Nosso Estudo terá base com as informações
trazidas pelo pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda,
Li-Mahi-An-Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda .
"O Código de Umbanda" – psicografada
por Rubens Saraceni.
PARTE 10/10
A
ATUAÇÃO DOS ORIXÁS
Uma das maiores dificuldades das pessoas é o entendimento da ascendência
dos orixás sobre suas vidas e nós temos insistido nos estágios da evolução que,
se formam um continuum na vida dos seres, no entanto não se processam em uma
mesma dimensão.
Se hoje somos espíritos, ontem éramos seres naturais e não precisávamos
reencarnar para evoluir. E anteontem éramos seres encantados da natureza,
regidos por Orixás Encantados que direcionavam e monitoravam mentalmente nossa
evolução.
Enfim, um ser não é um produto acabado quando é criado por Deus. E
se nos permitem uma comparação, no momento da nossa criação não éramos diferentes
de um óvulo fecundado por um sêmen, pois desta união surge uma vida, um indivíduo
com uma herança genética que controlará sua formação celular, nervosa, óssea,
etc., dotado de um cérebro que lhe facultará um aprendizado contínuo e uma
capacidade de raciocinar já a partir de suas necessidades básicas.
Enquanto estamos protegidos no útero materno, somos o ser que está sendo
gerado no íntimo de Deus. Quando nascemos, o nosso cordão umbilical é cortado e
só sobrevivemos porque temos no leite materno um composto energético que nos
fornece todo alimento de que necessitamos para continuarmos vivos e bem
alimentados.
O leite materno, comparativamente, é a energia elemental que dá sustentação
energética aos seres recém-saídos do estágio original da evolução, que alguns
chamam de estado virginal do espírito, onde ainda somos seres virginais porque
não entramos em contato com nada do que existe fora do útero divino.
Nós, quando vivenciamos nosso estágio elemental da evolução, éramos
totalmente inconscientes, como são todos os recém-nascidos, e não dispensávamos
o amor, carinho e amparo materno, que recebíamos de nossas mães elementais.
Elas nos inundavam com suas irradiações de amor e de fé e formaram nossa
natureza básica ou elemental.
As mães elementais formam uma hierarquia divina venerada, adorada e
respeitadíssima por todos os Orixás Encantados e naturais, que as tem na conta
de mães divinas puras em todos os sentidos, pois são puras nos seus elementos e
no amor que irradiam.
As mães ígneas irradiam energias elementais puras do fogo e vibram
um amor que abrasa quem está em seu campo vibratório e sob suas irradiações.
E o mesmo acontece com as mães aquáticas, eólicas, telúricas, minerais,
vegetais e cristalinas.
Aproximar-se de uma dessas mães é voltar à primeira infância num piscar
de olhos, mesmo para um espírito tão velho quanto eu, Pai Benedito de Aruanda.
Já o segundo estágio de nossa evolução acontece quando o nosso
corpo e natureza elemental já estão formados e aptos a absorverem energias mistas.
Automaticamente somos conduzidos aos jardins de infância dirigidos por
nossas mães bielementais, para absorvermos um segundo elemento e desenvolvermos
nosso emocional ou pólo negativo.
Neste estágio dual ou bielemental da evolução, encontramos as
nossas amadas mães mistas, tão amorosas quanto as primeiras, mas atentas ao nosso
crescimento e ao desenvolvimento de nossas faculdades elementares ou básicas,
também conhecidas como "instintos básicos".
Estas nossas amadas mães são conhecidas como: Yemanjás do ar, da terra,
dos minerais, dos vegetais (isto mesmo) e dos cristais. Só não são Yemanjás do
fogo, pois estes elementos não combinam com água, que é o elemento original
delas. Mas nós as encontramos nas Oxuns do fogo
e também nos outros elementos, mas não temos as mães Oxuns vegetais
no nosso segundo estágio da evolução porque o elemento puro mineral e o vegetal
não se combinam. Elas só surgirão em nossas vidas no nosso quarto estágio da
evolução ou evolução natural, pois aí o mineral, o vegetal, a água, o ar e o
fogo formarão um composto energético já assimilável pelos seres, muito mais
desenvolvidos em todos os sentidos.
