quarta-feira, 10 de junho de 2015

A influência do médium na comunicação


 
Apresentamos nesta edição o tema n118 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.
Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Podemos considerar normal a influência do médium nas comunicações mediúnicas que receba?
2. Que é um médium passivo?
3. Em se tratando de mediunidade, a passividade absoluta é possível?
4. Que diferença essencial há entre o médium psicógrafo intuitivo e o médium psicógrafo mecânico?
5. Além da influência relacionada com a execução do fenômeno mediúnico, pode haver uma influência moral do médium no exercício das suas faculdades?
Texto para leitura 

O médium é passivo quando não mistura suas ideias com as do Espírito

1. Sendo a mediunidade, basicamente, um processo de comunicação que tem no médium o seu instrumento de intermediação, não é difícil entender que a mensagem comunicada sofrerá sempre uma maior ou menor influência do medianeiro. É isso que o Espiritismo nos ensina e o que a prática vem demonstrando. A alma do médium exerce, efetivamente, influência nas comunicações mediúnicas e pode até mesmo alterar-lhes o conteúdo e assimilá-las às suas próprias ideias e pendores.
2. Esse complexo aspecto da mediunidade pode levar alguns iniciantes mais afoitos à incredulidade. Devemos, contudo, entender que, pela sua própria característica, essa influência faz parte do seu funcionamento, uma vez que, por mais passivo que seja o médium, deverá ter sempre uma postura de vigilância durante o processo mediúnico para o adequado uso de sua faculdade, o que implica acompanhar toda a manifestação mediúnica de uma forma mais ou menos acentuada.
3. O conceito de passividade mediúnica é tratado por Kardec em “O Livro dos Médiuns”, no item 223, em que aprendemos que o médium é passivo quando não mistura suas próprias ideias com as do Espírito que se comunica. Entenda-se, porém, que o papel do médium nunca é inteiramente nulo e seu concurso é sempre indispensável, ainda que se trate de médiuns mecânicos. Em face disso, inexiste a passividade absoluta.
4. Nos processos de comunicação mediúnica inconsciente, em que o Espírito comunicante utiliza-se dos recursos do médium sem fazer a mensagem passar totalmente pelo seu pensamento, o grau de influência do medianeiro é bem mais reduzido, diferentemente do que ocorre quando se trata de comunicação consciente, em que a mensagem é transmitida via pensamento do médium. É por isso que, no tocante aos médiuns escreventes ou psicógrafos, o ensino espírita os classifica em três variedades bem distintas: médiuns mecânicos, intuitivos e semimecânicos.

Há grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração

5. No caso dos médiuns mecânicos, o Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Neste gênero de mediunidade, o médium não tem nenhum conhecimento do que a sua mão escreve, uma vez que o movimento dela independe da sua vontade e para quando o Espírito assim o deseja. Registre-se, porém, que mesmo nesses casos a influência do médium jamais é nula.
6. No caso dos médiuns intuitivos, o Espírito comunicante utiliza-se do Espírito do médium para transmitir a mensagem, identificando-se com ele e imprimindo-lhe sua vontade e suas ideias. Este gênero de mediunidade permite ao Espírito do médium tomar conhecimento prévio do que vai escrever.
7. Um fato curioso, no entanto, ocorre neste gênero de comunicação, porque, embora perceba a presença e o pensamento do Espírito comunicante, o médium sente, muitas vezes, dificuldade em distinguir o seu próprio pensamento do que lhe é sugerido. E quando a dúvida se instala de forma mais acentuada, a mensagem fica praticamente prejudicada. Neste gênero de mediunidade, a influência do medianeiro é, como foi dito anteriormente, muito mais acentuada.
8. Há grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração. A diferença consiste em que a primeira se restringe quase sempre a questões de atualidade, podendo o médium, por intuição, tratar de um assunto que lhe seja inteiramente estranho. A inspiração estende-se por um campo mais vasto e, geralmente, vem em auxílio das capacidades e das preocupações do encarnado.

O médium semimecânico sabe o que escreve à medida que as palavras se formam

9. No caso dos médiuns semimecânicos, também chamados de semi-intuitivos, verifica-se uma situação intermediária entre o mecânico e o intuitivo. O Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium e, ao mesmo tempo, lhe permite conhecer o que está escrevendo à medida que as palavras se formam. Neste gênero de mediunidade, a influência do médium é também intermediária, ou seja, não é tão acentuada como no caso dos médiuns intuitivos nem tão reduzida como no caso dos médiuns mecânicos.
10. Além desse tipo de influência relacionada com a execução da prática mediúnica, ocorre ainda uma influência maior do médium no tocante ao aspecto moral do exercício da faculdade mediúnica. Reconhecendo-se o fato de que toda atividade mediúnica assenta-se no princípio da afinidade, não é difícil compreender a relevância dessa influência.
11. Quanto mais elevado moralmente for o medianeiro, maior afinidade terá ele com Espíritos de maior envergadura moral e poderá, desse modo, receber comunicações de conteúdo mais elevado.
12. Eis aí o motivo da conhecida recomendação, contida no item 227 de “O Livro dos Médiuns”, para que cultivemos as virtudes que atraem os bons Espíritos, ou seja, a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo e o desprendimento das coisas materiais, e evitemos tudo quanto possa repeli-los, como o orgulho, o egoísmo, a inveja, a ciúme, a cupidez, o ódio, a sensualidade e todas as paixões que ligam o homem à matéria.

Respostas às questões propostas 

1. Podemos considerar normal a influência do médium nas comunicações mediúnicas que receba?
R.: Sim. Sendo a mediunidade, basicamente, um processo de comunicação que tem no médium o seu instrumento de intermediação, não é difícil entender que a mensagem comunicada sofrerá sempre uma maior ou menor influência do medianeiro.
2. Que é um médium passivo?
R.: O conceito de passividade mediúnica é tratado por Kardec em “O Livro dos Médiuns”, no item 223, em que aprendemos que o médium é passivo quando não mistura suas próprias ideias com as do Espírito que se comunica.
3. Em se tratando de mediunidade, a passividade absoluta é possível?
R.: Não. O papel do médium nunca é inteiramente nulo e seu concurso é sempre indispensável, ainda que se trate de médiuns mecânicos. É por isso que se diz que não existe, em se tratando de mediunidade, passividade absoluta.
4. Que diferença essencial há entre o médium psicógrafo intuitivo e o médium psicógrafo mecânico?
R.: No caso do médium psicógrafo intuitivo, o Espírito comunicante utiliza-se do Espírito do médium para transmitir a mensagem, identificando-se com ele e imprimindo-lhe sua vontade e suas ideias. Este gênero de mediunidade permite ao Espírito do médium tomar conhecimento prévio do que vai escrever, fato que não ocorre no caso dos médiuns mecânicos, em que o Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Neste gênero de mediunidade, o médium não tem nenhum conhecimento do que a sua mão escreve, uma vez que o movimento dela independe da sua vontade.
5. Além da influência relacionada com a execução do fenômeno mediúnico, pode haver uma influência moral do médium no exercício das suas faculdades?
R.: Sim. Além da influência relacionada com a execução da prática mediúnica, ocorre ainda uma influência maior do médium no tocante ao aspecto moral do exercício da faculdade mediúnica. Quanto mais elevado moralmente for o medianeiro, maior afinidade terá ele com Espíritos de maior envergadura moral e poderá, desse modo, receber comunicações de conteúdo mais elevado.  

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 223 e 227.
Obras Póstumas, de Allan Kardec, item 50, pp. 64 e 65.


http://www.oconsolador.com.br/ano3/118/esde.html

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