quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

04/12 - Dia de Iansã, dia de Santa Barbara


Iansã, ou Oyá, é um orixá sincretizada com Santa Bárbara, pela igreja católica.
Oyá, a deusa do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: OyáOxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rioObá.
Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogume depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como “a mãe do céu rosado” ou a “mãe do entardecer“. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer “a mãe dos nove“. Xangô a  chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.

Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos “emocional”.

 Iansã, em seu primeiro elemento é ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o polo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas.

Observem que Iansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o Orixá que ocupa o polo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô e atua como o polo ativo da linha da Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.

Na linha da Justiça, Iansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.

Iansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.

As energias irradiadas por Iansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações.

Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

Sete atuam junto aos polos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos polos positivos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da Orixá Planetária Iansã.

São vinte e uma Orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.

Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe Iansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade.

Iansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde serão esgotados. Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem!

Já Iansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua no polo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do Orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do campo santo.

Mas também são muito conhecidas as Iansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (Iansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos:

• uma Iansã do Ar;

• uma Iansã Cristalina;

• uma lansã Mineral;

• uma Iansã Vegetal;

• uma lansã Ígnea;

• uma lansã Telúrica;

• uma lansã Aquática.

Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma ideia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.

O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e consciências desordenadas!

Direção é a arte ou efeito de dirigir, de dar direção, de conduzir com ordenação. O direcionamento é uma das qualidades de Deus, presente e ativo em tudo o que Ele gera e cria, tanto animado quanto inanimado. Mãe Iansã é em si mesma essa qualidade do Divino Criador, ela é o próprio sentido de direção da lei. É a aplicadora da Lei e ordenadora dos seres emocionados, esgotando seus desequilíbrios e vícios, direcionando-os e abrindo-lhes novos campos, por onde evoluirão de forma menos emocional. Mãe Iansã é extremamente ativa, é movimentadora e aplicadora da  Lei nos campos da Justiça. Assim que o ser é purificado de seus vícios, Iansã entra em sua vida redirecionando-o e conduzindo-o a um outro campo, no qual retomará sua evolução. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional desvirtuado, seu mental e consciência desordenados, para só então redirecioná-los, facilitando sua caminhada pela linha reta da evolução. As energias irradiadas por Iansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e facilmente redirecionado. Mãe Iansã é a Divindade da Lei cuja natureza é eólica, daí ser chamada de Senhora dos Ventos e das Tempestades. Ela é o vendaval que desaba e a ventania que faz tudo balançar. Ela é o próprio sentido de direção da Lei; é um mistério que só entra na vida de um ser, caso a direção que este esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior. Ela é o ar que areja nosso emocional e nos proporciona um novo sentido da vida e uma nova direção ou meio de vida, renovando a fé na mente e no coração dos seres. A essa Mãe Divina podemos pedir nosso encaminhamento correto no encontro de novos empreendimentos, conhecimentos, religião, processos, novas condições de vida, nos vários campos. Que nossa Mãe Iansã sempre nos proporcione a correta adaptação aos meios onde vivermos.

Nossa Amada Mãe Iansã é a senhora dos ventos; portanto, imaginem uma ventania se direcionando para todos os lados, ora para um, ora para outro lado. Essa energia nós não vemos, mas a sentimos, pois a todo instante também nos direcionamos de um lado para outro. Nossa mãe Iansã é Dona do direcionamento. Ela só entra em nossas vidas, como direcionadora da Lei, caso a direção que estejamos dando à nossa evolução e religiosidade não siga a linha correta traçada pela Lei Maior (Ogum). Quando não é possível reconduzir o ser à linha reta da evolução, uma das Iansãs intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisa o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado. A Senhora das Energias Puras Eólicas, nos traz a vida porque sem o ar não viveríamos. Ela nos dá direcionamento, pois sem ele seríamos como um carro sem motorista. Quando ficamos sem saber o que fazer, que rumo tomar, não devemos sentir vergonha de pedir à nossa amada Mãe Iansã, um direcionamento na  vida, principalmente em negócios difíceis de serem resolvidos, nos relacionamentos sentimentais, e em tudo que precisar de um encaminhamento correto. Como Guardiã de um dos Mistérios de Deus, ela anula as injustiças e dilui os acúmulos emocionais. Como Divindade Cósmica, ela têm como atribuição atrair magneticamente os espíritos negativos, recolhê-los em seus domínios e retê-los, até que esgotem seus negativismos, para só devolvê-los às faixas neutras, de onde serão redirecionados para a luz ou para a reencarnação.Como magnetismo aéreo, reflete em nós idealização, lealdade, sustentação, movimentação, circulação, ordenação, segurança, etc. Nossa amada mãe Iansã, eólica por excelência, irradia-se no fogo e no tempo e fixa-se nos cristais, no mineral e na terra. Dilui-se na água e absorve no vegetal. Basta errarmos, para que ela nos envolva em uma de suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador dos nossos sentimentos viciados. A energia básica eólica é fundamental ao arejamento mental e ao equilíbrio emocional das pessoas. Se absorvemos muito dessa energia, tornamo-nos emotivos e “aéreos”, mas se absorvemos pouco, aí nos tornamos densos e bitolados. Ela areja nossa mente, direciona nossa evolução e fortalece nosso sentimento virtuoso.