E assim, em nosso segundo estágio da evolução fomos amparados e instruídos
por nossas amadas mães mistas ou bielementais, que também são amadas, veneradas
e respeitadíssimas por todos os orixás.
Depois de desenvolvermos nossos instintos básicos e nosso
emocional, somos conduzidos ao nosso terceiro estagio da evolução, também conhecido
como estágio encantado da evolução dos seres. E quem nos acolheu no aconchego
de seus amores maternos foram as nossas amadas e severas mães encantadas.
São severas porque sabem que os seres ainda guiados pelos instintos
são semelhantes aos adolescentes do plano material: são emocionais, instintivos,
curiosos, inquiridores, um tanto cabeças-duras e impetuosos!
Ou encontram nas mães encantadas as mestras rigorosas, ou com toda certeza
acabarão se confundindo e trocando os pés pelas mãos, paralisando suas
evoluções.
As nossas mães encantadas não são menos amorosas que as duas categorias
anteriores, mas exigem uma obediência total, senão nos dão umas "palmadinhas"
para nos recolocar na senda evolutiva.
Elas já são irradiadoras de, no mínimo, três elementos que formam
uma quarta energia, que desperta os sentidos e a sensibilidade nos seres encantados.
São tantas as mães encantadas que é impossível quantificar seu número. E todas
são rigorosas, não importando de qual elemento original elas provenham.
Elas são mães e mestras e tanto nos amam quanto nos instruem. E não
nos liberam para o quarto estágio da evolução enquanto não tiverem plena
certeza de que estamos aptos a vivenciá-lo. E mesmo depois de nos entregar aos
cuidados de nossas mães naturais, continuam a vigiarnos...
e a aplicar corretivos se nos desviamos na nossa conduta pessoal ou
do caminho que devemos trilhar.
De vez em quando, tem algum ser natural sendo chamado à razão por alguma
delas. E até nós, os espíritos reintegrados às hierarquias naturais, às vezes
somos advertidos quanto ao nosso liberalismo humano.
Isto de alguns filhos de Santo dizerem que as mães encantadas são intolerantes
com suas falhas individuais e que os punem com severidade, bem... é verdade!
Com elas não tem a desculpa de que depois se conserta o que
estragou ou depois se repara um erro. Ou conserta e repara no ato ou... é posto
de castigo e ajoelhado em cima de grãos de milho, certo?
Estas mães encantadas são sensíveis aos seus filhos e fazem de tudo
para desenvolver neles os sentidos que os guiarão pelo resto da vida, deixando
de guiarem-se pelos instintos básicos. Muitos encontram certa dificuldade em
deixar de se guiar pelos instintos e acabam sendo recolhidos a faixas
vibratórias especificas, onde esgotarão seus emocionais negativados, pois só
depois disso desenvolverão a percepção e os sentidos se abrirão como canais mentais
direcionadores de suas ações. Só quando desenvolverem plenamente seus sentidos
e a percepção, que é o recurso básico usado por seus filhos, é que as mães
encantadas os encaminham às mães naturais, que os receberão e os sustentarão no
quarto estagio da evolução que chamamos de estágio "natural" da
evolução.
As mães naturais, ao contrário das mães encantadas, são mais liberais,
ainda que mantenham o mesmo rigor e severidade.
Mas elas dão uma certa liberdade de ação aos seus filhos para que eles
possam desenvolver a consciência. Esse despertar da consciência implica assumir
compromissos e sustentar iniciativas guiadas pelos sentidos e pela consciência.
O mesmo acontece conosco, que viemos do terceiro estágio da
evolução, quando também éramos seres encantados guiados pelos sentidos e pela percepção.
