terça-feira, 15 de março de 2016

O médium e o sexo

A Epífise

Para se falar em relação sexual e energia procriadora, faz-se necessário mencionar algumas das informações trazidas até nós pelo Espírito ANDRÉ LUIZ, sobre as funções da Epífise.
Ela reativa as forças criadoras no ser humano aos 14 anos aproximadamente. Permanece no período do desenvolvimento infantil em fase de reajustamento, absorvendo novos ensinamentos e reflexos que são ministrados nesta fase da vida, que farão frente ou somar-se-ão às colheitas das vidas passada, que ressurgirão, de acordo com a vontade, sob fortes impulsos.
Por este motivo é denominada a glândula da vida Espiritual.
A Epífise funciona como um usina, fonte geradora de elementos psíquicos ou "UNIDADES FORÇA" necessárias a fecundação das diversas formas da criação. Podendo ser direcionada para fecundação dos mais nobres valores da divindade ou utilizada para a orgia dos prazeres das criaturas terrestres.

Sexo e amor

Em nosso meio ainda existem vários resquícios de tabu, no que concerne as conversações sobre o sexo, todavia sendo uma das atribuições inerentes da vida, o espírita estudioso não pode deixar de estudá-lo e também analisá-lo sob forma natural para que seja bem compreendido e orientado, os tempos onde essa manifestação de afeto e amor, no que diz respeito ao sexo verdadeiro, era “pecaminosa”, já passaram e seguramente não deverão mais voltar, pois a maior idade espiritual das mentes aqui reencarnadas já se faz presente. Tão vulgarmente pronunciadas por mentes insanas, nos meios atuais.
O sexo não é patrimônio exclusivo da humanidade terrestre, é tesouro Divino em todos os mundos no Universo infinito. Permanece nas mãos das criaturas humanas, que ainda estão distantes da compreensão e vivência das Leis Divinas, num quadro triste de ignorância, perversão e desequilíbrio.
O sexo na existência humana pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja sexo.
O instinto sexual é força poderosa de atração, unindo os corpos físicos, reencontrando as almas, para resgates de débitos, dirigindo os homens para conquistas e objetivos da Lei Suprema: O AMOR, A FELICIDADE E A HARMONIA. Mesmo com a pobreza de valores íntimos, caminha o homem, embora lentamente, para o objetivo maior do Criador que é o progresso e a perfeição. Não podemos confundir sexo e amor, pois, enquanto o sexo é força instintiva ou inconsciente, o amor é energia consciente e espontânea, todavia sexo sem amor é pobre e pequeno, quando não promiscuo.
O homem em experiências afetivas, costuma confundir energia instintiva sexual como sendo "AMOR", que tem promovido quase todas as uniões de homens e mulheres na terra.
Observamos, constantemente, muitos lares desabados, porque só tinha energia instintiva sexual e nenhum "AMOR". O amor na terra é ainda uma aspiração da eternidade, encravada no egoísmo, nos interesses, na ilusão e na fome de prazeres que fantasiamos como sendo a Celeste Virtude.
Desejo e sentimento de posse não significa "AMOR".
Faz-se necessário para um bom relacionamento, buscarmos o que nos ensina O EVANGELHO DE JESUS CRISTO, que "Devemos amar sem nos preocupar em sermos amados".
Para alcançarmos o amor sublime, devemos cultivar a semente da humildade, da bondade, da paciência, do perdão, da tolerância, da indulgência, da ternura, da delicadeza, da renúncia e do entendimento.
Sem os tesouros da fé sincera, essas plantas Divinas não germinarão no canteiro do coração.
Antes do tempo, sucumbirão, alastrando a desarmonia, a delinqüência e os crimes, isto sem falarmos na ampliação dos débitos e no adiamento dos resgates anteriores para reencarnações futuras, quase sempre acrescidas de dores e sofrimentos para o nosso bem.
O médium atento deve se preocupar com essas questões e acima de tudo tratá-las com naturalidade, pois sendo o sexo um mecanismo de evolução, seu abuso poderá contribuir para sua decadência moral.
Ainda se questiona sobre o sexo e prática mediúnica, poderá o médium praticá-la em dias de atividades ou não? – É possível conciliar as duas coisas? – Receberei mensagens espirituais, se praticar o sexo no dia da atividade? – E aquelas pessoas que trabalham em práticas mediúnicas todos os dias na casa espírita e também são casadas, como ficam?
Bem em todas as questões acima, deveremos tratar com bastante simplicidade e autenticidade, pois, sendo o sexo algo natural e que faz parte de nossa escala evolutiva, saber sublimá-lo, o médium nessas questões ao nosso ver poderá praticar sem problemas o sexo regrado com AMOR, com seu ou sua cônjuge sem que isso prejudique a prática mediúnica, pois o sexo conforme nos sabemos é uma troca de energias entre seres que o praticam com respeito e AMOR, como isso poderá fazer mal a algum médium.
Mas, muito se fala de fadiga energética do médium quando pratica tal ato. A lógica nos mostra que quando existe troca de energias, não existe fadiga, falamos aqui da troca calorosa e sincera de energias, isso não se deve entender por sexo desvairado com parceiros estranhos a cada momento como se fosse sexo regrado e sincero. É necessário também expor que mesmo que seja uma só parceira, se a prática for constante e desvairado ai sim, haverá fadiga. Compreendemos que seja uma prática natural e tudo o que extrapola o natural e passa a ser exagerado, tem muito a prejudicar.
Cabe-nos formular aqui uma pergunta a respeito da prática mediúnica. Se o médium está com muita vontade de ter relações afeto-sexual com sua cônjuge ou vice-versa, e não pratica, todavia fica com isso na cabeça o tempo todo, não atrapalharia ainda mais a prática de sua tarefa? - Achamos que sim, pois o pior de tudo é manter o sexo na cabeça, a tarefa mediúnica exige concentração do médium, por isso os pensamentos baixos seguramente obstam uma boa e salutar concentração.
Mas, e o chakra genésico não ficaria “manchado”, como comumente se diz e isso não atrapalha a prática mediúnica. – É como dissemos acima; se existe troca de energias regradamente falando e com o sentimento maior inserido na prática, seguramente não fará mal ao médium sua prática em dias de trabalho na casa espírita, mas lembremos da sensatez.

