segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Estudo: Esclarecimentos de Ramatís - A Obsessão, suas Causas e Efeitos

A Obsessão, suas Causas e Efeitos
Parte II

PERGUNTA: - Gostaríamos de receber mais algumas explicações sobre a verdadeira natureza do cérebro perispiritual, pois estamos acostumados com a idéia de que é bastante possuir-se um cérebro sadio para também se gozar de faculdades mentais perfeitas. Estamos equivocados? .
RAMATÍS: - É evidente que já haveis compreendido, através dos estudos espiríticos, que o corpo físico é o "efeito" e não a "causa" da vida psíquica; em rude exemplo, podeis compará-lo a um encorpado "mata-borrão", capaz de absorver todas as substâncias exaladas pelo psiquismo do espírito encarnado. Do mesmo modo, a natureza das manifestações do corpo carnal depende fundamentalmente das funções do perispírito, pois este é realmente o verdadeiro molde ou o plasmador da configuração do organismo físico.
Em verdade, o perispírito suporta simultaneamente a carga da vida humana em dois planos diferentes: o físico e o astral, embora ambos estejam profundamente interpenetrados, tanto em sua origem como na produção de seus fenômenos. É veículo preexistente ao nascimento e que, pelo fato de sobreviver à morte do corpo físico, é dotado de um energismo e produção vital muito intensos, que se disciplinam sob o seu inteligente automatismo milenário. É o equipo mais completo e valioso do ser humano, significando a sua veste indestrutível e o seu arquivo inalterável, onde se conserva toda a memória da alma, acumulada no pretérito.
As células nervosas do corpo físico, além de suas propriedades e manifestações objetivas, são núcleos sobrecarregados de eletricidade inteligentemente armazenada pelo perispírito. Os neurônios não servem unicamente para atender o curso das sensações exteriores, mas são também responsáveis pelas mensagens que os neurônios perispirituais lhes transmitem, como fruto das impressões internas enviadas pela consciência do espírito. Se são complexos os elementos físicos classificados pela ciência e que no cérebro carnal funcionam à semelhança de interruptores, fusíveis, condutores, condensadores e osciladores constituídos pelos "plexos", agrupamentos de gânglios nervosos e filamentos neurocerebrais na área do sistema nervoso, muito mais importante e complexos são eles quando se referem ao cérebro do perispírito. Este significa admirável estação radiofônica, submissa ao serviço da mente, e ativada por indestrutível potencial de energias, ondas e emissões da mais alta freqüência vibratória, o que presentemente ainda é inacessível mesmo à mais avançada instrumentação científica.
É central elétrica, funcionando entre o plano invisível e o material, atendendo às mensagens que são captadas no campo da vida física, e expedindo as sugestões provindas do mundo interior do espírito. Daí os múltiplos problemas complexos e dolorosos que oferecem os infindáveis casos de obsessões e fascinações pois, durante a execrável função obsessiva e a troca de poderosas energias magnéticas subvertidas, fica lesado o maravilhoso patrimônio do cérebro perispiritual, tornando-se infeliz depósito de venenos produzidos pela mente satanizada e o odioso desejo de vingança.
É por isso que nas instituições astrais, devotadas ao serviço de desobsessão, estuda-se o assunto desde a mais diminuta interferência mental, que varia potencialmente em cada obsessor quando atua sobre a região cérebro-nervosa de suas vítimas. Na realidade, o cérebro do obsessor casa-se ao cérebro da vítima sob o efeito da mais degradante simbiose, e por isso o tempo de cura varia para cada caso, tanto quanto tenha sido a intensidade vibratória da influência maligna produzida pelo entrelaçamento obsessivo dos perispíritos do algoz e do obsidiado.
PERGUNTA: - Como nos informastes que os espíritos devotados às tarefas de desobsessão devem conhecer satisfatoriamente os segredos da psicologia humana, perguntamos: Não basta o conhecimento técnico do perispírito, para se dispensar a necessidade de pesquisas do fator psicológico?
