sábado, 31 de janeiro de 2015

Os males da ansiedade

A ansiedade vem se transformando em um dos maiores inimigos do homem contemporâneo.
Como se a vida não lhe favorecesse com a bênção do tempo, e ignorado a lição de que tudo acontece no momento certo, invigilante, o homem tenta viver hoje o que só pode ser vivido amanhã. Nessa inquietação angustiosa ele não vive o hoje nem o amanhã.
Jesus, psicólogo inigualável, conhecedor dos efeitos nocivos da ansiedade, advertia: “não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.
Não quis Jesus ensinar que devêssemos ser negligentes com relação ao futuro; no entanto, convidou-nos a vencer a inquietação, a preocupação exagerada, ou seja, a ansiedade.
Não esqueçamos que os momentos de cada dia são valiosos; a natureza nos ensina a não pular etapas, sem que soframos a penalidade através de resultados indesejáveis.
O homem ansioso no desejo de antecipar o que imagina ser importante, embora na maioria das vezes seja apenas ingênuo capricho, atrai também dores e contrariedades sobre si.
Todo fruto colhido antes do tempo apresenta sabor desagradável. O lavrador ao lançar a semente ao solo tem que se submeter ao sacrifício da espera; somente assim, será beneficiado com o sucesso da colheita.
O benfeitor espiritual Emmanuel afirma que as ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra, e que precede sempre a ação de cair.
Não são poucos os que, não sabendo esperar dias melhores que poderiam muito be ser conquistados com mudança de atitude e trabalho, ansiosos, precipitam-se pela porta ilusória do suicídio.
É verdade que a ansiedade é natural e necessária, no entanto, quando exorbita torna-se causa de muitas enfermidades e decisões impulsivas, requerendo muitas vezes séculos para a devida reparação.
Em qualquer circunstância devemos trabalhar a mente para que mantenhamos a serenidade. Dessa forma, não sofreremos antecipadamente por algo que poderá nem acontecer.
Mesmo que a vida nos acene com acontecimentos desagradáveis, na área da saúde, da afetividade, das relações familiares e profissionais, mantenhamos acesa a chama da esperança, entregando a Deus as nossas aflições, recordando a advertência do Mestre inesquecível: “tenho-vos dito isto para que tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
Somente Deus, que tem o poder de mudar o tempo, permitindo a tempestade, também tem o poder de agir no tempo certo, permitindo que o sol surja com todo o esplendor.

F. Altamir da Cunha

Extraído do Jornal Espiritismo Estudado – setembro/2011


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!



Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamentos, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida
Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na bênção de Deus que permitiu a cura.
Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades.
Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.
Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.
Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.
Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior.
A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior.
Seja um eterno aprendiz na escola da vida.
A sabedoria superior tolera; a inferior, julga;
a superior, alivia; a inferior, culpa;
a superior, perdoa; a inferior condena.
Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!


(Chico Xavier)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

20/01 - Dia de São Sebastião


Oração a São Sebastião

Glorioso mártir São Sebastião, valoroso padroeiro e defensor da cidade do Rio de Janeiro, vós que derramastes vosso sangue e destes vossa vida em testemunho da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, alcançai-nos do mesmo Senhor, a graça de sermos vencedores dos nossos verdadeiros inimigos: o ter, o poder e o prazer, que fazem viver sem fé, sem esperança e sem caridade. Protegei, com a vossa poderosa intercessão, os filhos desta Terra. Livrai-nos de toda epidemia corporal, moral e espiritual. Fazei que se convertam aqueles que, por querer ou sem querer, são instrumentos de infelicidade para os outros. E que o justo persevere na sua fé e propague o amor de Deus, até o triunfo final. São Sebastião, Advogado contra a Epidemia, a Fome e a Guerra, rogai por nós.


Salve Oxóssi!!!











domingo, 18 de janeiro de 2015

Simplifique sua vida!