Sexo - Excessos e abusos

O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na crosta, que o que observamos na atualidade é a inversão dos valores Sublimes da Criação Divina, transformado em rolo compressor para os interesses da indústria do sexo desvairado.
É no momento a utilidade mais divulgada e a mais procurada em nossos dias. O interesse é despertar tanto no homem como na mulher a sensualidade, não se importando com os danos que isto certamente vai causar.
O que interessa são os lucros a se arrecadar, ao invés de cultivarmos os valores morais sublimes que ainda não conseguimos enxergar.
A relação sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres, se aproxima demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais, sem nenhuma obediência às Leis Divinas.
Neste plano de baixas vibrações onde predomina ainda a semi brutalidade, muitas inteligências admiráveis preferem demorar em baixas correntes evolutivas.
A união sexual entre criaturas que já atingiram grandes elevações é muito diferente, traduz a permuta sublime de energias perispirituais, simbolizando o alimento Divino para a inteligência e para o coração e, força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna. A procriação é um serviço que pode ser realizado por aquele que ama, sem ser o objetivo exclusivo das uniões.
É lamentável que o homem tenha menos prezado tanto as faculdades criadoras do sexo, desviando-as para os vértices de prazeres infinitos, no desejo incontido de auto satisfazer-se até a prostração das próprias forças, porém todos pagarão pelas faltas que cometerem a esse setor como também para qualquer outro setor da vida.
Todo ato criador está repleto de sagrados valores da Divindade e são estes valores tão abençoados que por interesse de mentes enfermiças, conduzem impreterivelmente para o abuso e orgias de prazeres.
Assim, homens e mulheres raciocinando numa atmosfera mental caótica, permitem aos obsessores do invisível colocar em prática seus interesses na desintegração familiar e social, bem como, retardar o progresso Espiritual, mantendo a grande maioria das criaturas, que se afinam com seus ideais, sobre controle e, com isto, preservam os meios para saciar os seus desejos que não foram corrigidos enquanto encarnado.
Como ninguém foge aos imperativos da Lei de Deus, esses seres, que causaram desvario sexual, resgatarão em reencarnações futuras à duras penas, podendo ser portadores de doenças eminentemente cármicas, a epilepsia, a lepra, a paranóia, a hidrocefalia, o mongolismo e outras moléstias, como também ter como obsessores vários dos que foram prejudicados em caminhadas anteriores.
O médium deverá ter bastante cautela com essa temática, para verdadeiramente colaborar ainda mais com sua conduta mediúnica. Haja vista, já ser ele um necessitado que reencarna agora com propósitos nobres de evolução e restabelecimento da harmonia desarticulada no ontem. O sexo, verdadeiramente é, ainda uma dificuldade da humanidade terrena hodierna, visto a ascensão espiritual já alcançada dos que aqui vivem, ainda encontramos os instintos mais densificados em alguns operando com profundidade.
Porém deve o médium tratar com bastante normalidade e ter sempre em mente sua tarefa na conduta de sua felicidade, não queremos dizer que deverá abster-se totalmente da prática sexual com sua cônjuge, efetivamente não, porém com respeito e moderação para que não caia na prática exagerada e desvirtuada.
O sexo não é um “bicho de sete cabeças”, que deve ser tratado pelo médium como sendo um assunto intocável, mas sim assunto do cotidiano que deverá ser tratado com respeito, como vários outros órgãos do corpo, que colaboram com a manutenção e suporte da vida material do espírito reencarnado.