RAMATÍS: - Se até os próprios espíritos malfeitores, do astral inferior, criam cursos de psicologia humana para se tornarem exímios identificadores das vulnerabilidades dos encarnados, seria bastante incoerente que os benfeitores espirituais desprezassem tal recurso, optando só pela técnica e pelo cientificismo das relações do perispírito com o corpo físico. Trata-se de valioso e apurado estudo, imprescindível ao trabalho desobsessivo, para melhor se apurarem os sintomas psicológicos negativos, afins às manifestações da preguiça, cupidez, vaidade, orgulho, avareza, luxúria, ciúme, crueldade ou hipocrisia, que ainda se conjugam perigosamente ao cabedal de vícios, que completa a escravidão do ser humano ao pelourinho de sua própria desgraça.
Servindo-se desse potencial de forças negativas do homem encarnado, os perseguidores das sombras operam com êxito e formam elos favoráveis para servirem de algemas lançadas do mundo invisível sobre o mundo carnal. Normalmente, o homem obsidiado é a criatura que amplia os seus defeitos ou um vício de origem que já dormitava potencialmente na sua intimidade psíquica e que eclode voluptuosamente sob o convite e desejos subvertidos do comando mefistofélico dos espíritos obsessores.
O vocábulo "obsidiado" encerra uma definição de sentido mais amplo, pois também define aquele que já se encontra dominado por um desejo veemente, uma idéia fixa, ou é vítima de impulsos violentos e incontroláveis. O estado obsessivo pode ser proveniente da angústia implacável do homem para obter a todo custo um cargo público, um posto de destaque nas esferas sociais ou artísticas, da cupidez insofreável pelo prestígio político, a cegueira pela fortuna fácil ou a escravidão a uma paixão indomável. O desgoverno psíquico, a teimosia incessante para se possuir algo a qualquer preço, também cria o estado obsessivo, diferindo apenas da obsessão espiritual pelo fato de que são os objetos, as ambições ou as sensações mundanas ou desagradáveis que então são tomadas como entidades obsessoras, até que, por fim, se forma o alicerce tão desejado, pua a eficiente e solerte investida dos perseguidores e gozadores das sombras.
PERGUNTA: - Podeis nos dar algum esclarecimento mais objetivo, do assunto?
RAMATÍS: - Que é o fumante inveterado senão o obsidiado pelo fumo; o alcoólatra pelo álcool e o transviado pelos entorpecentes? Há mulheres que exaurem as rendas copiosas dos seus esposos, para o culto exagerado e obsidiante do luxo e da vaidade pessoal; certos homens extinguem a própria fortuna obsidiados pelo amor-próprio ou pelo desejo de ganhar alguma ação judicial impetrada por qualquer banalidade ofensiva às suas convicções de honra e tradição de família! Criaturas fortes, sadias e libertas de preocupações aceitam o jugo obsessivo da preguiça, esquecidas de empreender movimentos que dinamizem a alma no socorro à infelicidade alheia; homens sensuais cercam-se de bens, mas colocam a fortuna à disposição do prazer genésico, esquecidos de que, se só atendem às exigências do corpo, atrofiam a vitalidade psíquica.
Que é tudo isso, senão várias formas de auto-obsessão, que oferecem ótimos ensejos para que os malfeitores das trevas operem com êxito sobre infelizes que já perderam a sua liberdade e passam a viver algemados às suas próprias criações mentais fascinantes!
PERGUNTA: - Não poderia ser dispensado, nos cursos de desobsessão mantidos no Espaço, aquele estudo psicológico que dizeis ser tão necessário aos espíritos que os freqüentam, considerando-se que todos eles devem ser capazes de ler os pensamentos dos obsidiados e obsessores, conforme no-lo informam certas obras de excelente origem mediúnica?
RAMATÍS: - Se assim fosse, também não haveria necessidade de que os espíritos diabólicos, das sombras, freqüentassem cursos, de psicologia humana, para rebuscarem as válvulas das debilidades espirituais das futuras vítimas de suas torpezas e vampirismos. Inúmeras contradições e sutilidades psíquicas, que escapam à percepção do espírito encarnado, os astutos das trevas conseguem explorar tão sorrateiramente, que só depois da sua desencarnação é que se consegue avaliar com indizível espanto o seu trabalho. Trata-se de estados íntimos tão dissimulados no recesso do psiquismo humano, que somente não os ignora o homem dotado de profundo senso de autocrítica espiritual muito aguçada.
