sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Fundamentos de Umbanda

Quais são afinal os fundamentos da Umbanda?



O fundamento de uma religião é sua base, seu alicerce, a razão fundamental de sua doutrina e ritual.

Na Umbanda ouvimos falar muito nesta palavra “fundamento”, em contextos como: “tal coisa tem ou não fundamento”, “isto é um fundamento da religião”. A palavra é usada e manipulada a revelia e, neste contexto, se perde o significado de fundamento e confunde-se o fundamento do todo (coletivo) com fundamentos das partes (individuais).
Para definir quais são os fundamentos da religião de Umbanda é preciso antes definir o que é Umbanda e, neste ponto, já encontramos uma dificuldade enorme para a maioria das pessoas que crêem na definição detalhada de doutrina e ritual. No entanto, devemos definir quais são as linhas mestras da Umbanda, o simples e básico, para depois, então, identificar seus FUNDAMENTOS BÁSICOS. Sabemos que a Umbanda possui unidade e diversidade. Na unidade está o básico que faz identificar, ou não, Umbanda; e na diversidade está a liberdade ritual e doutrinária de cada grupo, “umbandas”.
Na unidade está o todo e na diversidade estão as partes. O todo é algo comum a todas as partes.
Logo, fundamentos básicos são aqueles que estão presentes em todas as suas partes, no todo.

Quando falamos de UMBANDA (singular e uma), estamos falando do todo; quando falamos em umbandas (múltipla e plural), estamos falando das partes. As partes também têm fundamentos. Em relação ao todo, estes fundamentos são parciais, fundamentos desta ou daquela parte, desta ou daquela umbanda.
Aí surgem fundamentos da Umbanda Branca, Tradicional, Esotérica, Popular, Mista, Trançada, Africanista, Omolocô, Iniciática e etc. Fundamento da parte não é fundamento do todo, logo fundamento de Umbanda é algo que deve ou pode ser aplicado ao Todo, em todas as partes e liturgias da religião.
Só não podemos falar em “Verdadeira Umbanda”, ou “Umbanda Pura”. Afirmar que algo seja “o verdadeiro” é uma forma de desclassificar o resto e rotular de falso. Também não podemos falar em pureza dentro de uma religião que nasce com sincretismos. Aliás, não existe pureza em nenhuma religião, todas nascem de cultos e ritos que lhes antecederam.
O básico do básico na Umbanda é reconhecer que se trata de uma religião brasileira fundada no dia 15 de Novembro de 1908 por Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Podemos identificar nas palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas os fundamentos mais básicos de Umbanda:
“Umbanda é a manifestação do espírito para a pratica da caridade.”
“Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos, a ninguém virar as costas.”
Parece pouco, mas já é muito. Atendimento caritativo é a base doutrinária da religião, sem nenhuma forma de preconceito com relação às entidades que se manifestam. Quem lançou a pedra fundamental da religião foi um espírito que teve muitas encarnações e, entre elas, foi o Frei Gabriel de Malagrida, que fez a opção de se apresentar como “Caboclo”. Seguido a esta manifestação se apresentou o preto-velho Pai Antônio e ambos chamaram falanges de caboclos e pretos-velhos para trabalhar na Umbanda. Logo, “caboclo” e “preto-velho” são formas de se apresentar escolhidas pelos espíritos que militam na Umbanda. Mais um de seus fundamentos básicos: as entidades se organizam no astral em linhas e falanges identificadas pela forma de apresentação, a qual guarda relação com os Santos, Orixás e forças da natureza.
Quanto ao ritual é bem simples e musicado, na maioria das vezes segue uma sequência que pode variar um pouco, mas que em geral fica nesta ordem: oração, saudação à esquerda, bater cabeça, abrir cortina (quando tiver), defumação, hino da umbanda, abrir a gira, saudação às sete linhas, saudação aos orixás e guias chefes da casa, chamada de orixás ou guias que darão sustentação ao trabalho e chamada da linha de entidades que dará atendimento (passe e consulta); ao final dos atendimentos a subida das entidades, podendo, ou não, ter descarrego dos médiuns com esta ou outra linha que venha para tal atividade.
Na próxima edição vou comentar sobre a relação entre fundamentos de umbanda e questões polêmicas, como sacrifício animal, cobrança de atendimentos, procedimentos afros e outros.
Umbanda não tem verdades inquestionáveis (dogmas) e nem assuntos proibidos ou interditados (tabus).
No entanto para falar de fundamentos é essencial ter conhecimento de causa, conhecer profundamente o assunto e, no caso da Umbanda, conhecer sua história, doutrina, teologia, liturgia, ritualística…
Caso contrário, como diria meu amigo, irmão e mestre, Rubens Saraceni: “tudo permanece no campo de uma ciência chamada ‘achologia’, um campo de incertezas e divagações”.

