quarta-feira, 19 de outubro de 2016

VIDA E SEXO Emmanuel, PARTE 3/5

Estudo – Parte 3/5
Obra:
VIDA E SEXO 
Emmanuel, FEB, 1971, 2a edição

Amor livre
         126. Ensina “O Livro dos Espíritos”, item 701:  “A poligamia  é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade”. (PÁG. 81)
         127. Relações sexuais envolvem responsabilidade. Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente pensar em si mesmo. (PÁG. 81)
         128. Com referência ao assunto, não falamos exclusivamente da ligação com base no matrimônio legalmente constituído. Se os parceiros da união sexual possuem deveres a observar entre si, à face de preceitos humanos, no plano das chamadas ligações extralegais acham-se igualmente submetidos aos princípios das Leis Divinas que regem a Natureza. (PÁG. 82)
         129. Cada Espírito detém consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum menoscabará o “lugar sagrado” de outrem, sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar “consciências” qual se fossem “coisas”. Ora, se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de cada um? (PÁG. 82)
         130. É óbvio que ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão às criaturas claramente abandonadas ou espezinhadas pelos próprios companheiros ou companheiras a que se entregaram confiantes; isso, no entanto, não autoriza ninguém a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que resultariam unicamente em licença ou devassidão. (PÁG. 82)
         131. Instituído o ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados. Desfeitos esses votos, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das consequências que advenham de semelhante resolução, porque toda sementeira se acompanha de colheita, conforme a espécie. O autor ou autora da defecção havida é considerado, ante as leis de Deus, violador de almas e assume com suas vítimas a obrigação de restaurá-las, até o ponto em que as injuriou ou prejudicou. (PÁG. 83)
         132. Que a tentação de retorno à poligamia possa ocorrer com qualquer pessoa, na Terra, é mais que natural. Em numerosas circunstâncias, o pretérito pode estar vivo nos mecanismos mais profundos de nossas inclinações. Entretanto, os deveres assumidos, no campo do amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração e não se danificam os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na própria vida. (PÁGS. 83 e 84)
         133. No capítulo do sexo, urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever em sua mais alta expressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado “hoje”.  E se o “hoje” jaz viçado de complicações e problemas, a repontarem do “ontem”, depende de nós a harmonia ou o desequilíbrio do “amanhã”. (PÁG. 84)

Controle sexual
         134. Kardec, reportando-se às causas das aflições da vida, diz que umas têm sua origem em vidas passadas, outras na presente existência. Se o homem remontasse, passo a passo, à origem dos males que o torturam, as mais das vezes ele diria: “Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição”, assinala o Codificador da Doutrina Espírita, em lição constante de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. V, item 4. (PÁG. 85)
         135. Existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias, à frente da vida. O primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos. O segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, estudantes das leis do destino à luz da imortalidade. (PÁGS. 85 e 86)
         136. Enquanto o primeiro grupo se mantém ligado à poligamia, o segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção. (PÁG. 86)
         137. A ligação sexual entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranquilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência “a dois”. Urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos não venha a romper a segurança do outro. (PÁGS. 86 e 87)
         138. Não se trata aqui do chamado “vínculo indissolúvel”, criado por leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesados pelo comportamento do outro e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem à outra ligação, procurando companhia ao nível de sua confiança e respeitabilidade. (PÁG. 87)
         139. Os participantes da comunhão afetiva, conscientes dos seus deveres, precisam examinar até que ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade. (PÁG. 87)
         140. É justo ponderar quanto a isso, porque, em muitas ocorrências dessa espécie, não é somente aquele ou aquela que se revelam desleais aos próprios compromissos o culpado único da ruptura da ligação afetiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos abraçados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a insegurança, no campo do afeto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis. (PÁGS. 87 e 88)

Homossexualidade
         141. Quando errante, pouco importa ao Espírito encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher. “O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar”, afirmam os imortais em “O Livro dos Espíritos”, item 202. (PÁG. 89)
         142. A homossexualidade, hoje chamada também transexualidade, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos de base materialista, mas é perfeitamente compreensível à luz da reencarnação. (PÁG. 89)
         143. Embora a sociedade terrena seja constituída, em sua maioria, por criaturas heterossexuais, o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiências dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos aos heterossexuais. (PÁGS. 89 e 90)
         144. A vida espiritual pura e simples rege-se por afinidades eletivas essenciais; contudo, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fieira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. (PÁG. 90)
         145. O homem e a mulher serão, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta. À face disso, a individualidade em trânsito da experiência feminina para a masculina, ao envergar o corpo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese o corpo de formação masculina que a segregue, verificando-se o mesmo com referência à mulher em igual situação. (PÁG. 91)
         146. O Espírito, ao renascer entre os homens, pode, obviamente, tomar um corpo feminino ou masculino, atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, ou ao cumprimento de obrigações regenerativas. (PÁG. 91)
         147. O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, é em muitos casos induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, ocorrendo o mesmo com a mulher que tenha agido de igual modo. (PÁG. 91)
         148. Em muitos casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores espirituais que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. (PÁGS. 91 e 92)

         149. Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual, sabendo-se que todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um. (PÁG. 92)

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