadas intenções.
Acima de todos os dons, permanece o tesouro do tempo.
Com as horas os santos construíram a santidade e os sábios
amealharam a sabedoria.
É com o talento esquecido das horas que edificaremos o nosso
caminho, no rumo da Espiritualidade Superior, na aplicação silenciosa com o
mestre que, atendendo compassivamente às necessidades de todos os aprendizes,
prometeu, com amor, não somente demorar-se conosco até ao fim dos séculos
terrestres, mas também asseverou, com justiça, que receberemos individualmente
na vida, de acordo com as nossas próprias obras.
Pelo Espírito EmmanuelXAVIER, Francisco Cândido. Caridade.
Espíritos Diversos. IDE.
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