Alexandre Cumino

Dogmas, Crenças e Fundamentos

Dogma é o ponto fundamental de uma doutrina religiosa. A Umbanda também possui seus dogmas,crenças e fundamentos.



- Acreditamos em Deus eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, onisciente e onipresente;
- Cremos na existência dos Orixás, Espíritos de Plano Superior, que comandam as 7 linhas ou vibrações da Umbanda;
- Temos a reencarnação como ponto pacífico, logo, indiscutível;
-Cremos na existência de seres fora da matéria e na sobrevivência de nossa própria alma após a morte do corpo físico, significando que o espírito não morre, mas sobrevive ao homem, em caminho de evolução;
- Há possibilidade de comunicação com espíritos desencarnados, através da faculdade mediúnica;
- Existe uma Lei de Causa e Efeito, pela qual colhemos tudo o que plantamos. Não há acaso, tudo é conseqüência;
- O progresso individual ou as situações na vida são produtos de seu livre arbítrio ou escolha das provas antes da descida à matéria;
- Amai-vos uns ao outros é o lema principal da Umbanda, manifestado na prática da caridade , tanto na palavra como na ação;
- Acreditamos a existência de ouros mundos habitados, não constituindo a Terra exceção do universo. Há mundos mais adiantados e orbes mais atrasados. A terra é um plano de expiação, aprendizado e de correção moral;
- Não há espíritos voltados eternamente para o mal, mas seres em estágio de aprendizado;
- Todos temos guias espirituais que nos acompanham nos moldes dos anjos de guarda, porém, com faculdade de se comunicarem conosco, através da mediunidade;
- Jesus Cristo é o espírito de categoria mais elevada que já encarnou entre nós;
- Adotamos a liberdade da prática religiosa, respeitadas, entretanto, as leis dos poderes legalmente constituídos;
- Todos somos iguais, porque somos filhos do mesmo Deus de justiça, Sabedoria e Amor;
- A afirmação de que todas as religiões constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a Deus, significando que todas as religiões têm uma única finalidade: Aperfeiçoar o homem e levá-lo para Deus. Daí o nosso respeito a todas elas, pois cada um se afiniza com uma corrente religiosa que esteja em correspondência ao seu grau de compreensão e evolução.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

LINHA DE BOIADEIROS



São espíritos hiperativos que atuam como refreadores do baixo astral, e são aguerridos, demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.

O símbolo dos boiadeiros são o laço e chicote que, em verdade, são suas armas espirituais e são verdadeiros mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo astral.

Da mesma maneira que os preto-velhos representam a humildade, boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de forma simples, mas com uma força e fé muito grande. São habilidosos e valentes.

São regidos por Iansã-Oyá e Ogum, tendo recebido da mesma autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada, onde levam cada boi (espíritos) para o seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, kiumbas e etc) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).

Suas maiores funções não são as consultas como as dos pretos-velhos, nem os passes e as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energias” aderida aos corpos, paredes e objetos. É de extrema importância esta função, pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, os boiadeiros “sempre” estarão atentos à qualquer alteração de energia do local (entrada de espíritos negativos).

Portanto quando bradam em tom de ordem como se estivessem laçando seu gado, estão na verdade ordenando os espíritos que entraram no local a se retirarem, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que as presenças desses espíritos muitas vezes interferem nas consultas de médiuns conscientes.

Esses espíritos atendem os boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhe passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Outra grande função de um boiadeiro e manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Eles nos ensinam a força que o trabalho tem e que o principal elemento de sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.
É uma linha poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete linhas de Umbanda, e são descritos como Caboclos da Lei.

Atabaques : Dentro da ritualistica de Umbanda existe um elemento de grande importância que é a Curimba formada por médiuns que se dedicam ao estudo dos cânticos ritualísticos.

Há uma grande influência dos boiadeiros no trabalho da curimba,pois eles regem suas forças e fundamentos.


Os atabaques são formados basicamente por três elementos da natureza: Animal (couro) , Vegetal (madeira) , Mineral (ferragens) . Estes elementos por sua vez encontram-se no ambiente (reino) natural destas entidades e a força da curimba no terreiro está justamente em conseguir dissipar as energias negativas, inibir a ação de obsessores e desagregar miasmas e larvas astrais que estejam impregnados no ambiente de trabalho conseguindo com isso um êxito maior.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Questões 773 a 775 - Laços de Família



Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec no Livro dos Espíritos.