O homem terreno, devido à sua grande ignorância espiritual, ainda é muito influenciado pelo meio em que habita, e ao qual se apega com excessivo prejuízo para sua futura libertação. Ele vive no cenário da Terra algo hipnotizado pelos seus interesses egocêntricos e paixões violentas; encarcera-se nas grades das prisões econômicas, para cercar-se de bens que terá de abandonar à beira do túmulo, ao mesmo tempo que fica algemado ao sentimentalismo que o liga egoisticamente à parentela consangüínea. Raras criaturas se decidem pelo reino do Cristo, tentando se libertar das formas do mundo material e reconhecer que a verdadeira família é constituída por toda a humanidade. E, como o homem terreno ainda possui em sua estrutura psíquica fragmentos de todos os vícios e vulnerabilidades perigosas provindas da sua herança animal, fragilmente reprimidas pelas leis sociais, torna-se um débil instrumento que, habilmente explorador pode materializar na crosta a vontade pervertida dos espíritos inferiores.
PERGUNTA: - Qual a idéia que poderíamos fazer desses "cursos" de psicologia humana freqüentados pelos espíritos das sombras?
RAMATÍS: - Os comandos das trevas realizam estudos minuciosos sobre todas as tendências prejudiciais humanas, pesquisando as vontades fracas e procurando os escravos dos preconceitos e convenções mundanas, para depois vampirizá-los em sua vitalidade psíquica. Muitas vezes eles organizam cuidadosos relatórios das prováveis vítimas a serem obsidiadas, examinando todas as suas reações nos campos de sua manifestação física e natureza moral de suas reflexões inferiores. Assim não lhes custa muito descobrir um desejo mais vigoroso ou imprudente, que possa servir como um "detonador psíquico" procurado para a concretização dos seus objetivos sombrios. Esse desejo muitas vezes palpita como um ideal oculto no âmago da futura vítima, podendo ser uma ansiedade permanente por algum objetivo de auto-exaltação perigosa na esfera social, política ou no comando na vida, disfarçando talvez uma vaidade exuberante ou um orgulho implacável.
É algo persistente que domina pouco a pouco a criatura e supera todos os demais desejos e objetivos acidentais; desenvolve-se sub-repticiamente, à revelia do seu próprio portador. Quantos tiranos, caudilhos, magnatas desonestos e vultos atrabiliários da história viram-se alçados rapidamente às posições mais perigosas ou prestigiosas do mundo, apenas porque descobriram a sua força e o seu desejo vigoroso oculto no subjetivismo da alma, e os atiçaram à medida que se formava o clima eletivo para a sua eclosão definitiva!
PERGUNTA: - De que modo atuam os obsessores à procura desse desejo fundamental em cada criatura vítima de sua atenção malévola?
RAMATÍS: - Os magos das sombras procuram conhecer o tipo do predominante desejo de cada criatura e a probabilidade de lhes servir como ponto de apoio para suas maquinações diabólicas ou desforras cruéis; examinam e distinguem, pouco a pouco, todos os pensamentos que inconscientemente podem ser produzidos por esse desejo oculto e ainda ignorado da própria Vítima. Auscultam-na através de todos os seus empreendimentos e relações, assim como lhe proporcionam toda sorte de oportunidades e contactos com outras criaturas que possam atuar na mesma faixa vibratória e superexcitar aquele desejo oculto, até conseguirem a sua eclosão no mundo exterior.
A vítima vai despertando lentamente ao tomar conhecimento objetivo de sua excitação íntima que, embora vaga, é uma força condutora tentando orientar-lhe os passos para algum ideal, realização ou programa, absolutamente afim à sua índole. Muitas vezes o passado influi vigorosamente na fixação do "desejo central", pois ainda vive na intimidade do indivíduo o eco das glórias faustosas, a força ardente das paixões calorosas ou então um certo gozo, que é um prolongamento da prepotência e do .comando tirânico de outrora sobre os homens. Quando o espírito já alimenta propósitos melhores na atual existência, mas ainda é alvo do interesse das sombras - para que não repila com veemência o seu "desejo central", que pode se chocar com a moral já condicionada aos seus projetos - os obsessores buscam enfraquecer-lhe as defesas, criando ensejos de gozos e facilidades, que de início não passam de atrações algo inofensivas e, quando muito, leves pecadinhos comuns a toda a humanidade.