Paralelismo vibratório é um recurso maravilhoso de Deus, pois
quando um ser não está evoluindo sob a regência de uma mãe natural, então ela o
encaminha a outra faixa vibratória, onde outro elemento básico predomina. E
nela o ser passará por uma acentuada aceleração ou desaceleração em sua
vibração individual, sempre visando o melhor para ele, que tem de se
conscientizar e assumir "conscientemente" a condução de sua vida,
suas iniciativas e suas preferências pessoais. A quarta faixa vibratória de
todas as dimensões naturais, onde não acontece o ciclo encarnacionista, está,
vibratoriamente, no mesmo nível terra da faixa humana onde os espíritos
encarnados vivem e evoluem.
Nós somos espíritos porque, quando desenvolvemos nosso corpo percepcional
e passamos a nos guiar pelos sentidos, fomos espiritualizados ou revestidos de
um plasma cristalino que protege nosso corpo energético para que suportemos as
irradiações energéticas que penetram na dimensão humana e a inundam dos mais
variados tipos de energias.
Não nos perguntem porque Deus criou a dimensão humana, pois esta resposta
só Ele pode dar. Mas nós raciocinamos e muitas hipóteses já foram aventadas. A
que parece ser a mais lógica é a que indica que o espírito desenvolve, junto
com o despertar da consciência, a criatividade. Se bem que, como aqui na
dimensão humana tudo se desenvolve em dois sentidos, também desenvolvemos a
ilusão.
E, enquanto a criatividade humana nos proporciona recursos
adicionais à nossa evolução, a ilusão nos induz ao emocionalismo, ao retorno
aos instintos básicos, à paralisação dos nossos sentidos e do nosso percepcional,
à inconsciência e a quedas vibratórias acentuadas que nos afastam do convívio
dos espíritos que nos são afins.
Os nossos irmãos naturais desenvolvem a consciência e apuram ainda mais
seus percepcionais, enquanto nós aperfeiçoamos nossa consciência e apuramos
nosso raciocínio, pois a criatividade precisa de uma apuradíssima capacidade de
raciocinar a partir de conceitos abstratos para que cheguemos às definições
corretas que possibilitam a criação "concreta" de novos recursos que
facilitarão nossa evolução.
Esta hipótese se mostra a mais lógica porque nós conhecemos as dimensões
naturais e nelas não existe a criatividade humana, que transforma o meio onde
vivemos, altera os nossos costumes, nossas culturas, nossos ideais... e até
criamos religiões. Nas dimensões naturais não existem os nossos tão abstratos
conceitos religiosos e nossas mirabolantes concepções sobre Deus.
O sentido da Fé vai conduzindo todos ao mesmo tempo, pois as vibrações
dos orixás irradiadores de religiosidade são absorvidas por todos ao mesmo
tempo. E quando um ser natural desenvolve o sentido da Fé até seu limite, assim
como adquire a plena consciência, então se torna um irradiador natural da fé,
semelhante ao seu orixá regente, que o amparou o tempo todo com suas intensas
vibrações despertadoras dos sentimentos de amor, respeito e reverência para com
o Divino Criador, e para com todas as criaturas, os seres e toda a criação divina.
Este processo evolutivo é contínuo e o chamamos de evolução
natural. Porque o ser não tem sua memória adormecida em momento algum, desde que
saiu do útero divino que o gerou. Ele não teve de reencarnar seguidas vezes e
não se esqueceu de nenhuma de suas vivenciações, ocorridas nos três estágios
anteriores da sua evolução.
E, se são semelhantes a nós já que o único diferenciador é o plasma
cristalino que envolve nosso corpo energético, no entanto algo os distingue de
nós, pois aos nossos olhos humanos eles são todos "iguais".
