terça-feira, 8 de março de 2016

Estudo: Esclarecimentos de Ramatís - A Obsessão, suas Causas e Efeitos

A Obsessão, suas Causas e Efeitos
Parte III

PERGUNTA: - E quais os fatores mais comuns que os obsessores descobrem para produzir esse "ponto hipnótico", que então lhes assegura o êxito nas obsessões?
RAMATÍS: - Devido ao seu profundo conhecimento das mazelas humanas, os espíritos obsessores, quando conscientes, logram focalizar o "desejo central" oculto na alma da vítima, e que já expusemos com certos detalhes. Certas vezes, esse "desejo central" pode se originar de um "reflexo-suicida" de vida passada, com uma base emotiva de desespero, quase sempre não trazendo à tona nem o fato nem o motivo do gesto tresloucado do passado, que podia ter sido o orgulho recalcado, o amor-próprio, a excessiva avareza, a luxúria, a cobiça ou o remorso. Mesmo uma forte disposição para o vício, ou q.m estímulo psíquico desregrado, que se mantenha, a custo, soterrado sob a censura da consciência, serve de pretexto fundamental para os obsessores criarem a oportunidade favorável para a constituição de um "ponto hipnótico" no indivíduo.
No psiquismo do ser humano, há quase sempre um "tema fundamental" predominante e que, sendo vulnerável às sugestões mefistofélicas do Além, pode servir de motivo básico para se formar esse "centro" ou "ponto hipnótico" necessário ao êxito da obsessão. É por isso que comumente se diz que os nossos maiores adversários estão no seio de nossa alma e devem ser combatidos em nossa própria intimidade pois, na verdade, as nossas mazelas e vícios são os alicerces perigosos em que os malfeitores desencarnados se firmam para impor-nos o comando obsessivo. Desde muitíssimos anos a voz amiga do Além adverte o homem de que o segredo de sua segurança espiritual ainda provém do "conhece-te a ti mesmo".
Os obsessores se dedicam maquiavelicamente a explorar esse "desejo central" predominante, quase sempre ignorado do seu portador e, se a vítima não tiver consciência exata de sua situação ou desprezar a fiel observância do Evangelho do Cristo, é certo que não tardará a se submeter ao comando e aos desejos torpes do astral inferior. Assim como o hipnotizador encarnado consegue criar o desejado "ponto hipnótico" no seu paciente, o obsessor procura transportar para a consciência em vigília, do encarnado, o seu "desejo fundamental", que tanto pode ser uma incontida vaidade, um grande orgulho ou desejo de comando despótico como também uma represada luxúria, sensualismo ou mesmo a propensão para os entorpecentes ou o alcoolismo.
O obsidiado, ignorante dos verdadeiros objetivos do obsessor, mas responsável pelo descontrole de suas emoções e pensamentos, é conduzido docilmente à criação de um "centro hipnótico" ou de fascinação, que pouco a pouco constitui sua atração psíquica, tornando-se um "clichê mental" ou "idéia fixa". Logo isso se transforma em vigorosa força comandando-lhe a zona cerebral, onde se localiza a sua bagagem subconsciente e o controle dos instintos animais do pretérito; sorrateiramente os gênios das trevas impõem-se através daquela "distração" fixa, passando a comandar o sistema nervoso e a excitar cada vez mais as emoções e os desejos de sua vítima.
A criatura é obsidiada porque se distraiu com a sedução que constitui o seu "ponto hipnótico"; afrouxa então a vigilância em torno de sua habitação carnal, porque está voltada exclusivamente para um objetivo que a domina emotivamente. Isto sucedido, os espíritos daninhos procuram favorecer os desejos da criatura e as suas realizações perigosas, prolongando o transe sedutor, com o que se firma cada vez mais o "ponto hipnótico", que lhes permitirá maior acesso ao equipo físico da vítima.
PERGUNTA: - Podeis nos dar alguns exemplos concretos de outras hipnoses das quais se aproveitam os obsessores?
RAMATÍS: - Muitos artistas, escritores, líderes, desportistas, taumaturgos ou crianças prodígios, que já conseguiram visível destaque no mundo material, se deixam às vezes fascinar tão perigosamente pelo seu sucesso ou pelas suas glórias súbitas, que tombam de seus pedestais de barro, vítimas de sua própria vaidade, que é habilmente explorada pelos espíritos do astral inferior.