Tudo o que é belo tende a ser simples.
Afirmação generalizante? Não sei.
O que sei é que a beleza anda de braços dados com a simplicidade.
Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins.
Vida que se ocupa de ser só o que é.
Não há conflito nas bromélias, não há angústia nas rosas, nem ansiedades nos jasmins.
Cumprem o destino de florirem ao seu tempo e de se despedirem do viço quando é chegada a hora.
São simples.
Não querem outra coisa, senão a necessidade de cada instante.
Não há desperdício de forças, não há dispersão de energias.
Tudo concorre para a realização do instante.
Acolhem a chuva que chega e dela extraem o essencial.
Recebem o sol e o vento, e morrem ao seu tempo.
Simplicidade é um conceito que nos remete ao estado mais puro da realidade.
A semente é simples porque não se perde na tentativa de ser outra coisa.
É o que é.
Não desperdiça seu tempo querendo ser flor antes da hora.
Cumpre o ritual de existir, compreendendo-se em cada etapa.
Já dizia o poeta: “Simplicidade é querer uma coisa só”.
Eu concordo com ele.
O muito querer nos deixa complexos demais.
Queremos muito ao mesmo tempo, e então nos perdemos no emaranhado dos desejos.
Há o risco de que não fiquemos com nada, de que percamos tudo.
Aquele que muito quer corre o risco de nada ter, porque o empenho e o cuidado é que faz a realidade permanecer.
O simples anda leve.
Carrega menos bagagem quando viaja, e por isso reserva suas energias para apreciar a paisagem.
O que viaja pesado corre o risco de gastar suas energias no transporte das malas.
Fica preso, não pode andar pelo aeroporto, fica privado de atravessar a rua e se transforma num constante vigilante do que trouxe.
A simplicidade é uma forma de leveza.
Nas relações humanas ela faz a diferença.
O que cultiva a simplicidade tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive.
Não cria confusão por pouca coisa; não coloca sua atenção no que é acidental, mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena.
Pessoas simples são aquelas que se encantam com as coisas menores.
Sabem sorrir diante de presentes simbólicos e sem muito valor material.
A simplicidade lhe capacita para perceber que nem tudo precisa ter utilidade.
E por isso é fácil presentear o simples.
Dar presentes aos complicados é um desafio.
Não sabemos o que eles gostam, porque só na simplicidade é possível conhecer alguém.
Só depois que as máscaras caem pelo chão e que os papéis são abandonados a gente tem a possibilidade de descobrir o outro na sua verdade.
Eu gostaria de me livrar de meus pesos.
Queria ser mais leve, mais simples.
Querer uma coisa só de cada vez.
Abandonar os inúmeros projetos futuros que me cegam para a necessidade do momento.
Projetos futuros valem à pena, desde que sejam simples, concretos e aplicáveis.
Não gostaria que a morte me surpreendesse sem que eu tivesse alcançado a simplicidade.
Até para morrer os simples têm mais facilidade.
Sentem que chegou a hora, se entregam ao último suspiro e se vão.
Tenho uma intuição de que quando eu simplificar a minha vida, a felicidade chegará em minha casa, quando eu menos esperar.


(Padre Fábio de Melo)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Suicidar-se, nunca!