Eles não reencarnam e não são diferenciados pelo corpo carnal, como
acontece conosco, os seres espiritualizados. Sim, porque se nascermos chineses,
nossos espíritos mostrarão os traços característicos desta raça. E se nascermos
negros ou louros, o mesmo acontecerá, ainda que essa membrana plasmática
cristalina possa ser alterada mentalmente por nós, que assumiremos a aparência
que desejarmos se dominarmos esse processo de alteração de nosso corpo plasmático.
Os seres naturais não alteram suas aparências porque lhes falta
este revestimento plasmático, e nem lhes ocorre assumirem outras aparências,
pois consideram isto um recurso típico dos seres espiritualizados, que recorrem
às aparências porque procuram iludirse, já que estão aparentando alguém que não
foram ou são, ou já foram e não são mais.
E as aparências plasmadas não resistem à penetrante visão deles,
que nos vêem através de nossos corpos energéticos, nunca através do nosso corpo
plasmático. A eles falta a criatividade e a ilusão, que são faculdades
tipicamente humanas, já que só se desenvolvem no estagio humano da evolução.
No aspecto religioso, eles nominam Deus de Divino Criador e Senhor
da Luz da Vida, e quando O invocam, fazem-no através de cantos mantrânicos,
nunca num diálogo coloquial como nós fazemos.
Nós chamamos aos orixás por seus nomes humanos, tais como Ogum, Oxossi,
Xangô, Yemanjá, etc. Mas eles só se dirigem a eles através de seus nomes
mantrânicos ou divinos, que é a mesma coisa. Estes nomes são formados por
sílabas e cada uma possui seu tom e sua fonética particular, formando um canto
ou mantra.
Eles não procedem como nós, que a todo instante exclamamos:
"Valei-me Deus!", "Ajude-me, meu Pai Ogum!", etc.
Muito antes de o código hebreu proibir o chamamento em vão do nome
de Deus, os nossos irmãos naturais já tinham isto como regra de conduta.
E a aplicam aos sagrados orixás, aos quais podem ver o tempo todo, estejam
próximos ou distantes deles, bastando-lhes fixar suas visões no orixá que
desejam focalizar visualmente. Logo, não existe uma separação visual entre os
nossos irmãos naturais e os seus regentes divinos, mesmo que estejam em outra
dimensão.
Já o mesmo não ocorre conosco, os espíritos, pois a encarnação bloqueia
nossa visão superior e o adormecimento de nossa memória nos impede de nos
lembrarmos das divindades naturais e de como focalizálas visualmente e
mentalizá-las vibratoriamente.
Por isto a realidade religiosa dos seres naturais é superior à
nossa e dispensa as nossas concepções abstratas acerca de Deus, das divindades
e de como atuam em nossas vidas.
Conosco, a religiosidade tem de ser estimulada verbalmente, senão nosso
sentido da fé vai se atrofiando. Já com eles, que absorvem as irradiações
contínuas dos orixás irradiadores da fé e da religiosidade, isto não acontece
em momento algum.
Mas têm um problema comum conosco: às vezes caem vibratoriamente quando
se entregam à vivenciação de seus desejos, de seus instintos e de seus
desequilíbrios emocionais. E não são pequenas essas quedas vibratórias. Quando
caem vibratoriamente, afastam-se naturalmente do regente do nível onde se
encontram e vão "descendo" a outros níveis, numa queda contínua que
só termina quando chegam ao pólo magnético negativo da irradiação que os está
sustentando. Se um natural de Ogum começa a cair vibratoriamente por causa de uma
das razões que citamos acima, dificilmente deixa de cair até o pólo magnético
negativo da linha de forças irradiantes do mistério da Lei Divina.
E se, quando vivia sob a irradiação do pólo magnético positivo era irradiante
e irradiador de vibrações ordenadoras e sustentadoras da ordem, no pólo
magnético negativo torna-se absorvedor de energias negativas e assume uma única
cor, comum a todos os que estão sob a irradiação de um pólo magnético negativo.