Alguns pregadores religiosos arvorados em missionários ou salvadores da humanidade, doutrina dores entusiastas, críticos sisudos do labor do próximo e médiuns de brilhante fenomenologia por vezes se perdem, dominados pela vaidade ou orgulho, porque lhes falta o abençoado senso crítico do "conhece-te a ti mesmo". Fecham os ouvidos às mais sensatas advertências que recebem e passam a cometer as maiores estultices, como se fossem manifestações de genialidade espiritual. Então enclausuram-se na sua; vaidade e autofascinam-se convictos de sua paradoxal modéstia, mas ignorando que o velho "desejo central" delituoso, do passado, pode estar eclodindo lentamente, explorado pela astúcia e capacidade das trevas" Chega o momento em que também não tardam em se abater, desmoronados pelas próprias forças destruidoras que aliciaram em si mesmos, ficando então relegados à obscuridade e ao anonimato inglório, quando pior sorte não os lança no desvario ou na alienação mental.
Em verdade, essas criaturas deixam-se iludir pela presunção de serem almas de alta estirpe espiritual, incapazes de se equivocarem e permanentemente atuadas pelas hierarquias superiores; isso, em breve, torna-se excelente fator para aflorar a sua vaidade e o potencial de orgulho adormecido no recôndito do ser, com a inevitável convergência para um "centro de fascinação" ideal para a operação das sombras. Muitas vezes a vaidade grita tão alto a essas criaturas, que elas tomam o maquiavelismo dos obsessores como sendo grandes surtos de revelação espiritual! Então, não tardam em pregar o ridículo à conta de sabedoria, os lugares comuns como preceitos doutrinários, e transformam a irascibilidade ou os envaidecimentos íntimos em posturas messiânicas; "distraem-se" através de suas próprias fascinações, enquanto do invisível lhes guiam os pensamentos e as emoções. Enquanto cultivam fanàticamente o seu "desejo central" e se desorientam refesteladas no trono de sua vaidade presunçosa, são como fortalezas inexpugnáveis e hostis a qualquer advertência benfeitora; a cegueira hipnótica leva-as gradativamente ao ridículo, à decepção e ao equívoco, maquiavelicamente planejados pelas trevas.
PERGUNTA: - Essa hipnose e perseguição sistemática, que os espíritos malfeitores exercem sobre os encarnados, circunscreve-se unicamente a desforras ou vinganças contra adversários do passado, ou inclui outros objetivos subversivos?
RAMATÍS: - As almas trevosas, além de cruéis e vingativas, vivem cheias de desejos inferiores carnais que ficaram impedidas de satisfazer devido à morte corporal. Acresce que as condições vibratórias sutilíssimas, do mundo astral, acentuam as sensações do perispírito, que é a sede dos desejos da alma; então esses desejos ainda recrudescem e se tornam mais violentos, sem poder se saciar por intermédio do corpo físico destruído, ao qual estavam condicionados. O alcoólatra, por exemplo, tem a mente conturbada pelo desejo insofreável que vibra no seu perispírito, mas, quando na posse do corpo carnal, sacia-se em parte, devido às reações físicas produzidas pelo corrosivo e que depois repercutem no mundo astral dos desejos. No entanto, quando perde o corpo de carne, em verdade desmantela o seu alambique vivo, pois que, desencarnado, se vê obrigado a servir-se do corpo de um vivo na matéria, para que este absorva a maior quantidade possível de álcool e lhe garanta a satisfação mórbida de poder aspirar a substância astral volatizada pelo corrosivo e exsudada pela aura.
Este é um dos motivos pelos quais os espíritos desregrados despendem tenazes esforços para conseguir os necessários "canecos vivos", que na Terra lhes possam transferir e volatizar a maior quantidade possível de bebidas alcoólicas, destinadas a acalmar-lhe a insaciabilidade viciosa superexcitada no mundo astral. E eis porque os desencarnados do astral inferior não se cingem exclusivamente a desforras contra os seus desafetos encarnados mas, depois de vingados, ainda envidam todos os esforços para conduzir as suas próprias vítimas a se tornarem intermediárias dos seus nefandos vícios e desejos torpes que trazem da matéria. Esses infelizes espíritos, constituindo-se na forma de verdadeiras agremiações delituosas, auxiliam-se mutuamente nas suas empreitadas. vingativas, trabalhando em equipes que atuam ardilosamente sobre os encarnados, a fim de transformá-los em "repastos vivos" de suas insaciabilidades viciosas.
