quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Estudo: DORES DA ALMA - PERDA

Livro : "As dores da alma"
AS DORES DA ALMA
(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)

15 - PERDA



- A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Portanto, a criatura não deve “endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade”, se receber ingratidão de seus amigos, porquanto o Homem de coração se sente sempre feliz pelo bem que faz, pois sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra

- Se alimentarmos essa crença de que os amigos verdadeiros são aqueles que se modelam ao nosso perfeito “idealismo mítico”, isto é, relacionamento estruturados em “castelos no ar”, poderemos estar vivendo, fundamentalmente, sob uma consistência irreal a respeito de amizade

- Os reconhecidos, porém, como, amigos “íntimos” ou “permanentes” são aqueles que possuem afeto mútuo e o conservam indefinidamente. A intimidade entre eles faz com que tenham um crescente amadurecimento espiritual, alargando seu mundo interior à medida que aumentam a capacidade de compreender as similaridades e as diferenças entre si mesmos

- Em verdade, para se possuir real intimidade e adquirir plena confiança entre amigos é necessário nunca esconder o que há de desagradável em nós; em outras palavras, é preciso revelar nossa falibilidade

- Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamamos destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. A morte é um intervalo entre as diversas transformações da vida, a fim de que a renovação e a aprendizagem se estabeleçam nas almas, ao longo da eternidade

- A perda de um ente querido é universalmente causa de tristeza e de lágrimas, em qualquer rincão do Planeta, mas a forma está intimamente moldada ao nosso grau evolutivo

- São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida

- Uma das mais importantes funções da tristeza é a de propiciar um ajustamento íntimo, para que a criatura replaneje ou recomece uma nova etapa vivencial

- O isolamento transitório pode ser considerado também como uma forma psicológica de defesa para suportar esses transes dolorosos

- O esquecimento e o desprezo a que relegamos os velhos, a atitude nociva de considerá-los vivendo “a segunda infância”, de condená-los à monotonia denominando-os de “desatualizados”, é porque não sabemos lidar com a questão do homem idoso

- Não olvidemos, porém, que, a cada dia que passa, todos nós estamos envelhecendo. Os processos orgânicos degenerativos são paulatinos e gradativamente notados. Uma outra problemática a ser considerada na velhice é o apego às tradições ou o preconceito contra as novidades, que , em verdade, não são atuais

- Não só na terceira idade, mas em toda as etapas da vida, deve-se fugir dos hábitos, opiniões e idéias conservadoras, porquanto não se pode adotar nada em caráter definitivo

- O envelhecimento não é uma perda para aqueles que mantêm uma vida extremamente ativa, para os que continuam combatendo o confinamento de seu mundo íntimo. Não confundamos, no entanto, idosos que se confinam interiormente, por abstração e alheamento dos acontecimentos habituais, com aqueles que fazem o exercício da introspecção e da contemplação, técnicas altamente positivas

- Deixar inertes as forças físicas e mentais faz com que elas se degenerem, visto que a ação laboriosa protege-nos de grandes males, como o tédio e a solidão


- Na natureza nunca há perda. Quando finda uma etapa de nossa existência, outra vem ocupar a lacuna deixada, porque nossas vidas sucessivas estão entregues ao Poder Perfeito do Universo, que tudo cuida e desenvolve

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