Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)
9 – CULPA
- Inúmeras crenças religiosas têm
sido nocivas ao desenvolvimento das criaturas, pois usam frequentemente a culpa
como forma de atemorizar
- As religiões foram criadas para
retirar as criaturas da convenção e transportá-las à espiritualização, mas, na
atualidade, algumas religiões se transformaram nas próprias convenções sociais
- A culpa é frequentemente difundida
por religiosos ortodoxos de forma consciente e até mesmo inconsciente, como
meio de, produzindo temor nos fiéis, estabelecer dependência religiosa e
determinar comportamentos e posturas de vida que acreditam ser corretas e
convenientes às suas “nobres causas missionárias”
- Na realidade, criaturas imaturas
se consideram profundamente culpáveis, porque valorizam em excesso o que os
outros dizem e pensem
- Quanto mais impedirmos as pessoas
com as quais convivemos de agir e de pensar por si mesmas, mais estaremos
dificultando suas oportunidades de amadurecimento e de crescimento espiritual
- Problemas são estímulos que a vida
nos apresenta para nos autoconhecer. Alguns de nós aprendemos que deveríamos
ser responsáveis pela felicidade dos outros, usando uma postura de “tomar
conta”, ou seja, de supervisionar, comandar, insistir, seduzir, chorar, acusar,
subornar, espionar, produzindo culpa em nós e nos outros e pedindo intervenções
milagrosas, a fim de redimirmos e salvarmos as almas de nossos entes mais
queridos
- Muitos indivíduos passaram a viver
para controlar e proteger pais, irmãos, outros parentes, amigos e conhecidos à
sua volta, preocupando-se, neurótica e compulsoriamente, em solucionar as
dificuldades ou equacionar a vida dessas pessoas, desenvolvendo, ao longo do
tempo relacionamentos doentios, nunca se preocupando com o que eles próprios
sentem ou desejam, mas somente se interessando por aquilo que os outros
sentindo e pensando
- Por acreditarmos que as pessoas
são vítimas do mundo e incapazes de cuidar de si mesmas, assumimos essa atitude
salvacionista. Podemos traduzi-la como uma maneira de agir subestimando a
capacidade dos indivíduos de crescer e evoluir
- A Providência Divina nos convoca a
ser participante na vida dos outros, jamais controladores. O auxílio real entre
as criaturas está alicerçado nas trocas benéficas a que todos nós somos
convocados a realizar, mas devemos aprender quando não dar e quando não
executar tarefas da responsabilidade de outras pessoas, pois isso também faz
parte da “Lei do Amor”
- A sexualidade é a área em que a
culpa mais floresce na sociedade. Confundimos constantemente a nossa habilidade
para o sexo com a nossa capacidade sexual
- As crianças formaram hábitos,
conceitos e ideias sobre o sexo, absorvidos no dia-a-dia da vida familiar nos
mais diversos exemplos que recolheram dos atos e crenças dos adultos. Noções,
crendices, preconceitos e concepções já existem nas crianças, pois são frutos
de suas existências pretéritas. Além disso, somam-se à sua bagagem espiritual
as ocorrências e aprendizagem da vida atual
- Não podemos nos esquecer de que o
“grau de responsabilidade” deve ser sempre coerente com a estrada evolucional
por onde transitam as almas. Portanto, os indivíduos responderão adequadamente
por seus atos e atitudes e serão responsáveis somente por aquilo que conhecem,
não pelo que ignoram
- Devemos, assim, viver em paz com
nossa experiência sexual atual, valorizando nosso aprendizado e, em tempo
algum, culpar-nos ou atribuir culpa a alguém
- Efetivamente, existem tantos
níveis de entendimento e amadurecimento sexuais quanto indivíduos que os
possuem
- Não podemos determinar exatamente
a extensão das dificuldades e das carências de conhecimento e discernimento de
uma criatura em seu desenvolvimento afetivo, mesmo porque estamos na Terra a
fim de aprender e é através de nossos acertos e desacertos que ficaremos
sabendo como agir corretamente nas experiências subsequentes
- Podemos julgar a promiscuidade
sexual, moralmente errada, mas não podemos julgar o indivíduo promíscuo, por
desconhecer sua necessidade evolutiva e seu “coeficiente de maturidade”
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