Ficam profundamente furiosos e aumentam o seu ódio contra as estirpes angélicas quando percebem que, pela liquidação cármica ou proteção superior, as suas vítimas estão sendo amparadas no campo vibratório do seu perispírito e imunizadas contra a ação deletéria do mundo astral inferior. Irrita-os a idéia de que mais um "prato vivo" lhes fuja vibratoriamente da ação indigna, muitas vezes depois de ter-lhes custado imenso trabalho para confeccioná-lo a contento de sua voracidade satânica. Daí o fato de preferirem desenvolver, em suas operações obsessivas sobre os encarnados, os desejos e vícios latentes do passado, que mais facilmente os fascinem. A vingança, quase sempre, é o pretexto com que mais tentam justificar suas ações sombrias do mundo trevoso mas, em verdade, o que mais lhes interessa é o culto dos objetivos torpes e a busca das satisfações viciosas, que ainda os acicatam como fogo ardente e inconsumível.
PERGUNTA: - Sempre nos pareceu que o corpo físico deveria ser uma espécie de anteparo ou escafandro protetor contra as investidas das trevas. Reconhecemos que os obsessores operam pela, via interna do nosso espírito, mas é claro que nós poderíamos dominar com facilidade o nosso corpo físico, em lugar de atender às solertes infiltrações que podem nos conduzir à obsessão. Qual o motivo dessa grande facilidade com que os malfeitores desencarnados dominam grande parte dos encarnados?
RAMATÍS: - É preciso não esquecerdes de que, entre o vosso espírito e o corpo físico, interpõe-se o perispírito, que é o verdadeiro veículo ou elo das relações boas ou más a que vos entregais com o mundo invisível. O domínio do corpo físico não se exerce por uma ação energética produto exclusivo da matéria, nem ele é uma entidade estranha, controlada por processo especial e isolado do vosso pensamento; a carne materializa em sua configuração todos os atributos e conquistas milenárias não dela, mas do perispírito, que é o sobrevivente absoluto de todas as transformações físicas.
O perispírito é um conjunto de natureza vital poderosíssima e de intensa atividade no seu plano eletivo do mundo astral, sendo organização levíssima e de tão assombrosa plasticidade, que reage imediatamente à mais sutil cogitação mental do espírito, por cujo motivo é extraordinariamente influenciável pela natureza dos pensamentos bons ou maus das entidades desencarnadas. Durante a encarnação, o perispírito "desce" vibratoriamente, a fim de aglutinar a matéria carnal do mundo físico, mas sempre o faz com sua poderosa influência magnética e com o seu psiquismo elaborado nos milênios findos; a seguir, então, submete-se às leis da vida física e sofre a ação das tendências hereditárias do corpo de carne, malgrado os seus princípios milenários.. O organismo físico, apesar dos seus ascendentes biológicos, que parecem dar-lhe uma autonomia toda especial e um valor exclusivo em sua linhagem hereditária carnal, é apenas o revelador objetivo da alma à luz do ambiente do mundo material.
No período de gestação do corpo carnal, o perispírito recapitula rapidamente todas as lições já vividas na escalonada animal, e que lhe foram proporcionados nos vários contatos anteriores com o mundo material para, em seguida, servindo-se da nova oportunidade da vida física, poder ampliar e consolidar as suas próprias realizações anteriores.
Embora creiais que o "biombo de carne" deva se tornar um protetor poderoso contra as tentativas obsessivas dos malfeitores desencarnados, convém refletirdes que o comando do vosso espírito sobre a carne também não se faz diretamente pelo cérebro físico, mas sim através do cérebro do perispírito, que é a sua matriz etéreo-astral, o maravilhoso aparelhamento que se assemelha a poderosa e divina usina a serviço da vida superior.
O cérebro perispiritual é o valioso órgão responsável pelo pensamento humano, desempenhando as admiráveis funções de transmissor da vontade e da inteligência da alma, como um produtor de ondas, luzes e energias de todos os matizes, fazendo cintilar as suas altíssimas emissões desde o encéfalo até as forças e os elementos que se agrupam na região dos lobos frontais, que será o campo avançado das atividades do homem do futuro. O corpo físico, embora servindo, como dizeis, de escafandro ou de muralha de carne protetora do espírito, é no mundo exterior o agente e o reagente dos fenômenos provindos das relações do espírito com o meio ambiente. E o seu verdadeiro domínio, obviamente, se processa no seu mundo interno e através do controle delicadíssimo do perispírito.

O verdadeiro controle do organismo de carne, portanto, é processado por via interna, através do perispírito, isto é, exatamente onde tanto podem atuar os espíritos benfeitores como os malfeitores, isso dependendo, sem dúvida, da natureza elevada ou inferior de vossas simpatias psíquicas

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