Quando isto acontece, nós chamamos estes seres de seres negativados, pois são
intolerantes, irascíveis, violentos, perigosos, ensimesmados e refratários a
qualquer contato. Eles se isolam em si mesmos e se autopunem por terem falhado
em alguns dos setes sentidos básicos. Sentem-se indignos dos regentes irradiantes
e fogem deles assim que percebem suas aproximações.
Muitos adentram nos níveis vibratórios afins da dimensão humana, no
intuito de ocultarem-se da visão e da luz dos orixás.
Mas, por serem portadores de uma inocência natural, são presas
fáceis dos "poderosos" espíritos caídos nas trevas humanas, que
possuem seus sombrios domínios abarrotados de espíritos caídos, também por vivenciarem
seus desejos, por desequilíbrios emocionais e por seus instintos básicos.
Estes poderosos espíritos caídos, os temidos "grandes das
Trevas", recorrem aos seus poderes mentais e suas faculdades ilusionistas
e praticamente escravizam estes seres naturais, hipnotizando-os e livrando-os
de suas culpas consciências, adormecendo no intimo deles os sentimentos de
vergonha e o desejo de se autoflagelarem.
Os grandes das Trevas acercam-se desses naturais caídos porque
estes são leais, fieis obedientes e submissos ao extremo. Além de serem irradiadores
de energias negativas muito perigosas para os espíritos humanos, que somos nós.
Os grandes magos negros das trevas humanas os usam assiduamente
para perseguirem seus desafetos encarnados ou retidos nos sombrios níveis vibratórios
das faixas negativas da dimensão espiritual humana.
Na inocência natural deles está sua fraqueza, pois são iludidos com
facilidade e lhes falta o recurso da criatividade humana para pensarem numa
saída racional para o problema que criaram para si mesmos.
Os magos das trevas os induzem a crerem que os orixás luminosos não
gostam mais deles e que os querem longe de seus domínios naturais, despertando
neles uma ojeriza à luz e a todos que vivam nas faixas vibratórias luminosas.
O fato é que, quando alguém, seja um ser natural ou um espírito humano,
é portador natural de um mistério, os seres elementares, os encantados e os
naturais vêem o grau e o mistério no seu portador e o tratam com respeito e
reverência e aproxima-se dele para absorverem as suas irradiações naturais, que
contêm as vibrações divinas do mistério que se manifesta através dele e flui
junto com suas irradiações.
Se assim procedem é porque, passando a absorver as irradiações do mistério,
chegará um tempo em que também eles se tornarão irradiadores do mistério que os
irradiou e sustentou.
Se existem mistérios humanos?
- Sim, existem os mistérios humanos, irmãos amados!
Nossa criatividade é um deles e tem nos ajudado a superar
obstáculos gigantescos em nossa evolução segmentada, pois ora estamos vivendo
no plano material, ora no plano espiritual. Um outro mistério humano é a
faculdade de desenvolvermos mais de um mistério natural em nós mesmos. Sim, os
seres naturais e os encantados só irradiam a partir de si mesmos um mistério,
seja ele de natureza positiva ou negativa.
Mas nós, espíritos humanos, podemos irradiar quantos desejarmos e formos
capazes de desenvolver em nosso íntimo, até um ponto em que passamos a
irradiá-los naturalmente, desde que nos coloquemos em sintonia vibratória com
as divindades irradiadoras deles.
Querem um exemplo simples acerca do que estamos comentando? Ei-lo: Um
médium de Umbanda "lida" com vários orixás ao mesmo tempo durante seus
trabalhos magísticos. Num instante ele ativa o mistério de um para, no instante
seguinte, ativar o de outro, já afim com sua nova necessidade. Durante o
decorrer de uma engira, vários orixás são invocados e os médiuns vão
assimilando suas irradiações, tornando-se irradiadores das energias deles.