Iansã é o vendaval que derruba e a ventania que faz tudo balançar. Iansã é a lei atuando no sentido de direcionar os seres que se desequilibram. É a novidade que  renova a Lei na mente e no coração humano; é a busca de melhores condições de vida para os seres".

Religiosidade é a vivência equilibrada da fé, em todos os momentos de nossa vida. A Religião é a viga mestra da estrutura que direciona os seres e os congrega em torno de Divindades acolhedoras, amorosas e irradiadoras das qualidades divinas de Deus Pai. A orixá Oyá (Tempo) rege, juntamente com Oxalá, a Linha da Fé, na qual atua como ordenadora do caos religioso, fluindo a religiosidade dos seres, em sua caminhada evolutiva. O Tempo é a chave do mistério da Fé, regido por nossa amada Mãe Oyá, porque é na eternidade do Tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. ...


A verdadeira religiosidade é o cultivo da Fé em Deus, amor à Sua Criação Divina, respeito com as criaturas e um sentimento de fraternidade com os semelhantes, não importando raça, cor ou religião. Religiosidade é um estado de espírito que dá força ao ser para suportar as agruras da vida. É um aperfeiçoamento interno dos pensamentos, sentimentos, condutas pessoais, expectativas, posturas sociais e religiosas. É prática diária de vida. É servir a Deus. É estarmos com nosso íntimo ligado a Ele. É seguirmos um caminho de aperfeiçoamento próprio, de vitória sobre nós mesmos. Mãe Oyá alimenta a alma de seus filhos com sua densa e cósmica irradiação de fé e nutre-se com as vibrações de religiosidade que eles lhe devolvem, sempre que estão trilhando o caminho reto da fé, ladeados pelo amor e pela justiça divina. Mas, ela vira no tempo e atua com rigor cósmico sobre o espírito que desvirtuar sua fé e religiosidade para ocultar seus desequilíbrios emocionais, suas ambições  e  desejos mórbidos, esgotando suas energias.
Oyá é a Orixá regente do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso. ...Ela é em si mesma a religiosidade dos seres e é ordenadora do caos religioso. Tempo é a cronologia Divina, é o meio onde tudo se realiza, pois nada fica fora dele. É a espiral sem fim que gira em duplo sentido e um de seus atributos é a Lei do Carma. O giro no sentido horário cria uma ação positiva e ordenadora; o giro anti-horário é  esgotador, divisor, desmagnetizador. Na Umbanda, Oyá atua religiosamente na vida de seus fiéis e sempre gira para a direita, ordenando sua religiosidade. Muitos confundem Oyá com Iansã e outros as unem numa só divindade, surgindo Oyá-Iansã, senhora do tempo, dos raios e das tempestades. Cada uma tem sua própria função na criação divina, que não são opostas, mas são diferentes e atuam em níveis e campos vibratórios diferentes:
- A Divina Mãe Oyá atua exclusivamente no campo religioso, na religiosidade dos seres.
- A nossa amada mãe Iansã, atua em todos os campos, na ordenação, aplicando a Lei em um campo mais amplo, pois envolve todos os sentidos que direcionam os seres em evolução, conduzindo uns para o sentido da Fé, outros para o da Justiça, da Geração, etc.
Mãe Oyá e Pai Oxalá dão suporte a todas as manifestações da fé e  amparam todos os sacerdotes virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres. Em suas qualidades, atributos e atribuições Oyá atua na vida dos seres através das treze orixás intermediários que, se têm em seu elemento original sua identificação, têm no elemento de Oyá, que é o cristal, seu segundo campo de ação. Como aplicadoras do mistério que rege sua linha de forças primárias, entram no tempo e aplicam-no através de seu segundo elemento que é o cristal. Enquanto Pai Oxalá é irradiante, Mãe Oyá é absorvente. Ela alimenta a alma de seus filhos com sua densa e cósmica irradiação de fé e nutre-se com as vibrações de religiosidade que eles lhe devolvem, sempre que estão trilhando o caminho reto da fé, ladeados pelo amor e pela justiça divina. ...

Quando ela vira no tempo, atua com rigor cósmico sobre o espírito que desvirtuou sua fé e transformou sua religiosidade,  ocultando seus desequilíbrios emocionais, suas ambições  e  desejos mórbidos. Oyá é  a regente cósmica da linha da Fé e o Tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres. Mãe Oyá atua sobre os descrentes,  blasfemadores, mercadores,  fanáticos e enganadores da boa fé alheia, desmagnetizando o mental desvirtuado, anulando suas faculdades,  paralisando seu emocional e esvaziando-o em todos os sentimentos capitais.

Fonte: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.



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