E assim armam perigosa equação do seu senso psicológico comum, abrindo-lhe brechas cada vez maiores e que a criatura subestima porque a sutileza e capacidade do invisível não a deixam aquilatar a proporção de prejuízo ético e o aviltamento moral que pesa sobre os seus atos hipnotizados. É o caso de certas criaturas que iniciam inocente jogatina no lar, sem interesse utilitarista ou intenção subversiva, mas gradativamente se condicionam ao vício, sem se aperceber disso. De um simples "passatempo" inofensivo e enquadrado na moral das criaturas, nasce a paixão viciosa pela ilusão das cartas, que pouco a pouco lhes rouba o senso do comando consciente e produz a superexcitação da febre do jogo, capaz de levá-las aos piores desatinos. Mas a queda pode ser de modo tão milimétrico e despercebido, que as vítimas da paixão do jogo não avaliam a metragem que já percorreram na descida de um abismo que já as separou da ética moral que lhes servia de garantia espiritual e sensata no mundo. Muitas ainda se zangam se alguém as adverte do extremismo perigoso em que já podem se encontrar, corroborando o velho ditado de que "o pior cego é o que não quer ver".
Igual processo se efetua, sob a direção dos espíritos malfeitores, sobre aquele que eles pretendem fascinar, para conseguirem as suas realizações diabólicas; ativam-lhe o "desejo central" inferior, que identificam no âmago do encarnado, dando-lhe força e excitando-lhe a imaginação, num processo gradativo e incessante, que muito lembra a marcha progressiva da hipnose. Então esse "desejo central" vai aflorando à consciência desperta, da vítima, pintando-lhe quadros de realizações agradáveis e possibilidades grandiosas e avivando-lhe o campo emotivo sob perigoso narcisismo, até que o trabalho das trevas consiga alimentar no terreno da alma a grande paixão oculta, que será doravante o motivo da fanática sedução. Essa paixão será então o "centro hipnótico" ou o "ponto hipnótico" maligno, que absorverá toda a atenção do obsidiado, e enquanto isso os obsessores se apossam do seu sistema nervoso e coordenam o seu campo intuitivo, para então levá-lo a servir-lhes de instrumento vivo de suas maquinações perigosas. Em verdade, os trevosos nada mais fazem do que explorar qualquer paixão, vício ou capciosidade oculta, da criatura, que na forma de "desejo central" predominante seja o mais indicado para o cultivo na forma de paixão incontrolável.
PERGUNTA: - Em face da complexidade do assunto, rogamos-vos mais alguns esclarecimentos sobre a natureza desse "desejo central", que serve de base tão sólida para o êxito das obsessões. Podeis atender-nos?
RAMATÍS: - Esse desejo corresponde a uma força passional oculta, de forte exaltação psíquica, resultante de todas as energias consequentes da experimentação milenária da consciência. É conquista que funde num só campo de forças tudo o que a alma experimentou e absorveu no trato energético com o mundo exterior. Figura no âmago da consciência como sua finalidade mais importante, que supera todas os demais desejos e ações que não vibram com esse "desejo central". Mas ele tanto pode ser o fruto de más raízes, que a consciência espiritual lançou para o fundo do seu psiquismo, como pode ser também um oceano de energias represadas que, ao romperem as suas comportas, podem acender as mais sublimes luzes messiânicas a favor da humanidade.
No subjetivismo do ser, esse desejo vai fazendo a sua investida lenta mas tenaz, porque não é força estável, mas sim energia inquieta à procura de expansão e domínio. Em alguns seres, a sua ec1osão pode cessar quando atingidas as bordas da vaidade pessoal em conseqüência .de posses econômicas ou posições sociais comuns à vida epicurística, quiçá no orgulho pessoal dos cargos e gloríolas políticas, embora sem. grandes expansões notórias. Em outros, porem, é força perigosa que, ao eclodir, transforma as instituições clássicas do mundo e subverte as leis tradicionais, impondo programas tirânicos, o fausto, ou a rapinagem que sacrificam o gênero humano.
