Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)
11- EGOÍSMO
- A vaidade é um
desejo superlativo de chamar a atenção, ou a presunção de ser aplaudido e
reverenciado perante os outros. É a ostentação dos que procuram elogios, ou a
ilusão dos que querem ter êxito diante do mundo e não dentro de si mesmo
- Filhos de pais
orgulhosos podem tornar-se crianças exibicionistas, carregando uma grave
dependência psíquica de destaque, comportando-se para ser socialmente aceitas e
para aparentar-se pessoas brilhantes. Outra causa do desenvolvimento da vaidade
nas criaturas é a importância desmedida que dão às posses e propriedades. A
riqueza amoedada é conceituada como um dos instrumentos com o qual podemos
manipular as pessoas e nos tornar um ponto de atração
- As uniões
matrimoniais acontecem, quase sempre, por interesse pessoal, sem levarem-se em
conta os reais sentimentos da alma
- Há profissões
tradicionalmente ambicionadas, como medicina, engenharia e outras tantas de
mais recente valorização nos dias atuais, que os pais almejam para os filhos,
tentando assim solucionar suas próprias frustrações e evidenciar sua própria
pessoa com o “brilho profissional” de seus familiares, quando na realidade,o
que cultivam é o “prazer da notoriedade”
- O egoísmo é
difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de
que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pode libertar-se e para
cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua
educação. O egoísmo assenta na importância da personalidade
- A vaidade é filha
legítima do egoísmo, pois o vaidoso é um “cego” que somente sabe ver a si
próprio. Essa importância ao “sentimento de personalidade”, nada mais é do que
a vaidade
- Além da educação
familiar, os jornais, as revistas, os telejornais, ou seja, a mídia criam todo
um “mercado de personalidades” prósperas, mostrando suas fotos super produzidas
e seu modo de vida na opulência. Novelas e filmes exibem os padrões a serem
atingidos
- As criaturas, que
receberam uma educação voltada para esses valores superficiais, tentam se
comparar e competir com os modelos da televisão ou com as estrelas e astros do
cinema, gastando tempo e energia, porque se esquecem de que são incomparáveis
- A criatura sovina
isola-se em si mesma. A mesquinhez pode manifestar-se ou não com a acumulação
de posses materiais, como também pode aparecer como um “refreamento de
sentimentos” ou um “autodistanciamento do mundo”.
- Como a matriz
interior se fundamenta numa necessidade reprimida da pessoa que não consegue se
relacionar com outras, nem mesmo delas se aproximar para permuta de
experiências e afetividade, ela se sente solitária e, assim, compensa-se,
acumulando bens
- Ela cria uma
atmosfera de autonomia por possuir valiosos objetos exteriores destinados a
suprir a sensação de vulnerabilidade que sente ao lidar com as pessoas
- A indiferença e a
frieza emocional, a apatia e o apego patológico, bem como o distanciamento das
privações dos outros, são características marcantes das criaturas que alimentam
uma paixão egoística pelos bens materiais. São conhecidas como sovinas,
mesquinhas ou usurárias.
- A avareza é o
produto de uma necessidade que se encontra na intimidade da psique humana. Ela
tenta enfeitar ou distrair o conflito com a busca de bens perecíveis, mas nunca
consegue suprir a sensação de carência íntima
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