Meu caro leitor, se você é daquelas pessoas que está enfrentando difícil fase de sua existência, com escassez de recursos financeiros, enfermidades ou complexos desafios pessoais (na vida familiar ou não) e está se sentindo muito abatido, gostaria de convidá-lo a uma grave reflexão.
Todos temos visto a ocorrência triste e dramática daqueles que se lançam ao suicídio, das mais variadas formas. A ideia infeliz surge, é alimentada pelo agravamento dos problemas do cotidiano e concretiza-se no ato infeliz do auto-extermínio.
Diante de possíveis angústias e estados depressivos, não há outro remédio senão a calma, a paciência e a confiança na vida, que sempre nos reserva o melhor ou o que temos necessidade de enfrentar para aprender. Ações precipitadas, suicídios e atos insanos são praticados devido ao desespero que atinge muitas pessoas que não conseguem enxergar os benefícios que as cercam de todos os lados.
Mas é interessante ressaltar que estes estados de alma, de desalento, de angústias, de atribulações de toda ordem, não são casos isolados. Eles integram a vida humana. Milhões de pessoas, em todo mundo, lutam com esses enigmas como alunos que quebram a cabeça tentando resolver exercícios de física ou matemática. Mas até uma criança sabe que o problema que parece insolúvel não se resolverá rasgando o caderno e fugindo da sala de aula.
Sim, a comparação é notável. Destruir o próprio corpo, a própria vida, como aparente solução é uma decisão absurda. Vejamos os problemas como autênticos desafios de aprendizado, nunca como castigos ou questões insuperáveis. Tudo tem uma solução, ainda que difícil ou demorada.
O fato, porém, é que precisamos sempre resistir aos embates do cotidiano com muita coragem e determinação. Viver é algo extraordinário. Tudo, mas tudo mesmo, passa. Para que entregar-se ao desespero? Há razões de sobra para sorrir, rir e viver...!
O suicídio é um dos maiores equívocos humanos, para não dizer o maior. A pessoa sente-se pressionada por uma quantidade variável de desafios, que julga serem problemas sem solução, e precipita-se na ilusão da morte. Sim, ilusão, porque ninguém consegue auto-exterminar-se. E o suicídio agrava as dificuldades porque aí a pessoa sente o corpo inanimado, cuja decomposição experimenta com os horrores próprios, pressionada agora pelo arrependimento, pelo remorso, sem possibilidade de retorno imediato para refazer a própria vida. Em meio a dores morais intensas, com as sensações físicas próprias, sentindo ainda a angústia dos seres queridos que com ele conviviam, o suicida torna-se um indigente do além.
Como? Sim, apenas consequências do ato extremo, nunca castigo. Isto tudo por uma razão muito simples: não somos o corpo, estamos no corpo. Somos espíritos reencarnados, imortais. E a vida nunca cessa, ela continua objetivando o aprimoramento moral e intelectual de todos os filhos de Deus. Suicidar-se é ilusão. Os desafios existenciais surgem exatamente para promover o progresso, convidando à conquista de virtudes e o desenvolvimento da inteligência. A oportunidade de viver e aprender é muito rica para ser desprezada. E quando alguém a descarta, surgem conseqüências naturais: o sofrimento físico, pela auto-agressão e o sofrimento moral do arrependimento e da perda de oportunidades. Muitos talvez, poderão perguntar-se: Mas de onde vem essas informações?
A Revelação Espírita trouxe essas informações. São os próprios espíritos que trouxeram as descrições do estado que se encontram depois da morte. Entre eles, também os suicidas descrevem os sofrimentos físicos e morais que experimentam. Sim porque sendo patrimônio concedido por Deus, a vida interrompida por vontade própria é transgressão à sua Lei de Amor. Como uma criança pequena que teima em não ouvir os pais e coloca os dedos na tomada elétrica.
Para os suicídios há atenuantes e agravantes, mas sempre com consequências dolorosas e que vão requerer longo tempo de recuperação. Deus, que é Pai bondoso e misericordioso, jamais abandona seus filhos e concede-lhes sempre novas oportunidades. Aí surge a reencarnação como caminho reparador, em existências difíceis que apresentam os sintomas e aparências do ato extremo do suicídio. Há que se pensar nos familiares, cônjuges, pais e filhos, na dor que experimentam diante do suicídio do ser querido. Há que se pensar no arrependimento inevitável que virá. Há que se ponderar no desprezo endereçado à vida. Há, mais ainda, que se buscar na confiança em Deus, na coragem, na prece sincera, nos amigos (especialmente o maior deles, Jesus), a força que se precisa para vencer quaisquer idéias que sugiram o auto-extermínio.
Meu amigo, minha amiga, pense no tesouro que é tua vida, de tua família! Jamais te deixes enganar pela ilusão do suicídio. Viva! Viva intensamente! Com alegria! Que não te perturbe nem a dificuldade, nem a enfermidade, nem a carência material. Confie, meu caro, e prossiga!
Orson Peter Carrara


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

“Perispírito” parte 1

Nós, Espíritos, focos de luz inteligente do Universo, ao desencarnarmos nos despimos de nossa roupa física.   



Porém, nossa vestimenta espiritual nos acompanha:

o PERISPÍRITO.





Através dos esclarecimentos dos Espíritos, vamos compreender essa importante revelação, que abre horizontes para a nossa ciência:


O QUE É PERISPÍRITO?

O Perispírito é a substância que envolve o Espírito, possui algumas características materiais e influencia na locomoção do “ser inteligente” (o Espírito).

93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”

Assim, o Espírito está sempre revestido por um envoltório fluídico e permanente, o Perispírito.

Paulo de Tarso o menciona em sua 1ª Epístola aos Corintios  Capítulo 15:

44  Semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual.
Se há corpo animal, há também corpo espiritual.

Enquanto encarnados, somos:

·um clarão     
pensante –
ESPÍRITO

                                                                   · revestidos por um
                                                                      corpo fluídico –
                                                                           PERISPÍRITO



· mergulhados num
envoltório material
temporário –
CORPO








COMO É A CONSTITUIÇÃO DO PERISPÍRITO?

O Perispírito é composto de elementos extraídos do Fluído Cósmico Universal que estão presentes em toda a parte (uma espécie de condensação do Fluído Cósmico Universal).