Mas na alma superior, o "desejo central", embora ainda indefinido, expande-se como um potencial de reservas abençoadas e produz as grandes renúncias e os iluminados guias da humanidade. Francisco de Assis, quando sentiu aflorar-lhe a força íntima do seu "desejo central", consumiu-se no desempenho do serviço amoroso aos infelizes; Jesus, dominado pelo mesmo impulso oculto, transformou-se num vibrante instrumento vivo de heroísmo e amor, cujo potencial energético exsudou-se em torno da cruz do martírio, a favor da felicidade do homem. O "desejo central" desses sublimes seres recebeu o alento das hierarquias angélicas, enquanto que, nos grandes tiranos ou flagelados da humanidade, o alento, partiu do poder das trevas.
PERGUNTA: - Ser-vos-ia possível dar-nos alguns exemplos objetivos do que dizeis?
RAMATÍS: - Quais seriam os "desejos centrais", que palpitavam no âmago do modesto jornalista chamado Benito Mussolini e do apagado ajudante de cozinha denominado Adolfo Hitler, quando ainda não passavam de criaturas desconhecidas do mundo? Embora ainda ignorassem, no seu subjetivismo, a existência de um "desejo central" predominante sobre os demais desejos e manifestações menores da alma, indiscutivelmente esse desejo era o de conquistarem o mundo! E isso se comprova facilmente pois, assim que se formou neles o clima psicológico favorável à sua eclosão, foi justamente o "desejo central" de conquista e domínio do mundo que os obsidiou definitivamente. Os espíritos diabólicos que procuravam almas simpáticas a fim de levar à guerra o mundo terreno e mantê-lo submisso às suas influências, fazendo dele um campo subversivo para a sua nutrição desregrada, anotaram, protegeram e estimularam o perigoso "desejo central" de Hitler, Mussolini e outros, conseguindo transformar essas criaturas em turbulentos instrumentos da última hecatombe mundial.
É provável que, durante a sua mocidade, os planos de prepotência desses homens não fossem além da invasão da propriedade do vizinho, coisa já identificável no seu "desejo central", mas os gênios das sombras puderam ampliar a área de ação desses súditos simpáticos, conseguindo lançá-los à estratégia e à rapinagem sobre as terras dos países vizinhos. À medida que os espíritos malfeitores iam criando neles o clima favorável para a preponderância do seu "desejo central", também solapavam a sua resistência moral condicionada no mundo, até poderem cegá-los pela sua paixão de conquista, tornando-os êmulos dos grandes assaltantes da História. Feito isso, foi-lhes fácil extinguir todos os seus últimos escrúpulos, pois em breve invertiam os conceitos do Direito humano e das leis pacíficas, substituindo-os por uma legislação à base de canhões e bombas homicidas!
E quando a força oculta, que lhes modelava todos os gestos e planos, veio completamente à tona, rompendo todas as barreiras de ética e bondade, o modesto cabo do exército alemão se transformou em "Führer" e o inquieto jornalista se travestiu de "Duce"! Na realidade, era o próprio "desejo central" que adquiria personalidade e viera se manifestar à luz do ambiente material. Os comandos das sombras puderam exultar pela sua astuciosa realização e pelo êxito infernal pois, exumado o "desejo central" subversivo daqueles marionetes vivos, puderam produzir a brecha inicial e dar vazão à enxurrada sangrenta, que também passou a ser alimentada por outras almas vibrando em simpatia com as Trevas! Alcançados os fins de morte, desespero, miséria e luto, os "chefes negros" do Além abandonaram os seus tolos "médiuns" belicosos à mercê da justiça da Lei do Carma, tirando-lhes todo o apoio e deixando-os morrer estúpida e ingloriamente, na colheita dos resultados do seu próprio "desejo central" pervertido.