Homossexualismo

Levando tal comportamento para além das bases materialistas da grande massa heterossexual existente sobre a terra e seus preconceitos moralistas em bases hipócritas, à luz da reencarnação é perfeitamente compreensível.
Com o desenvolvimento da humanidade cresce a quantidade de irmãos, homens e mulheres, somando extensas comunidades em todos os países, clamando por respeito, atenção e igualdade como criaturas humanas.
O Espírito em suas várias encarnações através dos tempos e, confirmando que todos são iguais perante Deus, poderá usar a vesti carnal que se fizer necessária, ora masculina ora feminina, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade mais ou menos pronunciada em quase todas as criaturas. Desta forma, a individualidade em trânsito da experiência feminina para a masculina, demonstrará fatalmente traços do sexo que estagiou por muitos séculos. Claramente compreensível que o Espírito, atendendo aos impositivos regenerativos, poderá reencarnar com um corpo diferente do que não correspondeu perante as aspirações divinas. O homem que abusou das faculdades genésicas arruinando a existência de outras pessoas, com a destruição de uniões construtivas, é forçado a buscar nova posição no renascimento físico, em corpo morfologicamente oposto, aprendendo em regime de prisão, à reajustar os próprios sentidos.
Poderá também Espíritos cultos e sensíveis, séqüitos de realizar tarefas específicas para a elevação de grupos humanos e conseqüentemente elevar-se também, rogar dos Bem Feitores da vida maior que os assistem à utilização de vestimenta corpórea oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem, protegendo-se desta forma dos arrastamentos irreversíveis no mundo afetivo e terem maiores êxitos nos objetivos almejados.
Observando as tendências homossexuais dos companheiros que estão a caminho no campo de provas e expiações é forçoso que lhes dê o amparo educativo e muito amor, direcionando suas energias sexuais para o campo da criatividade, artes e etc...
Discriminar irmãos nessas condições na casa espírita é verdadeiramente errado, analisemos, pois, da mesma forma um homem (heterossexual) que desregra efusivamente do sexo, terá mais dificuldades na prática de trabalhos na casa espírita do que aquele que tem sua psicologia “invertida” no campo sexual e é regrado, não se vinculando aos prazeres imediatistas. Caba a ele buscar direcionar bem suas energias no trabalho caritativo e seguramente estará cumprindo bem o seu papel, ainda que com dificuldades no campo mental versus morfologia corporal.

