quarta-feira, 2 de novembro de 2016

VIDA E SEXO, Emmanuel, PARTE 5/5

Estudo – Parte 5/5
Obra:
VIDA E SEXO 
Emmanuel, FEB, 1971, 2a edição

Sexo e religião
         168. A necessidade da reencarnação para o progresso da criatura  humana  está claramente posta no item 166 de “O Livro dos Espíritos”. Para alcançar a perfeição, é indispensável sofrer a prova de uma nova existência corporal. (PÁG. 105)
         169. A criatura que abraça encargos de natureza religiosa está procurando para si mesma aguilhões regeneradores ou educativos, de vez que ordenações de caráter externo não transfiguram milagrosamente o mundo íntimo. As realizações da fé se concretizam à base de porfiadas lutas da alma; ninguém se burila de um dia para outro. (PÁGS. 105 e 106)
         170. As leis do Universo não destroem o instinto, mas transformam-no em razão e angelitude, na passagem dos evos, pelos mecanismos da sublimação. (PÁG. 106)
         171. Efetivamente, existem Espíritos superiores e já erguidos a notáveis campos de elevação que, unicamente por amor e sacrifício, tomam assento nas organizações religiosas da Terra, volvendo à reencarnação em atividades socorristas, nas quais impulsionam o progresso dos seus irmãos. (PÁGS. 106 e 107)
         172. Esses missionários vibram em faixas de amor sublime, quase sempre inacessível à compreensão dos seus contemporâneos. Não ocorre o mesmo entre os que renascem sob regime disciplinar, requisitado por eles contra eles mesmos, de vez que grande número desses obreiros das idéias religiosas, reencarnados em condições de prova, demonstram dificuldades e inibições múltiplas, no corpo e na mente, quando não sofrem exagerada tendência aos desvarios sexuais. (PÁG. 107)
         173. Surgem daí os incidentes menos felizes – quantas vezes! – em que vemos expositores ardentes e apaixonados, dessa ou daquela idéia religiosa, tombando em experiências emotivas, muito mais complicadas e deploráveis do que aquelas outras que eles próprios reprovavam no caminho e na vida dos companheiros! ... (PÁG. 107)
         174. Aliás, o fenômeno é mais que justo, porquanto, aceitando os distintivos de determinada seara religiosa, o Espírito impõe a si mesmo um fator de frenagem e autopoliciamento, sem que as marcas exteriores da fé signifiquem mais que um convite ou um desafio a que se aperfeiçoe, de acordo com os princípios doutrinários que abraça. (PÁGS. 107 e 108)
         175. Instruções religiosas exteriores não alteram, de improviso, os impulsos do coração, conquanto se erijam em fortaleza de luz, amparando a criatura que a elas se acolhe para o serviço de auto aprimoramento. (PÁG. 108)
         176. Por todo o exposto, percebe-se que somos nós mesmos, Espíritos endividados ante as Leis do Universo, que nos enlaçamos uns com os outros, encarnados e desencarnados, aperfeiçoando gradativamente as qualidades próprias e aprendendo, à custa de trabalho e de tempo, como alcançar a sublimação que demandamos, em marcha laboriosa para a conquista dos Valores Eternos. (PÁG. 108)

À margem do sexo
         177. Em lição constante do item 16 do cap. X, “O Evangelho segundo o Espiritismo” recomenda que nos lembremos daquele que julga em última instância, que vê os movimentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censuramos, ou reprova o que relevamos, porque conhece o móvel de todos os atos. (PÁG. 109)
         178. Em face dos ensinos do Cristo, elucidados pelos Espíritos superiores, devemos, à frente de todas as complicações e problemas do sexo, abster-nos de censura e condenação. A razão é simples. Todos nós – os Espíritos em aperfeiçoamento nos climas do planeta – estamos emergindo de passado multimilenar, em que as tramas da alma se entreteciam em labirintos de sombra, para que as bênçãos do aprendizado se nos fixassem no espírito. Ainda assim, estamos muito longe da meta por alcançar. (PÁGS. 109 e 110)
         179. Se alguém parece cair, sob enganos do sentimento, silenciemos e esperemos! Se alguém parece tombar em delinquência, por desvarios do coração, esperemos e silenciemos!... Sobretudo, compadeçamo-nos uns dos outros, porque, por enquanto, nenhum de nós consegue conhecer-se tão exatamente, a ponto de saber hoje qual o tamanho da experiência aflitiva que nos aguarda amanhã. (PÁG. 110)
         180. Devemos calar os nossos possíveis libelos, ante as supostas culpas alheias, porquanto nenhum de nós, por agora, é capaz de medir a parte de responsabilidade que nos compete a cada um nas irreflexões e desequilíbrios dos outros. (PÁG. 110)
         181. Não dispomos de recursos para examinar as consciências alheias e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é um caso particular, em matéria de amor, reclamando compreensão. Muitos dos nossos erros imaginários no mundo são caminhos certos para o bem, ao passo que muitos de nossos acertos hipotéticos são trilhas para o mal de que nos desvencilharemos um dia! ... (PÁGS. 110 e 111)
         182. Abençoemos e amemos sempre. E diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, coloquemo-nos em pensamento no lugar dos acusados, analisando as nossas tendências mais íntimas e, após verificar se estamos em condições de censurar alguém, escutemos no âmago da consciência o apelo inolvidável do Cristo: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. (PÁG. 111)

Londrina, 17/5/1998
Astolfo O. de Oliveira Filho

Vida e sexo, de Emmanuel

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