773. Por que é que, entre os animais, os pais e os filhos deixam de reconhecer-se, desde que estes não mais precisam de cuidados?
"Os animais vivem vida material e não vida moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por princípio o instinto de conservação dos seres que ela deu à luz. Logo que esses seres podem cuidar de si mesmos, está ela com a sua tarefa concluída; nada mais lhe exige a Natureza. Por isso é que os abandona, a fim de se ocupar com os recém-vindos."

774. Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?
"Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos." (205)

775. Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
"Uma recrudescência do egoísmo."


KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.

Piedade em Casa



Não aguardes as ocorrências da dor para desabotoares a flor da piedade no coração.
Sê afável com os teus, sê gentil em casa, sê generoso onde estiveres.
No lar, encontrarás múltiplas ocasiões, cada dia, para o cultivo da celeste virtude.
Tolera, com calma silenciosa, a cólera daqueles que vivem sob o teto que te agasalha.
Não pronuncies frases de acusação contra o parente que se ausentou por algumas horas.
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Na tarefa de esposo, desculpa a fraqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa, aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.
Se és pai ou mãe, compadece-te de teus filhos, quando estejam dominados pela indisciplina ou pela cegueira; e, se és filho ou filha, ajuda aos pais, quando sofram nos excessos de rigorismo ou na intemperança mental.
Compreende o irmão que errou e ajuda-o para que não se faça pior, e capacita-te de que toda revolta nasce da ignorância para que as tuas horas no lar e no mundo sejam forças de fraternidade e de auxílio.
Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria paz.
Compadece-te sempre.
Se tudo é desespero e conturbação, onde te encontras, compadece-te ainda, ampara e espera, sem reclamar.
Guarda a piedade, entre as bênçãos do trabalho.
Habituemo-nos a ignorar todo o mal, fazendo todo o bem ao nosso alcance.
A piedade do Senhor, nas grandes crises da vida, transformou-se em perdão com bondade e em ressurreição com serviço incessante pelo soerguimento do mundo inteiro.


XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada do Reino. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O porquê do 15 de Novembro como Dia Nacional da Umbanda.


Segue um texto muito pertinente com o mês corrente extraído de ”A Umbanda Brasileira”, livro de José Fonseca publicado em 1978, depois de passar pelo Jornal ” Gira de Umbanda” em 1976.  É uma carta de esclarecimento do C.O.N.D.U. sobre  a escolha do 15 de Novembro como dia nacional da Umbanda, bem como o seu significado para a religião e o movimento umbandista.
O Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda foi criado em 12 de Setembro de 1971 sendo o primeiro órgão umbandista de caráter nacional, que conseguiu agregar em sua reunião de 1976 , 25 federações de Umbanda de todo o país,  totalizando mais de 40.000 terreiros e tendas  representadas no evento, que teve entre as suas pautas,  a escolha do dia nacional da Umbanda.
É interessante observar no  texto o desconhecimento existente na década de 70 de grande parte do movimento umbandista da história  ocorrida em 1908 – bem como do próprio rito original, cujo estudo e análise ainda hoje é renegado pela grande maioria dos umbandistas –  os motivos da escolha do 15 de novembro pelo próprio Caboclo das  Sete Encruzilhadas para a sua manifestação e a anunciação da nova religião, as considerações feitas sobre o 13 de maio, como sendo a data mais apropriada para representar a Umbanda, o que representa a existência de uma grande associação na época, da origem da Umbanda, o seu surgimento, com as religiões e a cultura afro-brasileira. Posição ainda sustentada por grande parte das vertentes africanistas de Umbanda, que relutam em reconhecer fatos históricos;  a Umbanda como religião puramente brasileira, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade,  Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas como os fundadores e precursores da Umbanda.

Porque Milhões de brasileiros escolheram 15 de Novembro como o DIA NACIONAL DA UMBANDA

O CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA-C.O.N.D.U. – por intermédio de sua representante no Estado do Amazonas, a Cruzada Federativa Espírita de Umbanda,  tomou conhecimento do comentário da sessão “Umbanda – Quimbanda”  do jornal  “ A Notícia”,  de Manaus,  em 11 do corrente mês,  sob o título “Escolha Justa”,  no qual se lê que  “ a suposta escolha de 15 de novembro para ser considerado o Dia da Umbanda,  sugerida num encontro umbandista, no Rio de Janeiro, vinha decepcionando”… e que  “a data diz respeito à  Proclamação da República,  nada tendo a ver com a Umbanda, o que significa que foi sugerida por profanos,  por quem desejava apenas homenagear um centro”… ”Os umbandistas amazonenses disseram que o 13 de Maio,  data da libertação dos escravos é realmente a mais indicada”.
O C.O.N.D.U. esclarece que:
A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho,  da qual participaram 25 federações,  representando a maioria absoluta dos Estados;  e que não opuseram qualquer objeção à escolha.
Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos –  e 22 de Novembro – dia de Araribóia –  venceu por unanimidade 15 de Novembro.  Nessa data,  em 1908,  manifestou-se pela primeira vez,  numa sessão da Federação Espírita,  em Niterói,  uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto,  no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual,  organizado no plano astral do Brasil.  Na época,  esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas,  mas as suas mensagens eram recusadas,  por serem eles considerados atrasados,  tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.
A entidade,  que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual,  deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.
No dia seguinte,  verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos,  Zélio Fernandino de Moraes,  de tradicional família fluminense.  A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto,  que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda,  cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual,  através de passes, desobsessões e curas de enfermos.
O templo,  que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje,  no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial ( Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato,  Cachoeiras de Macacu,  completando,  em Novembro próximo, 69 anos de atividade.
Prosseguindo a sua missão,  o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos,  cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera,  às quintas-feiras à noite,  para esclarecimentos sobre a doutrina espírita,  o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda.  Estas normas determinavam:  médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas;  preceitos baseados apenas em água,  amaci de ervas,  flores e pemba, atendimento totalmente gratuito,  não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma.  Os templos, organizados administrativamente,  mantinham-se pelas contribuições dos associados.
Milhares de templos,  em quase todos os Estados,  descendem desse grupo inicial,  conservando, em sua maioria,  a pureza da doutrina e da ritualística.  Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada,  de início,  Lei de Umbanda,  ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.
Justifica-se,  portanto,  a escolha da data de 15 de Novembro,  por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas:  Caboclos e Pretos Velhos.
A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República,  em 1889,  o Estado deixou de ter uma religião oficial,  permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina,  se difundissem livremente.

(Jornal “Gira de Umbanda” 1976)

Obs: o texto acima se encontra nas páginas 7,8 e 9.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A História do Livro


O mundo vivia em grandes perturbações.
As criaturas andavam empenhadas em conflitos constantes, assemelhando-se aos animais ferozes, quando em luta violenta.
Os ensinamentos dos homens bons, prudentes e sábios eram rapidamente esquecidos, porque, depois da morte deles, ninguém mais lhes lembrava a palavra orientadora e conselheira.
A Ciência começava com o esforço de algumas pessoas dedicadas à inteligência; entretanto, rapidamente desaparecia porque lhe faltava continuidade. Era impraticável o prosseguimento das pesquisas louváveis, sem a presença dos iniciadores.
Por isso, o povo, como que sem luz, recaía sempre nos grandes erros, dominado pela ignorância e pela miséria.
Foi então que o Senhor, compadecendo-se dos homens, lhes enviou um tesouro de inapreciável importância, com o qual se dirigissem para o verdadeiro progresso.
Esse tesouro é o livro. Com ele, apareceu a escola, com a escola, a educação foi consolidada na Terra e, com a educação, o povo começou a livrar-se do mal, conscientemente.
Muitos homens de cérebro transviado escrevem maus livros, inclinando a alma do mundo ao desespero e à ironia, ao desânimo e à crueldade, mas, as páginas dessa natureza são apressadamente esquecidas, porque o livro é realmente uma dádiva de Deus à Humanidade para que os grandes instrutores possam clarear o nosso caminho, conversando conosco, acima dos séculos e das civilizações.
É pelo livro que recebemos o ensinamento e a orientação, o reajuste mental e a renovação interior.
Dificilmente poderíamos conquistar a felicidade sem a boa leitura. O próprio Jesus, a fim de permanecer conosco, legou-nos o Evangelho de Amor, que é, sem dúvida, o Livro Divino em cujas lições podemos encontrar a libertação de todo o mal.


XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB. 


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Velhice



A vida, para desenvolver-se, exige energia.
O envelhecimento, resultado do desgaste energético, é fenômeno natural.
Irreversível, a idade conquista espaço no organismo humano, combalindo-lhe as forças e conduzindo-o à desencarnação.
Apesar da importância de serem preservados a juventude interior, o entusiasmo pela vida, as ocasiões de prosseguir servindo e iluminando-se, isto não descarta o fenômeno de velhice.
Cada minuto que passa, adiciona consumo à máquina orgânica impondo- te sisudeza, maturidade, consciência responsável.
A velhice é quadra abençoada da existência planetária, que nem todos têm oportunidade de alcançar.
Repositório de experiências, é campo de sabedoria a serviço da vida.
Respirando e agindo, estás envelhecendo.

Pensa nisso.

Vive, desse modo, programando a tua terceira idade, jovialmente, a fim de não seres colhido pela amargura e o dissabor, quando as forças se te apresentarem diminuídas, portanto, em decadência.

O pior da velhice é a forma refratária com que muitos a consideram, ingratamente.


FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 47.