O espírita e a questão sexual

Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo. Tornaram o sexo uma coisa impura e repelente. Mas o sexo é uma manifestação do poder criador, das forças produtivas da Natureza. O espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza.
O paganismo chegou a fazer do sexo motivo de adoração. Os povos primitivos revelam grande respeito e assumem atitude religiosa diante do sexo. Mas para esses povos, ainda bem próximos da Natureza, o sexo não está sujeito aos desregramentos, aos abusos e ao aviltamento do mundo civilizado. O cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se um meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O espírita sabe que o sexo é um grande campo de experiências para o espírito em evolução, e que é através dele que a lei de reencarnação se processa, na vida terrena. Como, pois, considerá-lo impuro e repelente?
Em O Livro dos Espíritos, Kardec comenta: “Os Espíritos se encarnam homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhe oferece provas e deveres especiais, e novas ocasiões de adquirir experiências”. Como vemos, o sexo é considerado pelo Espiritismo no seu justo lugar, como um meio de evolução espiritual. O espírita, por isso mesmo, não pode continuar a encarar o sexo como o faz o comum dos homens. Não pode abusar do sexo, nem desprezá-lo. Deve antes considerar o seu valor e a sua importância no processo da evolução.
Ainda existe, no meio espírita, muita prevenção contra os assuntos sexuais. Mas é necessário que essa prevenção seja afastada, através de uma compreensão mais precisa do problema. Não há motivo para fazer-se do sexo um assunto-tabu, mas também não se deve exagerar nesse terreno, pois muitas criaturas se escandalizariam. Devemos lembrar-nos de que, por milhares de anos, através de gerações e gerações sucessivas, o sexo foi considerado, na civilização cristã em que nascemos e vivemos, um campo de depravação, de perdição das criaturas. A simples palavra sexo provoca em muita gente uma situação de ambivalência: interesse oculto e repulsa instintiva. Por isso mesmo, a educação sexual deve ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da pedagogia espírita.
A maior dificuldade para a questão sexual está no lar, na vida familiar. Os pais espíritas não sabem, em geral, como preparar os seus filhos para a chamada "revelação do sexo". O regime do silêncio continua a imperar em nossos lares, criando maiores dificuldades para a solução do problema. A simples proibição do assunto gera um clima de mistério em torno da questão sexual, aumentando os motivos de desequilíbrio para os adolescentes. Os pais, por sua vez, sofrem também de inibições decorrentes de um sistema errado de educação, a que estiveram sujeitos.
Na família, a atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras doiradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve, também, responder de maneira crua. Seria uma imprudência querermos sair de um sistema de tabus para uma situação de franqueza rude. Há muitas maneiras de fazer a criança sentir que o problema sexual não é mais importante nem menos importante que os demais. Cada mãe ou pai tem de descobrir a maneira mais conveniente ao seu meio familiar. A regra mais certa é a resposta verdadeira, de maneira indireta. Se a criança perguntar: "Como a gente nasce?", deve-se responder, por exemplo: "Da mesma maneira que os gatinhos". Começando assim, a pouco e pouco os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades, sem embair os filhos com lendas e mentiras que criaram um ambiente de excitação perigosa.
Nas escolas espíritas, o problema deve ser colocado com o mesmo cuidado, pois a situação é ainda mais melindrosa: as crianças de uma classe pertencem a diversas famílias, com diferentes costumes. É perigosa a chamada "atitude científica", geralmente seguida, nos ginásios, pelos professores de ciências. A frieza científica não leva em consideração as sutilezas psicológicas. O ideal é que o assunto seja discutido previamente em reuniões pedagógicas, entre os professores de ciências, de psicologia, de moral, e o orientador pedagógico. Na verdade, o problema é mais de pedagogia do que de ciências. O bom pedagogo saberá conduzi-lo com o tato necessário, sem produzir choques perigosos e sem permitir que o assunto caia novamente no plano do mistério.
Quanto aos jovens, devem promover cursos e seminários a respeito, sempre com a assistência de um professor experimentado, de moral ilibada e reconhecido bom-senso. Os jovens têm grande necessidade de boa orientação sexual, pois estão na fase de maior manifestações dessas exigências, e, se não forem bem orientados, poderão cair em lamentáveis complicações. O jovem espírita, embora esclarecido pela doutrina, não está menos sujeito a desequilíbrios sexuais. Sabemos que esses desequilíbrios têm duas fontes principais: os abusos e vícios do passado, em encarnações desregradas, e as influências de entidades perigosas, muitas vezes ligadas aos jovens pelo passado delituoso. Por isso mesmo, o problema só pode ser tratado de maneira elevada, com grande senso de responsabilidade. Os médicos espíritas podem ser grandes auxiliares das Mocidades Espíritas nesse setor.
Quanto aos espíritas adultos, não estão menos livres do que os jovens. São vítimas de uma educação defeituosa, de um ambiente moral dominado pela hipocrisia em matéria sexual, e trazem às vezes agravadas por esse ambiente as heranças do passado. Precisam acostumar-se, no meio espírita, a encarar o problema sexual de maneira séria, evitando as atitudes negativas, que dão entrada às influências perigosas. Encarando o sexo sem malícia, como uma função natural e uma necessidade vital, o espírita ao mesmo tempo se corrige e modifica o ambiente em que vive, afastando do mesmo os espíritos viciosos e maliciosos, que não mais encontram pasto para os seus abusos. O melhor meio de afugentar esses espíritos, e de encaminhá-los também a uma reforma íntima, é a criação de uma atitude pessoal de respeito pelos problemas sexuais e o cultivo de um ambiente de compreensão elevada no lar.
Essa mesma atitude deve ser levada para os ambientes de trabalho, por mais contaminados que eles se apresentem. O espírita não deve fugir espavorido diante das conversas impróprias, pois com isso demonstraria incompreensão do problema e provocaria maior interesse dos outros em perturbá-los. Mas não deve, também, estimular essas conversas, com sua participação ativa. Sua atitude deve ser de completa naturalidade, de quem conhece o problema e não se espanta com as conversas de mau gosto, mas também de quem não acha motivos para alimentar essas conversas e delas participar. Sempre que possível, e com senso de oportunidade, ele deve procurar mudar os rumos da conversa, para assuntos mais aproveitáveis, ou mesmo para os aspectos sérios do problema sério sexual.
A mente viciosa se compraz nas conversas deletérias, nas imagens grotescas, nas expressões desrespeitosas. Escandalizar-se diante dessas coisas, ou repeli-las com violência, é sempre prejudicial e anticaridoso, pois essas pessoas são as que mais necessitam de amparo e orientação. O mais certo é procurar um meio de ajudá-las a se libertarem dessa viciação. E o meio mais eficaz é orientar a conversação viciosa para aspectos graves, como as conseqüências dos vícios, as situações dolorosas em que se encontram pessoas conhecidas, e a conveniência de tratar-se o sexo com o respeito devido às forças criadoras da Natureza.
Nos casos dolorosos de inversão sexual, o espírita vê-se geralmente em dificuldade. O mais certo é apelar para o conhecimentos doutrinários e para o poder da prece. Ajudar o irmão desequilibrado a lutar corajosamente para a sua própria recuperação, procurando corrigir a mente viciosa e manter-se o mais possível em atitude de quem espera e confia na ajuda dos Espíritos Superiores. Trabalhos mediúnicos podem favorecer grandemente esses casos, quando realizados com médiuns sérios, conscientes de sua responsabilidade e de reta moral. Não se dispondo de elementos assim, de absoluta confiança, é melhor abster-se desses trabalhos, insistindo na educação progressiva do irmão infeliz, através de preces, leituras e estudos, conversações construtivas e passes espirituais, aplicados de maneira metódica, em dias e horas certas. Se o irmão enfermo colaborar, com sua boa vontade, os resultados positivos logo se farão sentir. Porque ninguém está condenado ao vício e ao desequilíbrio, a não ser pela sua própria vontade ou falta de vontade para reagir.
Nosso destino está vinculado à maneira por que encaramos o sexo. Bastaria isso para nos mostrar a importância do problema. Inútil querermos fugir a ele. O necessário é modificarmos profundamente as velhas e viciosas atitudes que trazemos do passado e que encontramos de novo na sociedade terrena, ainda pesadamente esmagada pelas suas próprias imperfeições. Encaremos o sexo como uma manifestação do poder criador, tratando-o com o devido respeito, e mudaremos a nós mesmos, os outros e a sociedade em que vivemos. O espírita deve ser o elemento sempre apto a promover essa mudança, e nunca um acomodado às situações viciosas que dominam as criaturas e as escravizam, por toda parte, na terra e no espaço.