Há muito tempo, o "desejo central", despertado violentamente num jovem militar da Macedônia, transformou-o em Alexandre Magno; posteriormente, retornando o mesmo espírito à matéria, o "desejo central" ainda o conduziu à figura de César, outro grande general; enfim, pela última vez, reeditou-o como Napoleão Bonaparte, para que se pudesse erigir na Terra um império de vaidade humana. No entanto, esse mesmo "desejo central", operando de maneira inversa, primeiramente edificou Samuel, o profeta puro; retornando, também, o mesmo espírito à Terra, plasmou-se na figura suave de, João Evangelista, que mais uma vez voltou a iluminar a superfície do orbe como Francisco de Assis que, invadindo os corações humanos, também erigiu um império, porém de amor e de glórias espirituais!
PERGUNTA: - Podeis nos explicar, mais objetivamente, o que se compreende por um "centro hipnótico" ou "ponto hipnótico", ao qual tendes aludido, alhures, como sendo a base principal do êxito para o mais fácil comando dos obsessores sobre os obsidiados?
RAMATÍS: - Verificamos que vos equivocais na pergunta, pois não é o "centro hipnótico" que serve fundamentalmente aos obsessores para comandarem as suas vítimas. Os obsessores aproveitam a ocasião em que suas vítimas criam um "centro hipnótico", ficando, por isso hipnotizadas pela vaidade, por um perigoso vício, uma tentação ou pecado, deixando campo aberto para serem obsidiadas facilmente, e então tratam de agir, não no "centro hipnótico" que elas criaram, mas sim no espírito da vítima escolhida.
É como se uma mulher se postasse por longo tempo à janela de sua casa, entretida em palestra com alguém ou com as futilidades da rua, e os gatos, penetrando na cozinha, roubassem os peixinhos que ela ia preparar para o jantar...
Na hipnose comum, o hipnotizador procura conduzir o "sujet" a fixar toda a sua atenção num objeto, num ponto, num acontecimento ou mesmo numa evocação subjetiva, procurando distraí-lo ao máximo, a fim de poder criar o "ponto hipnótico" ou mesmo o "centro hipnótico", que deve se tornar o tema convergente da mente do hipnotizado. Pouco a pouco o paciente se entrega ao sono hipnótico, influenciado pela incessante sugestão do seu hipnotizador ou por qualquer odor característico, ruído monótono ou música sonolenta, ou mesmo por se submeter voluntariamente à sua ação e vontade. - O hipnotizador algema-lhe a consciência objetiva e a segrega no cárcere construído pela incisiva sugestão mental, mas deixa em liberdade o comando motor e psíquico das. atividades subconscientes do corpo, que reside na zona instintiva sediada na região cerebral.
Então se apossa da região provisoriamente desabitada, do seu "sujet", a qual Freud classificou habilmente como sendo o "porão da individualidade". Através dessa região submissa, atua a vontade do hipnotizador que, então, desata o seu mecanismo "psicofísico", produzindo-se os fenômenos térmicos, as reações instintivas, os choros e risos, à simples mudança de novas sugestões mentais, cenas estas muito comuns nos teatros terrenos e que servem para estupefação do público ainda ignorante da realidade espiritual. Como todos os acontecimentos ocorridos com a criatura, no pretérito, encontram-se normalmente registrados em sua "memória etérica", constituindo a bagagem do passado, os hipnotizadores conseguem que se reproduzam as rixas, os prazeres e as atitudes e reações emotivas que seus pacientes tiveram na infância longínqua e que, reproduzidos através de um corpo adulto, tornam-se caricaturas ridículas que divertem o público festivo.

No entanto, assim que o paciente desperta o seu espírito retoma a posse da região do "córtex cerebral" motor, na zona intermediária do cérebro, ajusta-se ao comando dos seus centros sensoriais e se focaliza outra vez na habitual figura comum ao meio presente. Na verdade, o seu espírito não se afastou do comando cerebral; apenas "distraiu-se", atraído pelo seu "centro hipnótico", tal qual a mulher do nosso exemplo que, por se distrair demais à janela, não notou o roubo na cozinha... Eis a função importante do "centro hipnótico" ou "ponto hipnótico", que serve para distrair e desviar a atenção do dono do corpo físico, enquanto o hipnotizador serve-se, à vontade, d,o equipo neurocerebral com o seu cortejo passado e os automatismos instintivos.