E se invocam Exu, no mesmo instante Exu se manifesta e os médiuns passam
a irradiar suas energias. Essa capacidade humana de lidar com mistérios
distintos e ao mesmo tempo só nós, os seres espiritualizados, possuímos, já que
os seres encantados ou naturais de Ogum, por exemplo, só irradiam qualidades de
Ogum, e o tempo todo.
Um encantado ou natural de Oxóssi só irradia qualidades de Oxóssi,
o tempo todo. Uma encantada ou natural de Yemanjá só irradia qualidades de
Yemanjá, o tempo todo. Uma encantada ou natural de Oxum só irradia qualidades
de Oxum, o tempo todo.
Por qualidades entendam mistérios e energias!
Já nós, os espíritos humanos, bem, ora estamos irradiando Ogum, ou Oxóssi
ou Xangô, ora estamos irradiando Yemanjá, Oxum, Iansã, etc.
Por que esta diferente capacitação? O que é que nos faculta irradiarmos
ora um e ora outro orixá? O que é que nos diferencia de nossos irmãos
encantados ou naturais, que só conseguem irradiar um orixá apenas?
Bom, esta diferenciação acontece porque um encantado ou natural de Ogum
é o que é: Um Ogum individualizado em si mesmo mas regido o tempo todo pelo
mistério Ogum, do qual não consegue se afastar, desligar ou deixar de irradiar
o tempo todo.
Um ser natural Ogum é um Ogum em si mesmo e irradia Ogum o tempo todo,
nunca se dissociando de seu regente divino. E o mesmo acontece com todos os
seres elementais, encantados e naturais regidos pelos outros orixás.
Já o mesmo não acontece com um espírito ou ser humano, pois o
simples fato de viver e evoluir na dimensão humana já lhe faculta a possibilidade
única de desenvolver a bipolaridade magnética,
vibratória e irradiadora ou absorvedora de mistérios.
Um espírito humano tem uma direita e uma esquerda, um alto e um embaixo,
aos quais manipula segundo suas afinidades ou necessidades.
Um espírito pode ter no alto o orixá Oxalá, no embaixo o orixá
Omulú, na direita a orixá Yemanjá e na esquerda a orixá Iansã, e pode absorver
as irradiações dos quatro, que não deixará de ser o que é: um espírito humano!
Já um nosso irmão encantado ou natural, bom, ele só absorve as irradiações
de um desses quatro orixás ou entra em desequilíbrio magnético, vibratório e
energético e fica confuso e desequilibrado emocionalmente. E cai! Istoé um dos
muitos mistérios humanos, filhos de Fé nos orixás!
O estágio humano da evolução não é superior a nenhum outro. Mas que
possui seus mistérios, isto ele possui! E quando um espírito humano desenvolve-se
consciencialmente e adquire controle sobre seu emocional, logo é atraído pelas
hierarquias naturais regidas pelos orixás que o assentam à direita ou à
esquerda e o tornam irradiador de suas energias e mistérios.
Eu mesmo, Benedito de Aruanda, acho que já me assentei à direita ou
à esquerda de todos os senhores(as) Orixás Intermediários naturais e junto de
muitos dos senhores(as) Orixás Intermediários encantados, assim como já fui
assentado à direita de alguns(as) Orixás Elementais.
A todos sirvo com fé, amor e profundo respeito, pois entendi que
eles formam a imutável e inquebrável hierarquia divina do Divino Olorum, que é
o nosso Divino Criador.
Este servir é irradiar individualmente, e segundo minha limitada capacidade,
alguns dos mistérios que eles irradiam a todos, o tempo todo e de forma
multidimensional, pois cada um possui uma irradiação vertical e outra
horizontal, formando a quadratura do círculo onde estão assentados, pois são
"Tronos Divinos".
Eu, se vos falo dos senhores orixás com tanta naturalidade e conhecimento,
é porque dentro dos meus limites humanos e deles recebi a orientação de
ensina-los aos seus filhos que foram espiritualizados, mas continuam a ser o
que nunca deixarão de ser: filhos de orixás.