Em conclusão:

O problema sexual deve ser encarado pelo espírita com naturalidade, em face da naturalidade da função criadora; o sexo deve ser considerado como fonte de força, vida e equilíbrio, devendo por isso mesmo ser respeitado e não aviltado; entre o desregramento do pagão e o preconceito do cristão dogmático, o espírita deve manter-se no equilíbrio da compreensão exata do valor do sexo; as fontes da vida não podem ser desrespeitadas e afrontadas pela malícia e a impureza dos homens.
Lembramos ainda, que a mente é um corcel que por vezes segue desenfreado existência a fora e que muitas vezes é o motivo de maior “poluição” de nossa trajetória evolutiva. Praticar o sexo afinado e sincero com o esposo ou a esposa referencia uma troca salutar e necessária de fluidos energéticos de parceiro a parceiro e de forma nenhuma atrapalha atividade alguma em termos de desempenho do trabalhador, mas cristalizar o sexo na cabeça, isso sim seguramente atrapalha.
Tratemos em nossas casas, cada caso sendo efetivamente um caso a se estudar para podermos de uma melhor maneira orientar e não desferir idéias pré-concebidas e por vezes descabidas para confessar muitas das vezes um puritanismo de nossa parte inútil, tratemos com lucidez para podermos colaborar melhor, destruindo assim, o “medo”, “tabu”, que existe sobre o sexo em nosso meio.

200. Têm sexos os Espíritos?
“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”

201. Em nossa existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?
“Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.”