94. D e onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
“Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.”

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Sou preto, sou velho

Sou preto. Negro como a noite sem estrelas.
Sou velho. Velho como as vidas de meus irmãos.
Mas se sou ainda negro, é porque trago em mim as marcas do tempo, as marcas do Cristo. Essas marcas são as estrelas de minha alma, de minha vida.
Sou negro. Mas a brancura do linho se estampa na simplicidade do meu olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida.
Sou velho, sim. Mas é na experiência da vida que se adquire a verdadeira sabedoria, aquela que vem do Alto. Sou velho. Velho no falar; velho na mensagem, velho nas tentativas de acertar.
A minha força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento. Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.
A força da vida se estrutura nas vivências. É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela. É a força e a coragem de ser você mesmo, do não se acovardar diante das lutas, de continuar tentando.
Sou forte.
Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraco. Quando aprendo a sair de mim mesmo e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço.
Sou andarilho.
Eu sou preto, sou velho, sou humano. Mas sou humano sem Sou como você, sou espírito. Sou errante, aprendiz de mim mesmo.
Na estrada da vida, aprendi que até hoje, e possivelmente para sempre, serei apenas o aprendiz da vida.
Pelas estradas da vida eu corro, eu ando.
Tudo isso para aprender que, como você, eu sou um cidadão do universo, viajor do mundo. Sou um semeador da paz.
Sou preto, sou velho, sou espírito.

Do livro SABEDORIA DE PRETO VELHO – Robson Pinheiro

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A Umbanda é magia



Magia do marafo. Magia da fumaça
Magia do som. Magia do movimento
O marafo atrai. A fumaça defuma
O som harmoniza. E o movimento vibra
Umbanda é magia
Magia da guia. Magia do ponto riscado. Magia do ponteiro.
A guia protege. A pemba ordena. O ponteiro firma.
Umbanda é magia.
Magia da Oxalá. Magia de Ogum.
Magia de Oxossi. Magia de Xangô.
Oxalá é amor. Ogum é a força.
Oxossi é a vida. Xangô é o equilíbrio, a justiça
Umbanda é magia
Magia de Iemanjá. Magia de Oxum.
Magia de Iansã. Iemanjá é a criação.
Oxum é o equilíbrio. Iansã é a guerreira.
Umbanda é magia
Magia do terreiro. Magia da hierarquia. Magia da corrente.
O terreiro é a casa. A hierarquia é a ordem. A corrente a força.
Umbanda é magia
Magia do caboclo. Magia do preto-velho. Magia da criança.
O caboclo é a força. O preto-velho é a humildade. A criança a inocência.
Umbanda é magia
Magia do exu. Exu é o equilíbrio de tudo
Saravá a magia da umbanda!


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O sabor da caminhada



A vida parece muitas vezes difícil. Eu sei! E você ainda diz, meu filho, que a vida é dura... Pai-velho lhe fala com todo o carinho que essa dureza da vida é só aparência, pois, se a vida lhe parece dura, é porque você é mole.
O vencedor na vida é aquele que não abandona a jornada e prossegue confiante, superando os obstáculos. Numa corrida, o atleta encontra, naturalmente, desafios a vencer e muitas barreiras, que exigem mais disposição, firmeza e coragem. Nenhuma vitória é conquistada sem lutas.
Se você adotou uma idéia, uma doutrina ou filosofia, não espere que as coisas sejam fáceis. Surgirão dificuldades, que servirão de teste para averiguar sua competência e seus valores.
Se você empreende um negócio, não seja imaturo a ponto de pensar que tudo será como um mar de rosas. Como todo ser humano, você só atingirá a tranquilidade após o esforço da conquista.
Sem aqueles espinhos, sem as pedras e desafios ou as sinuosidades do caminho, não aprenderíamos o valor das experiências, nem teríamos noção da grandeza da vitória. Enfim, sem os obstáculos, meu filho, ninguém conseguiria saborear a vida e o viver.
Aprenda a viver o caminhar, a sentir o sabor do percurso, e quem sabe você não perceberá a beleza da paisagem?
Não espere a vitória plena a fim de se alegrar, de se descontrair ou usufruir as coisas boas. Aproveite a caminhada e aprecie a beleza a seu redor durante a jornada. A viagem rumo à vitória é mais saborosa em seu percurso que na linha de chegada.
Se lhe parecem difíceis os dias e você se encontra ligado ao trabalho nobre e ao compromisso com o Alto, imagine como seria, então, caso você estivesse desligado da fonte sublime que alimenta sua alma.
Honre, portanto, a oportunidade que Deus lhe concedeu e, aprendendo a ampliar seus próprios limites, prossiga fiel ao chamado divino. A sua felicidade é permanecer conectado à seiva viva do amor. Pense nisso e reavalie suas decisões.

Pai João de Aruanda

Extraído do livro "Sabedoria de Preto Velho de Robson Pinheiro"