Sim, todos são filhos de orixás, mas só os que desenvolvem os mistérios
humanos (os seres espiritualizados) conseguem faze-lo sem grandes dificuldades.
Se bem que "alguns" acabam estacionando por muito tempo nas zonas
sombrias da dimensão espiritual humana.
Mas isto também acontece nas dimensões naturais regidas pelos
orixás, ainda que não chamem o lado escuro delas de inferno ou umbral, pois lá
o nome destas zonas sóbrias é este: pólos negativos!
Sim, os orixás regentes dos pólos negativos sustentam os seres encantados
ou naturais que, por alguma razão, falharam em suas evoluções e tiveram de ser
afastados do convívio com os que evoluíam equilibradamente. Eles estacionam nos
níveis vibratórios negativos até que possam retomar, já equilibrados, suas
evoluções naturais, pois eles não reencarnam e não tem suas memórias
adormecidas, como acontece conosco sempre que reencarnamos para superar
obstáculos que nos desequilibraram intensamente. Eles não saem da irradiação do
seu regente natural. Assim, um encantado de Ogum, se vier a se desequilibrar
durante seu estágio encantado da evolução, não sairá da dimensão regida pelo
Orixá Ogum. Apenas será atraído pelo pólo magnético negativo que nela existe e,
amparado por um orixá Ogum cósmico, mas de nível intermediário, nele
estacionará até que tenha superado o desequilíbrio que o negativou
magneticamente. É um processo seguro, mas lento, de reequilibrá-lo
emocionalmente.
Já o mesmo não acontece nas zonas sombrias da dimensão humana.
Nelas sempre tem um "espertinho" para recepcionar os espíritos
negativados que sempre está pronto e disposto a aproveitar-se deles que, se já estão
desequilibrados, muito pior ficarão após suas quedas vertiginosas.
As zonas sombrias humanas são como as prisões do plano material: alguém
atropela alguém com seu veículo. Se for condenado à prisão, vai conviver com
assaltantes, estupradores, assassinos frios e calculistas. Quando sair da
prisão, terá feito um estagio completo no mundo da criminalidade, e com certeza
recorrerá aos seus novos "conhecimentos" assim que se ver em
dificuldades.
Já o mesmo não acontece nas dimensões naturais. Nelas não se misturam,
de forma alguma, seres com desequilíbrios diferentes. Quem se desequilibrou num
sentido não entra em contato com quem se desequilibrou em outro.
Se um encantado viciou-se nas coisas do sexo, ele irá a um pólo magnético
que só atrai encantados desequilibrados por vícios sexuais.
Se um encantado tornou-se violento e gosta de agredir outros encantados,
imediatamente é atraído para um pólo magnético que só atrai encantados
violentos e agressivos... que o agredirão. A frase: "Os semelhantes se
atraem!" se aplica com toda propriedade às dimensões naturais e
parcialmente à dimensão humana, já que aqui outros fatores ponderáveis
influenciam as atrações.
Aqui, um assassino frio sente-se atraído sexualmente por uma mulher
virtuosa, principalmente se ela for bonita, e não se incomoda de matar por ela,
ou até de matá-la, se não for correspondido ou se ela não se submeter aos seus
desejos imundos. Já nas dimensões naturais, se algum encantado desequilibrou-se
e tornou-se violento, ele não sentirá atração sexual por ninguém, mesmo pela
mais bela e atraente das encantadas.
O desequilíbrio não se generaliza ou alcança outros sentidos e,
muito ao contrário, até os anula, pois o ser passa a viver intensamente o seu
desequilíbrio e fecha-se em si mesmo, não suportando o contato com outros
encantados.
É quase que um "autismo", onde cada um vive seu mundo
pessoal e só sai dele em casos extremos ou após esgotar seu negativismo energético
e as causas do desequilíbrio emocional que o tornou magneticamente atrativo
pelos pólos negativos da dimensão onde vive e evolui.
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