segunda-feira, 5 de setembro de 2011

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO 5 - BEM AVENTURADOS OS AFLITOS


1. Bem-aventurados* os que choram, pois serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão
saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor
à justiça, porque é deles o reino dos Céus. (Mateus, 5:5 e 6, 10)
2. Bem-aventurados, vós que sois pobres, pois o reino dos Céus
é para vós. Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, pois
sereis saciados. Sois felizes, vós que chorais agora, pois rireis.
(Lucas, 6:20 e 21)
Mas, ai de vós, ricos! Que tendes vossa consolação no mundo. Ai
de vós que estais saciados, pois tereis fome. Ai de vós que rides
agora, porque gemereis e chorareis. (Lucas, 6:24 e 25)


JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES

3 As compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra somente podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza do futuro, estes ensinamentos morais seriam um contra-senso, ou, bem mais do que isso, seriam uma enganação. Mesmo com essa certeza, fica difícil
de se entender a utilidade do sofrimento para ser feliz. Diz-se que é para ter mais mérito. Mas, então, surge a pergunta: Por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na riqueza, sem nada terem feito para justificar essa posição?
 Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir?  E o que ainda fica mais difícil de entender é ver os bens e os males tão desigualmente divididos entre viciosos e virtuosos e ver os bons sofrerem ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica estas desigualdades, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que se admita a existência de Deus, só se pode concebê-Lo em suas perfeições infinitas. Ele deve ser todo poderoso, todo justiça, todo bondade, sem o que não seria Deus. Se Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir por capricho nem com parcialidade. As contrariedades da vida têm, pois, uma causa e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que cada um deve se convencer: Deus, pelos ensinamentos de Jesus, colocou os homens no caminho da compreensão dessa causa, e hoje considera-os suficientemente maduros para
compreendê-la. Eis porque a revela inteiramente pelo Espiritismo, ou seja, pela voz dos Espíritos.

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES

4 As contrariedades da vida são de duas espécies, ou, pode-se dizer, de duas origens bem diferentes, as quais é muito importante distinguir: umas têm sua causa na vida presente, outras, não nesta vida. Ao buscar as origens dos males terrenos, percebe-se que muitos são a natural conseqüência do caráter e da conduta dos que os sofrem. Quantos homens caem por causa de sua própria culpa! Quantos são vítimas do seu desleixo, imprevidência, orgulho e ambição! Quantas pessoas arruinadas pela desordem, desânimo, má conduta ou por não limitarem seus desejos! Quantas uniões infelizes, fruto do interesse e da vaidade e nas quais o coração não serviu para nada! Quantos desentendimentos e desastrosas disputas se evitariam com um pouco mais de calma e com menos melindres! Quantas doenças e enfermidades resultam da imprudência e excessos de toda ordem! Quantos pais são infelizes por causa dos filhos, por não combaterem neles desde pequeninos as manifestações de suas más tendências! Por indiferença e comodismo, deixaram desenvolver neles os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração, e depois, mais tarde, ao colherem o que semearam, espantam-se e afligem-se com a falta de respeito e a ingratidão deles. Que todos aqueles que são feridos no coração pelas contrariedades e decepções da vida interroguem friamente suas consciências. Que busquem primeiro a origem dos males que os afligem e sintam se, na maioria das vezes, não podem dizer: Se eu tivesse feito ou deixado de fazer tal coisa, não estaria nesta situação. A quem culpar então, por todas essas aflições, senão a si mesmo? Deste modo o homem é, na maior parte dos casos, o autor de seus próprios infortúnios, mas, ao invés de reconhecer isso, acha mais conveniente e menos humilhante para sua vaidade acusar a sorte, a Providência, o azar, sua má estrela, quando, na verdade, sua má estrela é a sua negligência. Os males dessa natureza formam seguramente a grande maioria das contrariedades da vida, e o homem os evitará quando trabalhar para o seu aperfeiçoamento moral e intelectual.

5 A lei humana alcança certas faltas e as pune. Pode-se então dizer que o condenado sofre a conseqüência do que fez; mas a lei não alcança e não consegue atingir todas as faltas. Ela pune mais especialmente as que trazem prejuízo à sociedade, mas não atinge aqueles que cometeram faltas que prejudicaram a si mesmos. No entanto, Deus quer o progresso de todas as suas criaturas, e é por isso que nenhum desvio do caminho reto fica impune. Não há uma só falta, por menor que seja, uma única infração à sua lei que não tenha forçosas e inevitáveis conseqüências, mais ou menos lastimáveis, e disso conclui-se que, tanto nas pequenas como nas grandes coisas, o homem sempre é punido pelo erro que cometeu. Os sofrimentos conseqüentes são para ele uma advertência de que agiu mal. Eles lhe dão experiência e fazem com que sinta a diferença entre o bem e o mal, e o alertam para a necessidade de se melhorar para evitar, no futuro, o que foi para ele uma fonte de desgostos. Sem isso não teria nenhum motivo para se corrigir. Confiante na impunidade, retardaria seu adiantamento e, por conseguinte, sua felicidade futura. Algumas vezes a experiência vem um pouco tarde, quando a vida já está perturbada e foi desperdiçada, as forças desgastadas e o mal não tem mais remédio. Então, o homem se põe a dizer: Se no início da vida eu soubesse o que sei hoje, quantas faltas teria evitado!
Faria tudo de um outro modo, mas não há mais tempo! Tal como o trabalhador preguiçoso que diz: “Perdi o meu dia”, ele também diz: “Perdi minha vida”. Mas da mesma forma que o Sol se levanta no dia seguinte para o trabalhador e uma nova jornada começa, e lhe permite recuperar o tempo perdido, após a noite do túmulo, também brilhará para o homem o Sol de uma nova vida, na qual poderá tirar proveito da experiência do passado e de suas boas resoluções para o futuro.


Queridos irmãos, sabemos o quanto é difícil seguir adiante apesar das dificuldades. Mas acima de tudo é preciso saber sofrer com dignidade, para que não agravemos ainda mais nossas faltas ou mesmo para não contrairmos novas dívidas. Que tenhamos em mente que qualquer sofrimento por maior que seja é uma fonte de aprendizado, mesmo que no momento não consigamos entender. Mas não podemos perder a fé de que tudo isso vale a pena, afinal o ouro quando é achado em estado bruto não tem a mesma beleza que possui depois de ser lapidado. Assim acontece conosco, a dor nos amadurece, nos torna mais humanos e somente através da dor temos a certeza de que não estamos sozinhos.
 Que a mão de nosso Pai Oxalá estará lá para nos carregar nos momentos em que não conseguirmos caminhar sozinhos.

Que setembro traga junto com a primavera, flores para nossas vidas, é época de renovação!!! 




Força e Fé queridos irmãos!


Nenhum comentário:

Postar um comentário