O Livro dos Espíritos - Sexo nos Espíritos


Aluney Elferr Albuquerque Silva


terça-feira, 8 de março de 2016

Estudo: Esclarecimentos de Ramatís - A Obsessão, suas Causas e Efeitos

A Obsessão, suas Causas e Efeitos
Parte III

PERGUNTA: - E quais os fatores mais comuns que os obsessores descobrem para produzir esse "ponto hipnótico", que então lhes assegura o êxito nas obsessões?
RAMATÍS: - Devido ao seu profundo conhecimento das mazelas humanas, os espíritos obsessores, quando conscientes, logram focalizar o "desejo central" oculto na alma da vítima, e que já expusemos com certos detalhes. Certas vezes, esse "desejo central" pode se originar de um "reflexo-suicida" de vida passada, com uma base emotiva de desespero, quase sempre não trazendo à tona nem o fato nem o motivo do gesto tresloucado do passado, que podia ter sido o orgulho recalcado, o amor-próprio, a excessiva avareza, a luxúria, a cobiça ou o remorso. Mesmo uma forte disposição para o vício, ou q.m estímulo psíquico desregrado, que se mantenha, a custo, soterrado sob a censura da consciência, serve de pretexto fundamental para os obsessores criarem a oportunidade favorável para a constituição de um "ponto hipnótico" no indivíduo.
No psiquismo do ser humano, há quase sempre um "tema fundamental" predominante e que, sendo vulnerável às sugestões mefistofélicas do Além, pode servir de motivo básico para se formar esse "centro" ou "ponto hipnótico" necessário ao êxito da obsessão. É por isso que comumente se diz que os nossos maiores adversários estão no seio de nossa alma e devem ser combatidos em nossa própria intimidade pois, na verdade, as nossas mazelas e vícios são os alicerces perigosos em que os malfeitores desencarnados se firmam para impor-nos o comando obsessivo. Desde muitíssimos anos a voz amiga do Além adverte o homem de que o segredo de sua segurança espiritual ainda provém do "conhece-te a ti mesmo".
Os obsessores se dedicam maquiavelicamente a explorar esse "desejo central" predominante, quase sempre ignorado do seu portador e, se a vítima não tiver consciência exata de sua situação ou desprezar a fiel observância do Evangelho do Cristo, é certo que não tardará a se submeter ao comando e aos desejos torpes do astral inferior. Assim como o hipnotizador encarnado consegue criar o desejado "ponto hipnótico" no seu paciente, o obsessor procura transportar para a consciência em vigília, do encarnado, o seu "desejo fundamental", que tanto pode ser uma incontida vaidade, um grande orgulho ou desejo de comando despótico como também uma represada luxúria, sensualismo ou mesmo a propensão para os entorpecentes ou o alcoolismo.
O obsidiado, ignorante dos verdadeiros objetivos do obsessor, mas responsável pelo descontrole de suas emoções e pensamentos, é conduzido docilmente à criação de um "centro hipnótico" ou de fascinação, que pouco a pouco constitui sua atração psíquica, tornando-se um "clichê mental" ou "idéia fixa". Logo isso se transforma em vigorosa força comandando-lhe a zona cerebral, onde se localiza a sua bagagem subconsciente e o controle dos instintos animais do pretérito; sorrateiramente os gênios das trevas impõem-se através daquela "distração" fixa, passando a comandar o sistema nervoso e a excitar cada vez mais as emoções e os desejos de sua vítima.
A criatura é obsidiada porque se distraiu com a sedução que constitui o seu "ponto hipnótico"; afrouxa então a vigilância em torno de sua habitação carnal, porque está voltada exclusivamente para um objetivo que a domina emotivamente. Isto sucedido, os espíritos daninhos procuram favorecer os desejos da criatura e as suas realizações perigosas, prolongando o transe sedutor, com o que se firma cada vez mais o "ponto hipnótico", que lhes permitirá maior acesso ao equipo físico da vítima.
PERGUNTA: - Podeis nos dar alguns exemplos concretos de outras hipnoses das quais se aproveitam os obsessores?
RAMATÍS: - Muitos artistas, escritores, líderes, desportistas, taumaturgos ou crianças prodígios, que já conseguiram visível destaque no mundo material, se deixam às vezes fascinar tão perigosamente pelo seu sucesso ou pelas suas glórias súbitas, que tombam de seus pedestais de barro, vítimas de sua própria vaidade, que é habilmente explorada pelos espíritos do astral inferior.
Alguns pregadores religiosos arvorados em missionários ou salvadores da humanidade, doutrina dores entusiastas, críticos sisudos do labor do próximo e médiuns de brilhante fenomenologia por vezes se perdem, dominados pela vaidade ou orgulho, porque lhes falta o abençoado senso crítico do "conhece-te a ti mesmo". Fecham os ouvidos às mais sensatas advertências que recebem e passam a cometer as maiores estultices, como se fossem manifestações de genialidade espiritual. Então enclausuram-se na sua; vaidade e autofascinam-se convictos de sua paradoxal modéstia, mas ignorando que o velho "desejo central" delituoso, do passado, pode estar eclodindo lentamente, explorado pela astúcia e capacidade das trevas" Chega o momento em que também não tardam em se abater, desmoronados pelas próprias forças destruidoras que aliciaram em si mesmos, ficando então relegados à obscuridade e ao anonimato inglório, quando pior sorte não os lança no desvario ou na alienação mental.
Em verdade, essas criaturas deixam-se iludir pela presunção de serem almas de alta estirpe espiritual, incapazes de se equivocarem e permanentemente atuadas pelas hierarquias superiores; isso, em breve, torna-se excelente fator para aflorar a sua vaidade e o potencial de orgulho adormecido no recôndito do ser, com a inevitável convergência para um "centro de fascinação" ideal para a operação das sombras. Muitas vezes a vaidade grita tão alto a essas criaturas, que elas tomam o maquiavelismo dos obsessores como sendo grandes surtos de revelação espiritual! Então, não tardam em pregar o ridículo à conta de sabedoria, os lugares comuns como preceitos doutrinários, e transformam a irascibilidade ou os envaidecimentos íntimos em posturas messiânicas; "distraem-se" através de suas próprias fascinações, enquanto do invisível lhes guiam os pensamentos e as emoções. Enquanto cultivam fanàticamente o seu "desejo central" e se desorientam refesteladas no trono de sua vaidade presunçosa, são como fortalezas inexpugnáveis e hostis a qualquer advertência benfeitora; a cegueira hipnótica leva-as gradativamente ao ridículo, à decepção e ao equívoco, maquiavelicamente planejados pelas trevas.
PERGUNTA: - Essa hipnose e perseguição sistemática, que os espíritos malfeitores exercem sobre os encarnados, circunscreve-se unicamente a desforras ou vinganças contra adversários do passado, ou inclui outros objetivos subversivos?
