Nos
dias atuais as palavras terrorismo e terrorista ganharam espaço nas mídias do
mundo inteiro.
Mas,
afinal de contas, o que significam realmente esses termos?
Pois
bem: terrorismo, segundo os dicionários, é um ?ato de violência contra um
indivíduo ou uma comunidade?.
E
terrorista é aquele que infunde terror. Que espalha boatos assustadores ou
prediz acontecimentos amargos.
Assim
sendo, será que o terrorismo está distante de nós, ou, se bem analisado,
poderíamos dizer que faz parte do nosso dia-a-dia mais do que imaginamos?
Será
que poderíamos dizer que muitos de nós, de uma forma ou de outra, espalhamos o
terror?
Terror
quer dizer grave perturbação trazida por perigo imediato, real ou não; medo,
pavor. Ameaça.
Dessa
forma, quando analisamos nossas atitudes diárias vamos encontrar, em muitas
ocasiões, verdadeiros atos terroristas.
Quando,
por exemplo, um pai diz a uma filha: ?se casar com aquele rapaz, mando-a embora
de casa!?, esse pai está fazendo uma ameaça que infunde pavor e, portanto, está
fazendo terrorismo.
Quando
um esposo ou namorado impõe a sua companheira grávida: ?ou você faz o aborto ou
abandono você!?, está praticando terrorismo e induzindo ao homicídio de um ser
indefeso.
Quando
uma mãe diz ao filho pequeno que se ele não obedecer irá embora de casa e o
deixará à própria sorte, está cometendo um ato terrorista dos mais sérios,
impondo medo e pavor a uma criança que confia em seus pais.
Filhos
que sabem da preocupação dos genitores e os aterrorizam com ameaças de suicídio
ou de fugas que nunca se efetivam, mas infelicitam e apavoram, são terroristas
domésticos agindo soltos.
Imposições
e ameaças de chefes, baseadas em carências de funcionários que dependem do
emprego para sobreviver, são atos terroristas que infelicitam e matam a
esperança.
Religiosos
que ameaçam seus fiéis com castigos e penas eternas, inventando um Deus temível
e vingativo, espalhando pânico e terror nos corações incautos, são terroristas
da fé, que agem livremente.
Por
tudo isso vale a pena meditar sobre esses outros terrorismos que passam
despercebidos a muitos olhares.
São
tantos os terrores domésticos que infelicitam os seres, portas adentro dos
lares, onde deveriam reinar o amor e a fraternidade.
Assim
sendo, não imaginemos que o terrorismo está no seio deste ou daquele povo,
desta ou daquela raça, pois ele está na alma humana, independente de
nacionalidade ou religião.
Não
imaginemos que o terrorismo está presente nos povos menos civilizados. Ele se
encontra em cada coração capaz de promover o terror, seja em que nível for.
O
preconceito de toda ordem, também é uma forma de terror, e vamos encontra-lo em
todas as esferas sociais.
Nestes
dias, em que os olhares do mundo inteiro se voltam contra o terrorismo, vale
meditar sobre nossos terrorismos particulares que tantas desgraças têm
promovido.
E
vale também lembrar que as grandes guerras e os grandes atentados terroristas
são alimentados por guerras e terrorismos menores aos quais não damos
importância.
Pensemos
nisso e comecemos, de vez por todas, uma ação efetiva pela paz.
Iniciemos
por baixar as armas internas da agressividade, da calúnia, da indiferença, da
infidelidade, da violência, enfim.
Optemos
por construir um mundo de paz, pacificando os nossos lares, nosso ambiente de
trabalho, nossa própria alma.
Agindo
dessa maneira, podemos ter a certeza de que teremos um mundo em paz, mesmo que
seja apenas o nosso próprio mundo, que, em última análise, seria o início de
tudo.
Redação
do Momento Espírita. Texto inspirado em palestra proferida por Raul Teixeira no
dia 12/10/01 na cidade de Ponta Grossa - PR.
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