segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

UMBANDA – Mitos e Realidades

PARTE 1/4
Texto extraído do Livro "Umbanda – Mitos e Realidades" de Iassã Ayporê Pery.

Podemos observar que as pessoas que procuram a Umbanda o fazem, em sua maioria, para resolverem problemas de ordem material, exigindo um resultado imediato,e quando não encontram creditam no Terreiro ou ao Dirigente e Médiuns, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.

Por que isso acontece? Acreditamos que a culpa disso seja dos próprios umbandistas que não esclarecem que a Umbanda é uma religião digna e nobre como todas as outras, se omitem ou são os primeiros a dar “oferendas” para obterem favores materiais das Entidades.

Por outro lado, sabemos que a Umbanda lida com vários elementos e uma variedade enorme de espíritos, e também que ela tem a capacidade de penetração nos mais variados campos do Astral, conseqüentemente, havendo merecimento e empenho, muito problemas acabam realmente por ter uma “solução mais rápida”, mas somente aos que merecem e o fazem por merecer.

Qual é o mistério da Umbanda? Amor e Caridade, pura e simplesmente. A ritualística que cada terreiro de Umbanda segue, somente serve como um leque de possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um. Na verdade, quem procura um Terreiro de Umbanda deveria apenas se preocupar se ela é séria, se não cobra consultas e trabalhos e se tem como objetivo principal a caridade e o Amor ao próximo. Essa é a verdadeira Umbanda.

Sabendo que temos por obrigação sempre buscar o “por que” das coisas e não ficarmos satisfeitos com repostas do tipo “isso é assim porque é” ou “isso é um mistério da fé”, vamos aqui tentar elucidar algumas dúvidas que encontramos por parte da maioria dos freqüentadores e alguns médiuns de Umbanda. Serão perguntas e respostas que escutamos freqüentemente nos terreiros ou fará deles. Não julguem a qualidade das perguntas, porque se pra você a pergunta é simples ou boba, para outro poderá não ser. As respostas sim são simples porque assim é a Umbanda. Então vamos lá:

1.Pode uma pessoa praticar o mal sob influencia de espíritos?

Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também influenciada pelos espíritos. Mas estejam certos de que para que as influencias negativas ou positivas atuem em nossas vidas devemos estar sintonizados com tais vibrações.
Portanto orai e vigiai. Você tem seu livre arbítrio e é o único responsável pelas companhias que atrair, tanto carnais como espirituais, e que permitir atuar em sua vida.

2.Todos somos médiuns?

Todos nós somos sensitivos, mas alguns em um grau mais elevado que o outro. Esses diferentes níveis de sensibilidade podem ser compreendidos com diversas formas de mediunidade que está liga a missão que o individua tem aqui na terra. Alguns são médiuns de incorporação, outros intuitivos, videntes, audientes, de efeitos físicos, de pisocofonia e de psicografia, todos passíveis de desenvolvimento de acordo com o livre arbítrio de cada um.

3.O Médium quando está incorporado sabe tudo o que está acontecendo e o que a pessoa está falando com a Entidade?

Normalmente sim. A grande maioria dos médiuns é consciente ou semiconsciente como falam, ou seja sabem o que está acontecendo mas não tem ingerência sobre as atitudes da entidade.
Normalmente logo após a consulta o médium ainda lembra de alguma coisa, que vem como “flash”, mas logo depois vão esquecendo aos poucos. Somente médiuns inconscientes é que não sabem o que se passou durante uma consulta, mas é muito raro este tipo de mediunidade.
Mas se a sua preocupação é se você pode conversar qualquer assunto com a entidade que o médium não vai contar pra ninguém, isso aí dependerá da índole do médium e da Casa que ele trabalhe, mas não se preocupe, pois o princípio básico de uma casa de Umbanda séria é o sigilo em respeito às consultas e o respeito com os problemas de cada um.

4.Se uma pessoa tem que trabalhar mediunicamente e se a mesma não entrar para um Centro ela poderá receber um guia ou entidades na rua, em casa, no trabalho ou em outro lugar?

Não. Uma Entidade Guia ou Protetora “de Luz” não irá de forma alguma expor a pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos. O fato é que se a pessoa é médium, e tem como missão trabalhar mediunicamente e opta por não desenvolver sua mediunidade isso não faz com que ela deixe de ser médium. O que acontece é que sua mediunidade ficará embrutecida e desamparada expondo a ação de espíritos trevosos que poderão, esses sim, manifestarem em locais públicos colocando a pessoa em situações embaraçosas e de risco.
A Umbanda ou outra religião qualquer serve para nosso crescimento moral e espiritual e como um elo de religação com Deus, freqüentar ou participar ativamente de uma deve ser uma opção particular de cada um e não uma imposição.
Devemos saber que pelo fato de termos uma mediunidade mais aflorada nos torna imãs, atraindo toda e qualquer energia que estiver nos ambientes aos quais freqüentarmos, o desenvolvimento dessa mediunidade, se faz necessário para aprendermos a lidar com essas energias e controlar as manifestações e termos a oportunidade através do trabalho mediúnico de resgatarmos nossos kármas e compromissos assumidos antes de reencarnarmos.
Negar e fugir disso não nos levará a nada, é claro que existem outras formas de praticarmos a Caridade, trabalhar mediunicamente deve ser uma opção e não uma imposição. Cada um com seu Kárma, missão e vontade.

5. É verdade que a pessoa que entra para trabalhar na Umbanda não pode mais sair, porque atrasa a vida?

Não, não é verdade. Como também não é verdade que a vida da pessoa em questão vai pra frente se ela entrar para a Umbanda.
O que ocorre é que ao entrar para a corrente de um terreiro de Umbanda a pessoa passa a dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume compromissos e responsabilidades, se tranqüiliza e se harmoniza vibracionalmente e evolutivamente, ou pelo menos deveria.
O “atraso na vida” da pessoa ocorre porque ela deixa de se equilibrar, evoluir e fazer caridade. Conseqüentemente ela deixa de ter tranqüilidade para resolver até o mais simples dos problemas. Mas isso ocorre porque a pessoa saiu do Terreiro, mas não deixou de ser médium e continua recebendo influência do Astral. E se ela não continuar com suas responsabilidades em ter uma vida regrada, de conduta ilibata e não praticar a caridade de alguma forma, receberá maior influencia do Astral inferior, segundo a Lei das afinidades.

Que fique bem claro que não é o ingresso da pessoa ou a sua permanência na Umbanda, ou qualquer outra religião, que fará com que a vida da pessoa “ande pra frente” ou que todos os problemas dela se resolverão. Temos que ter a consciência de que é a sua conduta moral, seu desejo de praticar a caridade, de ajudar ao próximo, de buscar sua evolução é que será determinante se ela vai melhorar ou não, é uma questão de merecimento pessoal. A Umbanda através de um Terreiro sério lhe dará a oportunidade, o conhecimento e o meio, cabe a pessoa abraçar ou não.

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