RAMATÍS: - As almas trevosas, além de cruéis e vingativas, vivem cheias de desejos inferiores carnais que ficaram impedidas de satisfazer devido à morte corporal. Acresce que as condições vibratórias sutilíssimas, do mundo astral, acentuam as sensações do perispírito, que é a sede dos desejos da alma; então esses desejos ainda recrudescem e se tornam mais violentos, sem poder se saciar por intermédio do corpo físico destruído, ao qual estavam condicionados. O alcoólatra, por exemplo, tem a mente conturbada pelo desejo insofreável que vibra no seu perispírito, mas, quando na posse do corpo carnal, sacia-se em parte, devido às reações físicas produzidas pelo corrosivo e que depois repercutem no mundo astral dos desejos. No entanto, quando perde o corpo de carne, em verdade desmantela o seu alambique vivo, pois que, desencarnado, se vê obrigado a servir-se do corpo de um vivo na matéria, para que este absorva a maior quantidade possível de álcool e lhe garanta a satisfação mórbida de poder aspirar a substância astral volatizada pelo corrosivo e exsudada pela aura.
Este é um dos motivos pelos quais os espíritos desregrados despendem tenazes esforços para conseguir os necessários "canecos vivos", que na Terra lhes possam transferir e volatizar a maior quantidade possível de bebidas alcoólicas, destinadas a acalmar-lhe a insaciabilidade viciosa superexcitada no mundo astral. E eis porque os desencarnados do astral inferior não se cingem exclusivamente a desforras contra os seus desafetos encarnados mas, depois de vingados, ainda envidam todos os esforços para conduzir as suas próprias vítimas a se tornarem intermediárias dos seus nefandos vícios e desejos torpes que trazem da matéria. Esses infelizes espíritos, constituindo-se na forma de verdadeiras agremiações delituosas, auxiliam-se mutuamente nas suas empreitadas. vingativas, trabalhando em equipes que atuam ardilosamente sobre os encarnados, a fim de transformá-los em "repastos vivos" de suas insaciabilidades viciosas.
Ficam profundamente furiosos e aumentam o seu ódio contra as estirpes angélicas quando percebem que, pela liquidação cármica ou proteção superior, as suas vítimas estão sendo amparadas no campo vibratório do seu perispírito e imunizadas contra a ação deletéria do mundo astral inferior. Irrita-os a idéia de que mais um "prato vivo" lhes fuja vibratoriamente da ação indigna, muitas vezes depois de ter-lhes custado imenso trabalho para confeccioná-lo a contento de sua voracidade satânica. Daí o fato de preferirem desenvolver, em suas operações obsessivas sobre os encarnados, os desejos e vícios latentes do passado, que mais facilmente os fascinem. A vingança, quase sempre, é o pretexto com que mais tentam justificar suas ações sombrias do mundo trevoso mas, em verdade, o que mais lhes interessa é o culto dos objetivos torpes e a busca das satisfações viciosas, que ainda os acicatam como fogo ardente e inconsumível.
PERGUNTA: - Sempre nos pareceu que o corpo físico deveria ser uma espécie de anteparo ou escafandro protetor contra as investidas das trevas. Reconhecemos que os obsessores operam pela, via interna do nosso espírito, mas é claro que nós poderíamos dominar com facilidade o nosso corpo físico, em lugar de atender às solertes infiltrações que podem nos conduzir à obsessão. Qual o motivo dessa grande facilidade com que os malfeitores desencarnados dominam grande parte dos encarnados?
RAMATÍS: - É preciso não esquecerdes de que, entre o vosso espírito e o corpo físico, interpõe-se o perispírito, que é o verdadeiro veículo ou elo das relações boas ou más a que vos entregais com o mundo invisível. O domínio do corpo físico não se exerce por uma ação energética produto exclusivo da matéria, nem ele é uma entidade estranha, controlada por processo especial e isolado do vosso pensamento; a carne materializa em sua configuração todos os atributos e conquistas milenárias não dela, mas do perispírito, que é o sobrevivente absoluto de todas as transformações físicas.
O perispírito é um conjunto de natureza vital poderosíssima e de intensa atividade no seu plano eletivo do mundo astral, sendo organização levíssima e de tão assombrosa plasticidade, que reage imediatamente à mais sutil cogitação mental do espírito, por cujo motivo é extraordinariamente influenciável pela natureza dos pensamentos bons ou maus das entidades desencarnadas. Durante a encarnação, o perispírito "desce" vibratoriamente, a fim de aglutinar a matéria carnal do mundo físico, mas sempre o faz com sua poderosa influência magnética e com o seu psiquismo elaborado nos milênios findos; a seguir, então, submete-se às leis da vida física e sofre a ação das tendências hereditárias do corpo de carne, malgrado os seus princípios milenários.. O organismo físico, apesar dos seus ascendentes biológicos, que parecem dar-lhe uma autonomia toda especial e um valor exclusivo em sua linhagem hereditária carnal, é apenas o revelador objetivo da alma à luz do ambiente do mundo material.
No período de gestação do corpo carnal, o perispírito recapitula rapidamente todas as lições já vividas na escalonada animal, e que lhe foram proporcionados nos vários contatos anteriores com o mundo material para, em seguida, servindo-se da nova oportunidade da vida física, poder ampliar e consolidar as suas próprias realizações anteriores.
Embora creiais que o "biombo de carne" deva se tornar um protetor poderoso contra as tentativas obsessivas dos malfeitores desencarnados, convém refletirdes que o comando do vosso espírito sobre a carne também não se faz diretamente pelo cérebro físico, mas sim através do cérebro do perispírito, que é a sua matriz etéreo-astral, o maravilhoso aparelhamento que se assemelha a poderosa e divina usina a serviço da vida superior.
O cérebro perispiritual é o valioso órgão responsável pelo pensamento humano, desempenhando as admiráveis funções de transmissor da vontade e da inteligência da alma, como um produtor de ondas, luzes e energias de todos os matizes, fazendo cintilar as suas altíssimas emissões desde o encéfalo até as forças e os elementos que se agrupam na região dos lobos frontais, que será o campo avançado das atividades do homem do futuro. O corpo físico, embora servindo, como dizeis, de escafandro ou de muralha de carne protetora do espírito, é no mundo exterior o agente e o reagente dos fenômenos provindos das relações do espírito com o meio ambiente. E o seu verdadeiro domínio, obviamente, se processa no seu mundo interno e através do controle delicadíssimo do perispírito.

