Estudo – Parte 3/5
Obra:
VIDA E SEXO
Emmanuel, FEB, 1971, 2a edição
Amor livre
126. Ensina “O Livro
dos Espíritos”, item 701: “A
poligamia é lei humana cuja abolição marca
um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar
na afeição dos seres que se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas
sensualidade”. (PÁG. 81)
127. Relações sexuais
envolvem responsabilidade. Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro
para a conjunção afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente
pensar em si mesmo. (PÁG. 81)
128. Com referência
ao assunto, não falamos exclusivamente da ligação com base no matrimônio
legalmente constituído. Se os parceiros da união sexual possuem deveres a
observar entre si, à face de preceitos humanos, no plano das chamadas ligações
extralegais acham-se igualmente submetidos aos princípios das Leis Divinas que
regem a Natureza. (PÁG. 82)
129. Cada Espírito detém
consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum menoscabará o
“lugar sagrado” de outrem, sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade
às relações sexuais irresponsáveis seria tratar “consciências” qual se fossem “coisas”.
Ora, se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que se
dirá do acatamento devido à consciência de cada um? (PÁG. 82)
130. É óbvio que
ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão às criaturas
claramente abandonadas ou espezinhadas pelos próprios companheiros ou
companheiras a que se entregaram confiantes; isso, no entanto, não autoriza
ninguém a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que
resultariam unicamente em licença ou devassidão. (PÁG. 82)
131. Instituído o
ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o
impositivo do respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados.
Desfeitos esses votos, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que
a empreendeu, com o aceite compulsório das consequências que advenham de
semelhante resolução, porque toda sementeira se acompanha de colheita, conforme
a espécie. O autor ou autora da defecção havida é considerado, ante as leis de
Deus, violador de almas e assume com suas vítimas a obrigação de restaurá-las,
até o ponto em que as injuriou ou prejudicou. (PÁG. 83)
132. Que a tentação
de retorno à poligamia possa ocorrer com qualquer pessoa, na Terra, é mais que
natural. Em numerosas circunstâncias, o pretérito pode estar vivo nos
mecanismos mais profundos de nossas inclinações. Entretanto, os deveres
assumidos, no campo do amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de
quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração e não
se danificam os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na própria
vida. (PÁGS. 83 e 84)
133. No capítulo do
sexo, urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever em sua mais
alta expressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado “hoje”. E se o “hoje” jaz viçado de complicações e
problemas, a repontarem do “ontem”, depende de nós a harmonia ou o
desequilíbrio do “amanhã”. (PÁG. 84)
Controle sexual
134. Kardec,
reportando-se às causas das aflições da vida, diz que umas têm sua origem em
vidas passadas, outras na presente existência. Se o homem remontasse, passo a
passo, à origem dos males que o torturam, as mais das vezes ele diria: “Se eu
houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição”,
assinala o Codificador da Doutrina Espírita, em lição constante de “O Evangelho
segundo o Espiritismo”, cap. V, item 4. (PÁG. 85)
135. Existe o mundo
sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis e
existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento
das obrigações próprias, à frente da vida. O primeiro se constitui de homens e
mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da
convivência com os brutos. O segundo é integrado pelas consciências que a
verdade já iluminou, estudantes das leis do destino à luz da imortalidade.
(PÁGS. 85 e 86)
136. Enquanto o
primeiro grupo se mantém ligado à poligamia, o segundo já se levantou para a
visão panorâmica dos deveres que nos competem, e procura elevar os próprios
impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção. (PÁG. 86)
137. A ligação sexual
entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranquilidade e o
equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência “a
dois”. Urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em
matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos não venha a romper a
segurança do outro. (PÁGS. 86 e 87)
138. Não se trata
aqui do chamado “vínculo indissolúvel”, criado por leis humanas, de vez que, em
toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesados pelo comportamento
do outro e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito
natural de se vincularem à outra ligação, procurando companhia ao nível de sua
confiança e respeitabilidade. (PÁG. 87)
139. Os participantes
da comunhão afetiva, conscientes dos seus deveres, precisam examinar até que
ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que
desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade. (PÁG. 87)
140. É justo ponderar
quanto a isso, porque, em muitas ocorrências dessa espécie, não é somente
aquele ou aquela que se revelam desleais aos próprios compromissos o culpado
único da ruptura da ligação afetiva, mas igualmente o companheiro ou a
companheira que por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos
abraçados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a insegurança, no
campo do afeto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis. (PÁGS.
87 e 88)
Homossexualidade
141. Quando errante,
pouco importa ao Espírito encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher. “O
que o guia na escolha são as provas por que haja de passar”, afirmam os
imortais em “O Livro dos Espíritos”, item 202. (PÁG. 89)
142. A
homossexualidade, hoje chamada também transexualidade, definindo-se, no
conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão
afetiva com outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental
nos estudos psicológicos de base materialista, mas é perfeitamente
compreensível à luz da reencarnação. (PÁG. 89)
143. Embora a
sociedade terrena seja constituída, em sua maioria, por criaturas
heterossexuais, o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas
comunidades de irmãos em experiências dessa espécie, somando milhões de homens
e mulheres solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à
atenção devidos aos heterossexuais. (PÁGS. 89 e 90)
144. A vida
espiritual pura e simples rege-se por afinidades eletivas essenciais; contudo,
através de milênios e milênios, o Espírito passa por fieira imensa de reencarnações,
ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que
sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase
todas as criaturas. (PÁG. 90)
145. O homem e a
mulher serão, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou
acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta. À face disso,
a individualidade em trânsito da experiência feminina para a masculina, ao
envergar o corpo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em
que terá estagiado por muitos séculos, em que pese o corpo de formação
masculina que a segregue, verificando-se o mesmo com referência à mulher em
igual situação. (PÁG. 91)
146. O Espírito, ao
renascer entre os homens, pode, obviamente, tomar um corpo feminino ou
masculino, atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado
setor de ação, ou ao cumprimento de obrigações regenerativas. (PÁG. 91)
147. O homem que
abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com
a destruição de uniões construtivas e lares diversos, é em muitos casos
induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo
morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os
próprios sentimentos, ocorrendo o mesmo com a mulher que tenha agido de igual
modo. (PÁG. 91)
148. Em muitos casos,
Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na
elevação de agrupamentos humanos e na elevação de si próprios, rogam dos
Instrutores espirituais que os assistem a própria internação no campo físico,
em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente
se definem. (PÁGS. 91 e 92)
149. Observadas as
tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou
de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto
se administra instrução à maioria heterossexual, sabendo-se que todos os
assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da
consciência de cada um. (PÁG. 92)
Nenhum comentário:
Postar um comentário