O verdadeiro controle do organismo de carne, portanto, é processado por via interna, através do perispírito, isto é, exatamente onde tanto podem atuar os espíritos benfeitores como os malfeitores, isso dependendo, sem dúvida, da natureza elevada ou inferior de vossas simpatias psíquicas

segunda-feira, 7 de março de 2016

UMBANDA – Mitos e Realidades

PARTE 4/4
Texto extraído do Livro "Umbanda – Mitos e Realidades" de Iassã Ayporê Pery.

16. E os colares na Umbanda?

Os “colares”, os quais chamamos de “guias”, são utilizados para auxiliar fixação da vibração do Orixá e tem a função de atração ou proteção.
Utilizar ou não, a quantidade de contas e quanto o tipo varia de Terreiro para Terreiro conforme a orientação da Entidade Chefe ou do Dirigente. Mas elas não devem ser compradas, pois devem ser preparadas pela própria pessoa segundo os preceitos de cada casa.

17. Na Umbanda não existe sacrifícios de animais? Mas já vi terreiros que praticam esses rituais, então eles não são Terreiros de Umbanda?

Não, não são terreiros de Umbanda. A Umbanda anunciada e fundada como culto pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas não tem a prática de sacrificar animais.
O que precisa ficar bem claro é que Terreiro que pratica sacrifícios de animais, seja para iniciações, descarrego, oferendas ou qualquer outra coisa, não é um terreiro de Umbanda, mas sim outra forma de culto que não nos cabe discorrer sobre.

18. Porque fazer firmeza para Exús e Pombas-gira?

Exús e Pomba-giras são nossos guardiões e defensores dos ataques do astral inferior. Ao fazermos firmeza para eles estamos fornecendo pontos de energização e fixação de energia que visam a facilitar este trabalho.

19. Como é o trabalho de um Exú e uma Pomba-gira?

Como já vimos Exús e Pombas-gira trabalham para nossa defesa e proteção. Atuam nas regiões umbralinas ou onde sua presença se fizer necessária. São verdadeiros soldados do astral envolvendo os trabalhos de defesa com sua energia equilibradora.

20. Qual é a importância de uma gira de Exús?

As giras de exus servem para expurgar, descarregar, encaminhar, limpeza do terreiro, dos médiuns e de todos os trabalhos de desobsessão do mês.
Servem também para oportunizar a estas entidades maravilhosas, através da incorporação e da consulta, sua evolução e na busca de conselhos de assuntos mais de terra.
Não podemos esquecer que eles é que dão o primeiro combate contra as forças trevosas, são eles que nos defendem, que representam e levam as ordens dos enviados de orixás aos níveis mais baixos da crosta, são eles os executores dos kármas, que limpam, descarregam e atuam como elementos magísticos no desmanche de trabalhos de magia negra.

21. Porque algumas entidades na Umbanda bebem e fumam?

A Umbanda, seus médiuns, os espíritos que nela trabalham e, em particular, os espíritos que trabalham na linha de Exu são alvos de muitas críticas devido ao uso da bebida alcoólica e do fumo durante seus trabalhos.  Essas críticas baseiam-se no conhecimento, com o qual concordamos plenamente, de que o vício e a mediunidade responsável são incompatíveis.
Por isso, a Umbanda é comumente associada a espíritos ainda muito apegados à matéria e/ou a médiuns despreparados e de precária estrutura moral. É claro que temos entidades que por estarem em um plano ainda próximo ao da terra guardam os vícios de uma encarnação recente, bem como médiuns que se utilizam das entidades para se embriagarem. Mas isso não é regra, não é porque uma entidade bebe e fuma que ela é um espírito inferior, o fumo e a bebida também fazem parte da caracterização da entidade e ajuda na comunicação entre a entidade e consulentes que associando, por exemplo, um preto-velho que fuma cachimbo ou um Exu que bebe marafo como legítimos e, portanto, dignos de confiança e respeito. Muita das vezes, mesmo pessoas cultas podem levantar dúvidas quanto à legitimidade da comunicação mediúnica quando ela não envolve o uso desses instrumentos de caracterização da entidade (nos quais se incluem, também, a mudança de voz ou de postura física do médium, embora esses elementos tenham suas devidas funções, como se explicará melhor em outra oportunidade).  Essa caracterização das entidades é fundamentada em processos culturais desenvolvidos desde os tempos antigos e presentes no surgimento da Umbanda e facilitam que o médium iniciante reconheça e assimile a personalidade da entidade, permitindo que a entidade se expresse sem maior influência da sua personalidade, já que o médium se torna mais flexível a uma realidade psíquica estranha à sua.
Dentro do conceito elemental, o fumo é uma defumação direcionada, que traz além do vegetal, os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo) para trabalhos de magia prática. O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e espirituais muito valorosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que somado ao poder das ervas é potencializado muitas vezes em resultados largamente vistos durante os trabalhos de Umbanda. Já o Álcool é do elemento água, provindo de um vegetal (a cana), que se sustenta na terra, altamente volátil no ar e considerado o "Fogo líquido", de fácil combustão. Tanto o Fumo quanto o Álcool são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas e miasmas astrais, e no caso do Álcool para desinfetar e limpar no externo e no interno já que pode ser ingerido.
O fumo, Tabaco, o álcool são considerados um "Elemento de Poder", usados há milênios pelos povos indígenas, considerado sagrado com larga utilização em seus trabalhos de cura. Tudo que é sagrado traz o divino e as virtudes para nossas vidas, sempre que profanamos algo sagrado atraímos a dor e o vicio. Assim o mesmo tabaco e o álcool que cura em seu aspecto sagrado também vicia e traz a dor quando utilizado de forma profana.